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BIODIESEL<br />
Previsibilidade pode tornar<br />
Brasil maior produtor mundial<br />
A adoção de um cronograma de aumento da mistura ao diesel deve alavancar novos<br />
investimentos e elevar produção a 10 bilhões de litros anuais, entre <strong>2018</strong> e 2023<br />
Adeliberação do Conselho<br />
Nacional de<br />
Política Energética<br />
(CNPE), ligado ao<br />
Ministério de Minas e Energia,<br />
de aumentar gradualmente a<br />
mistura de biodiesel ao diesel,<br />
derivado de petróleo, tem potencial<br />
para transformar o Brasil<br />
no maior mercado desse<br />
biocombustível no mundo. Para<br />
Erasmo Carlos Battistella,<br />
presidente da BSBIOS e do<br />
Conselho de Administração da<br />
Associação dos Produtores de<br />
Biodiesel do Brasil (Aprobio),<br />
a medida é bem-vinda e trará<br />
uma série de benefícios ao<br />
setor.<br />
“A adoção de um cronograma<br />
de aumento anual da mistura<br />
tem sido uma das principais<br />
bandeiras defendidas pela<br />
Aprobio, pois dá previsibilidade<br />
ao mercado e permite<br />
um melhor planejamento de<br />
todos os agentes envolvidos.<br />
Certamente essa decisão do<br />
CNPE vai alavancar novos investimentos<br />
e tem potencial<br />
para transformar o Brasil no<br />
maior produtor e consumidor<br />
de biodiesel no mundo”, avalia<br />
Battistella.<br />
“Essa previsibilidade é muito<br />
boa e vai permitir uma ampliação<br />
de escala a médio e longo<br />
prazos no setor”, diz Juan Diego<br />
Ferrés, presidente da Ubrabio<br />
(União Brasileira dos Fabricantes<br />
de Biodiesel). Para o<br />
diretor-superintendente da<br />
Ubrabio, Donizete Tokarski, é<br />
preciso levar em consideração<br />
também os benefícios sociais<br />
e ambientais inerentes à produção<br />
e uso do biocombustível.<br />
“Não faz sentido que um<br />
país rico em biodiversidade<br />
como o nosso continue exportando<br />
soja, sem agregação de<br />
valor, quando poderia estar diversificando<br />
matérias-primas,<br />
ampliando a industrialização<br />
interna, gerando empregos,<br />
renda, investimentos e qualidade<br />
de vida”, disse em nota.<br />
Também destacando que a regulamentação<br />
das metas traz<br />
um incentivo à agregação de<br />
valor no setor, Daniel Furlan, da<br />
Associação Brasileira das Indústrias<br />
de Óleos Vegetais<br />
(Abiove), diz que haverá uma<br />
demanda firme para o óleo,<br />
previsibilidade de consumo e<br />
incentivo às indústrias de processamento<br />
de soja, o que deverá<br />
trazer novos investimentos<br />
e movimentar toda a cadeia<br />
de produção, que é extensa.<br />
Em <strong>2018</strong>, o país deve produzir<br />
e consumir 5,4 bilhões de litros<br />
de biodiesel, dos quais<br />
cerca de 70% são produzidos<br />
a partir do óleo de soja. Esse<br />
volume fica atrás apenas do<br />
mercado dos Estados Unidos,<br />
e supera outros países, como<br />
Alemanha e Argentina.<br />
De acordo com o Ministério de<br />
Minas e Energia (MME), o cronograma<br />
elevaria a produção<br />
de biodiesel no Brasil para<br />
mais de 10 bilhões de litros<br />
anuais, entre <strong>2018</strong> e 2023.<br />
Esse crescimento representa<br />
um aumento de 85% da demanda<br />
doméstica.<br />
Estima-se que a cadeia produtiva<br />
do biodiesel brasileiro empregue<br />
mais de 200 mil<br />
profissionais, além de ser um<br />
importante indutor da agricultura<br />
familiar e responsável pela<br />
redução de até 70% nas emissões<br />
de poluentes, em comparação<br />
com o diesel fóssil.<br />
Pela proposta do CNPE, a mistura<br />
vai subir dos atuais 10%<br />
(B10) para 11% (B11) em<br />
junho de 2019, e aumentará<br />
em 1 ponto porcentual nos<br />
próximos anos, até atingir o<br />
B15 previsto pela legislação<br />
em março de 2023. Essa evolução<br />
está condicionada à<br />
conclusão e resultados dos<br />
testes determinados, previstos<br />
para março de 2019.<br />
O biodiesel pode ser extraído<br />
de fontes como mamona, dendê,<br />
girassol, babaçu, amendoim,<br />
pinhão manso e soja. É<br />
um combustível menos poluente<br />
do que o diesel tradicional,<br />
além de ser uma fonte<br />
renovável.<br />
Para Erasmo Carlos Battistella, da BSBIOS e<br />
Aprobio, a medida é bem-vinda e trará<br />
uma série de benefícios ao setor<br />
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<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>