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Jornal Paraná Dezembro 2018

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BIODIESEL<br />

Previsibilidade pode tornar<br />

Brasil maior produtor mundial<br />

A adoção de um cronograma de aumento da mistura ao diesel deve alavancar novos<br />

investimentos e elevar produção a 10 bilhões de litros anuais, entre <strong>2018</strong> e 2023<br />

Adeliberação do Conselho<br />

Nacional de<br />

Política Energética<br />

(CNPE), ligado ao<br />

Ministério de Minas e Energia,<br />

de aumentar gradualmente a<br />

mistura de biodiesel ao diesel,<br />

derivado de petróleo, tem potencial<br />

para transformar o Brasil<br />

no maior mercado desse<br />

biocombustível no mundo. Para<br />

Erasmo Carlos Battistella,<br />

presidente da BSBIOS e do<br />

Conselho de Administração da<br />

Associação dos Produtores de<br />

Biodiesel do Brasil (Aprobio),<br />

a medida é bem-vinda e trará<br />

uma série de benefícios ao<br />

setor.<br />

“A adoção de um cronograma<br />

de aumento anual da mistura<br />

tem sido uma das principais<br />

bandeiras defendidas pela<br />

Aprobio, pois dá previsibilidade<br />

ao mercado e permite<br />

um melhor planejamento de<br />

todos os agentes envolvidos.<br />

Certamente essa decisão do<br />

CNPE vai alavancar novos investimentos<br />

e tem potencial<br />

para transformar o Brasil no<br />

maior produtor e consumidor<br />

de biodiesel no mundo”, avalia<br />

Battistella.<br />

“Essa previsibilidade é muito<br />

boa e vai permitir uma ampliação<br />

de escala a médio e longo<br />

prazos no setor”, diz Juan Diego<br />

Ferrés, presidente da Ubrabio<br />

(União Brasileira dos Fabricantes<br />

de Biodiesel). Para o<br />

diretor-superintendente da<br />

Ubrabio, Donizete Tokarski, é<br />

preciso levar em consideração<br />

também os benefícios sociais<br />

e ambientais inerentes à produção<br />

e uso do biocombustível.<br />

“Não faz sentido que um<br />

país rico em biodiversidade<br />

como o nosso continue exportando<br />

soja, sem agregação de<br />

valor, quando poderia estar diversificando<br />

matérias-primas,<br />

ampliando a industrialização<br />

interna, gerando empregos,<br />

renda, investimentos e qualidade<br />

de vida”, disse em nota.<br />

Também destacando que a regulamentação<br />

das metas traz<br />

um incentivo à agregação de<br />

valor no setor, Daniel Furlan, da<br />

Associação Brasileira das Indústrias<br />

de Óleos Vegetais<br />

(Abiove), diz que haverá uma<br />

demanda firme para o óleo,<br />

previsibilidade de consumo e<br />

incentivo às indústrias de processamento<br />

de soja, o que deverá<br />

trazer novos investimentos<br />

e movimentar toda a cadeia<br />

de produção, que é extensa.<br />

Em <strong>2018</strong>, o país deve produzir<br />

e consumir 5,4 bilhões de litros<br />

de biodiesel, dos quais<br />

cerca de 70% são produzidos<br />

a partir do óleo de soja. Esse<br />

volume fica atrás apenas do<br />

mercado dos Estados Unidos,<br />

e supera outros países, como<br />

Alemanha e Argentina.<br />

De acordo com o Ministério de<br />

Minas e Energia (MME), o cronograma<br />

elevaria a produção<br />

de biodiesel no Brasil para<br />

mais de 10 bilhões de litros<br />

anuais, entre <strong>2018</strong> e 2023.<br />

Esse crescimento representa<br />

um aumento de 85% da demanda<br />

doméstica.<br />

Estima-se que a cadeia produtiva<br />

do biodiesel brasileiro empregue<br />

mais de 200 mil<br />

profissionais, além de ser um<br />

importante indutor da agricultura<br />

familiar e responsável pela<br />

redução de até 70% nas emissões<br />

de poluentes, em comparação<br />

com o diesel fóssil.<br />

Pela proposta do CNPE, a mistura<br />

vai subir dos atuais 10%<br />

(B10) para 11% (B11) em<br />

junho de 2019, e aumentará<br />

em 1 ponto porcentual nos<br />

próximos anos, até atingir o<br />

B15 previsto pela legislação<br />

em março de 2023. Essa evolução<br />

está condicionada à<br />

conclusão e resultados dos<br />

testes determinados, previstos<br />

para março de 2019.<br />

O biodiesel pode ser extraído<br />

de fontes como mamona, dendê,<br />

girassol, babaçu, amendoim,<br />

pinhão manso e soja. É<br />

um combustível menos poluente<br />

do que o diesel tradicional,<br />

além de ser uma fonte<br />

renovável.<br />

Para Erasmo Carlos Battistella, da BSBIOS e<br />

Aprobio, a medida é bem-vinda e trará<br />

uma série de benefícios ao setor<br />

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<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>

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