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OPINIÃO
É tempo de investir em resiliência no setor
Um novo mundo de oportunidades
está se abrindo. Quem sair
na frente terá o privilégio
de colher os frutos primeiro
Por Giovana Araújo
e Martiniano Lopes
No início do ano passado,
o cenário que se
desenhava para o setor
sucroalcooleiro era de
recuperação de rentabilidade em
um contexto de retomada dos
preços do açúcar no mercado internacional
e de redução da taxa
de juros básica da economia,
particularmente relevante para
um segmento intensivo em capital
com um contingente não desprezível
de empresas ainda com
elevado nível de alavancagem. A
única nuvem que persistia no horizonte
do setor era o preço do
petróleo no mercado internacional
e o impacto de uma eventual
apreciação do real frente ao dólar
na paridade de importação da gasolina
e, consequentemente, nos
preços do etanol no mercado interno.
A pandemia da covid-19 não
trouxe apenas uma reversão de
expectativas como pegou o setor
sucroalcooleiro em um momento
particularmente delicado, no início
da moagem da safra 2020/
21 na região Centro-Sul. Os preços
do etanol chegaram a cair
quase 40% no início da pandemia,
entre final de março e início
de abril, motivados pela retração
da demanda e preocupações
com capacidade de armazenagem
do etanol, assim como, pela
forte queda dos preços do petróleo
no mercado internacional, que
balizam a formação de preços da
gasolina no Brasil. E não menos
importante, a aversão a risco
pautou o mercado de crédito e foi
precificada no custo das operações
de financiamento junto a
empresas do setor.
A tormenta passou, mas o mar é
revolto. A demanda de etanol no
país ainda acumula retração em
relação ao mesmo período do
ano passado, mas essa retração
foi mais do que compensada pelo
aumento da demanda de açúcar
na safra 2020/21, 2,2 vezes
maior em volume, medido em
Açúcar Total Recuperável (ATR).
A forte desvalorização do real
frente ao dólar reforçou a competividade
do açúcar do Brasil no
mercado internacional e favorece
a recuperação da participação de
mercado do país no mercado
global. As exportações de açúcar
seguem atrativas e os mercados
futuros têm gerado oportunidades
de fixação acima de R$
1.700/tonelada. O preço do petróleo
WTI (referência para o mercado
norte-americano) ficou
abaixo do mesmo período do ano
anterior, mas a desvalorização
cambial amorteceu, substancialmente,
o impacto dessa queda
sobre os preços da gasolina na
refinaria no Brasil, balizado pela
paridade de importação. Os custos
de captação das operações
de crédito com menor risco estão
convergindo para os níveis précrise,
enquanto operações com
maior risco seguem com custos
mais altos.
Dito isso, algumas empresas do
setor de açúcar e etanol conseguiram
acessar o mercado de
crédito em plena pandemia, atrelando
taxas de juros a metas socioambientais
e de governança.
Persiste o impacto negativo da
desvalorização cambial sobre o
endividamento em dólar (que representa
cerca de 35% do endividamento
do setor), particularmente,
para as empresas com
compromissos a vencer no curto
prazo.
Passada a fase de adaptação e
ajustes à nova realidade trazida
pela pandemia, é tempo de acelerar
a transformação e a inovação
das organizações do setor
sucroalcooleiro. A pandemia não
só amplificou os sinais de ruptura
que vinham se formando no mercado
de combustíveis para fins
de transportes no mundo inteiro,
como trouxe mudanças estruturais
e desafios, entre os quais, os
preços de equilíbrio a médio prazo,
mas também oportunidades
para o setor sucroalcooleiro no
país. E para enfrentar os desafios
será necessária uma mudança
radical na forma de produzir em
direção à transformação digital
das operações e na cultura das
organizações frente à inovação
nos modelos de negócios.
Quanto mais avançada a organização
estiver nessa jornada de
transformação digital e inovação,
maior a resiliência e maior o potencial
de crescimento no futuro
(orgânico e inorgânico). Essa
transformação se dará tanto no
campo, como no processamento
e no backoffice, portanto, estamos
falando da Agrícola 4.0, Indústria
4.0 e Backoffice 4.0. No
primeiro momento, essa transformação
está se concentrando na
Quanto mais avançada a organização estiver nessa
jornada de transformação digital e inovação, maior a
resiliência e maior o potencial de crescimento no futuro
melhoria da eficiência operacional,
redução de custos e melhoria
do nível de compliance das usinas,
mas as oportunidades não
pararam aqui e o movimento seguinte
se dará na monetização de
dados através de ecossistemas
próprios ou compartilhados e,
por fim, na gestão de plataformas
digitais colaborativas, alavancando
novos modelos de negócios
e abrindo um novo horizonte
para o crescimento.
Em outras palavras, um novo
mundo de oportunidades está se
abrindo para o agronegócio e
para o setor sucroalcooleiro.
Quem sair na frente terá o privilégio
de colher os frutos primeiro,
tornando-se referência para o
mercado. Não estamos falando
de uma corrida de 100 metros,
mas sim de uma maratona, que
exigirá não só domínio de novas
tecnologia digitais, mas uma mudança
no modelo mental. Tratase
de uma transformação cultural
digital profunda nas empresas do
setor nos próximos anos
(*) Giovana Araújo é sócia líder
de agronegócio da KPMG e
Martiniano Lopes é sócio de
consulting da KPMG
2
Jornal Paraná
PORTARIA
Usinas do PR têm que
criar plano para colheita
O prazo vai até o dia 15 de março ou 30 dias antes do início da
colheita, no caso das unidades que começam a moer mais cedo
Todas as indústrias sucroenergéticas
em
operação no Paraná
têm até o dia 15 de
março para apresentar ao governo
do Estado um plano de
ação especificando as áreas de
colheita de cana-de-açúcar, especialmente
as de queima controlada
para despalha, que é a
eliminação, pelo fogo, da quantidade
natural de palha que reveste
as plantas, prática que
facilita o corte manual. E no
caso das usinas que pretendem
iniciar a moagem da cana
de forma antecipada ao início
oficial da colheita, 1 de abril,
como é costume no Estado,
estas devem submeter o plano
de ação com antecedência mínima
de 30 dias da colheita.
A medida faz parte de uma
portaria (IAT Nº 357) publicada
no final do ano passado pelo
Instituto Água e Terra (IAT), órgão
ambiental paranaense resultado
da incorporação do Instituto
de Terras, Cartografia e
Geologia (ITCG) e do Instituto
das Águas do Paraná (Águas
Paraná) pelo Instituto Ambiental
do Paraná (IAP). A Alcopar
acompanhou a elaboração do
conteúdo da portaria, tornando-a
de fácil entendimento por
parte das usinas e possível de
ser colocada em prática nos
prazos determinados.
“Na verdade, as usinas paranaenses
já entregavam um cronograma
de colheita de toda a
safra. Com essa portaria, o que
o Estado quer é destacar as
áreas onde ainda é feita a queima
controlada da cana, para
fiscalizar de forma mais fácil o
cumprimento dos protocolos
ambientais”, afirma o presidente
da Alcopar, Miguel Tranin.
Outra mudança é que antes relatório
das usinas era geral,
contemplando a situação de
todas as usinas, e agora passa
a ser individual, de cada unidade
industrial.
O plano de colheita deve incluir
uma série de informações técnicas,
como dados de georreferenciamento,
quantitativo de
área, declividades e outros detalhes
exigidos pelo IAT. O que
torna o documento um referencial
denso e complexo de
ser levantado de última hora. E
apesar de a portaria publicada
pelo governo não prever uma
penalidade específica para as
usinas que deixarem de submeter
o plano de ação no
prazo estipulado, o poder público
pode impor punições
como multas, embargos, suspensão
da licença de operação
e até a responsabilização
criminal da empresa e administradores.
“As usinas paranaenses têm
cumprido à risca toda a legislação
ambiental especificada
para o setor e tem até mesmo
se antecipado aos prazos estipulados”,
afirma Tranin, citando
que a mecanização da colheita
de cana-de-açúcar avança
no Paraná mais rápido do
que o esperado. A meta prevista
para 2020 no decreto estadual
10068/14, editado em 6
de fevereiro de 2014, era que
60% das lavouras de cana no
Estado já estivessem mecanizadas
no ano. O percentual, entretanto,
já ultrapassava os
80% das lavouras colhidas
sem queima, acrescenta.
Os três grandes grupos sucroenergéticos
no Estado: a Usina
Usinas paranaenses têm cumprido toda legislação ambiental
Santa Terezinha, que tem 10
unidades no Paraná e um
greenfield no Mato Grosso, a
Usina Alto Alegre, que possui
três unidades no Paraná e uma
em São Paulo, e a Usina Melhoramentos,
que conta com
duas unidades no Estado, já
não efetuam mais queimadas
para facilitar o corte da cana,
tendo mecanizado toda a colheita,
sem contar a forte mecanização
ocorrida nas demais
unidades industriais do setor
sucroenergético paranaense,
comenta Tranin.
O decreto estabeleceu prazos e
procedimentos para a adequação
ambiental das usinas, por
conta do relevo mais acidentado
e o grande número de pequenas
propriedades característicos
do Paraná, que dificultariam
a substituição do corte
manual para o corte mecanizado
da cana. O prazo também
foi necessário para que houvesse
a substituição gradativa
da mão de obra ocupada com
o corte manual, evitando maiores
problemas sociais. Foi fixado
um cronograma para o
término gradativo da queima
controlada da cana. O prazo
para que todas as lavouras mecanizáveis
de cana-de-açúcar
no Estado sejam colhidas de
forma mecanizada, sem queima,
é 2025, e em 2030, as
não-mecanizáveis. “Mas, as
usinas paranaenses tendem a
atingir a meta antes do prazo
estabelecido pela resolução do
IAT”, acredita o presidente da
Alcopar.
O documento deverá ser cadastrado
no endereço eletrônico
www.iat.pr.gov.br/Pagina/
Planode-Acao-Usinas. Para o
preenchimento dos dados, o
IAT disponibiliza uma planilha
no mesmo endereço.
Jornal Paraná 3
DIVERSIFICAÇÃO
Usinas impulsionam
produção de biogás em 2021
Diagnóstico do mercado realizado pela ABiogás mostra
potencial de produção de 57,6 milhões de m³/dia
Osetor sucroalcooleiro
vai impulsionar a
produção de biogás
no país a partir deste
ano, segundo projeção da Associação
Brasileira do Biogás
(ABiogás), que traçou um
diagnóstico do setor que pode
ser visto no infográfico
“Biogás no Brasil: Conhecendo
o Mercado no País”.
(https://abiogas.org.br/biblioteca/).
“A produção de biogás,
dando uma utilidade mais
nobre e rentável ao resíduo do
processo de fabricação do
etanol e do açúcar, é uma
opção interessante para as
usinas, mais uma alternativa
para cogeração e fonte de recursos”,
afirma Miguel Tranin,
presidente da Alcopar.
De acordo com os dados
compilados pela ABiogás, as
usinas sucroenergéticas representam
um potencial de
produção de 57,6 milhões
m³/dia. Em seguida, aparecem
como fontes principais a proteína
animal (35 milhões
m³/dia), a produção agrícola
(18,1 milhões m³/dia) e o saneamento
(6,1 milhões m³/
dia). Se todo este potencial
fosse utilizado, o Brasil poderia
suprir 34,5% da demanda
de energia elétrica e 70% da
demanda de diesel.
Segundo o presidente da
ABiogás, Alessandro Gardemann,
a aposta nas usinas sucroenergéticas
vem da recente
inauguração, em 2020, da primeira
usina do país a utilizar,
além da vinhaça, a torta de filtro,
resíduos da produção de
cana-de-açúcar, para a produção
de biogás em escala comercial.
“Acreditamos que
outras usinas pelo país vão
começar a investir nesta tecnologia,
conferindo aproveitamento
energético para resíduos
que até então eram subaproveitados”,
comentou.
Com 21 MW de capacidade
instalada, a usina Raízen Geo
Biogás, localizada em Guariba
(SP), arrematou contratos no
leilão A-5 da Agência Nacional
de Energia Elétrica (Aneel) de
2016 e começa a fornecer
energia elétrica ao Sistema Interligado
Nacional (SIN) ainda
em janeiro.
Segundo levantamento realizado
pela ABiogás, em 2020
entraram em operação 69
novas usinas de geração de
energia elétrica movidas a biogás,
sendo uma delas híbrida
agregando geração solar fotovoltaica.
As plantas totalizam
pouco mais de 50 MW de capacidade
instalada. Mais da
metade dos novos empreendimentos
estão na agropecuária
e são enquadrados como micro
e mini geração distribuída.
Houve ainda a partida de projetos
de purificação de biogás
para biometano.
Atenta ao imenso potencial do
segmento sucroenergético para
produção de biogás e biometano,
a ZEG Biogás estabeleceu
parcerias com foco
nesse aproveitamento. A companhia
se uniu ao Grupo Tereos,
da França, para estudar
a viabilidade econômica da
produção de biogás a partir da
vinhaça proveniente da usina
Cruz Alta, em Olímpia, no noroeste
de São Paulo, pertencente
ao Tereos. As
companhias também estabeleceram
um acordo para constituir
uma Sociedade de
Propósito Específico (SPE)
para comercializar biocombustíveis
e eletricidade, que já
recebeu aval do Conselho
Administrativo de Defesa Econômica
(Cade).
Destaca-se, ainda, o projeto
“Cidades Sustentáveis” realizado
em parceria entre a Cocal
Energia, outra usina sucroenergética
pioneira que está puxando
investimentos do setor
em biogás, e a GasBrasiliano,
distribuidora de gás canalizado
do noroeste paulista.
A unidade terá capacidade de
produzir 8,9 milhões Nm³/ano
(cerca de 24 mil m³/dia) de
biometano a partir dos resíduos
da cana-de-açúcar (torta
de filtro, vinhaça e palha). O
projeto inclui uma rede dedicada
para a distribuição de
biometano para os municípios
de Narandiba, Pirapozinho e
Presidente Prudente, todos no
interior de São Paulo, e beneficiará
mais de 227 mil pessoas.
Produto dá uso mais
nobre e rentável ao
resíduo do processo
4
Jornal Paraná
DESEMPENHO
Santa Terezinha premia
mais de 1.000 funcionários
Os vencedores participaram da UST Cup, programa voltado
à pontuação de performance agroindustrial
Mesmo frente à desafios
como a seca
e a pandemia
do Covid-19, a
equipe da Usina Santa Terezinha
entrou em campo, mostrou
suas habilidades, driblou
as adversidades e atingiu resultados
positivos em todas
as etapas do processo produtivo
da cana-de-açúcar. Tratase
da UST Cup, programa
voltado à pontuação de performance
agroindustrial que
alcançou mais de 8.000 funcionários.
A apresentação dos resultados
do programa foi realizada via
on-line, durante a “Live dos
Campeões”. "Nós conseguimos
atingir o nosso objetivo
com a Live, que teve uma entrada
da Usina Santa Terezinha
em cada lar", afirma Leonardo
Cintra, diretor agroindustrial do
Cluster UST Norte. Ao longo da
apresentação, foram identificadas
as melhores equipes de
cada processo das unidades
produtivas, destacando-se: Formação,
Tratos Culturais, Automotiva,
Indústria e Administrativo/Apoio.
Foram divulgados ainda os resultados
das melhores frentes
e melhores motoristas dos times
Colheita e Transporte. Ao
todo, mais de 1.000 campeões
foram premiados e levaram para
casa prêmios como televisores,
kits churrascos e bonés
personalizados. "É muito gratificante
premiar e beneficiar o
funcionário e sua família em
seus lares", diz Paulo Soares,
diretor de Planejamento Agroindustrial.
A safra 2020/21 foi um período
no qual as engrenagens
da empresa não pararam de
rodar e, sendo assim, foi necessário
investir na inovação
e na criatividade para engajar
as equipes a atingir as metas.
A partir dessa ideia, a UST
Cup, que possui quatro pilares:
Segurança, Performance,
Custo e Qualidade, trouxe
maior integração entre as
equipes e despertou em cada
funcionário o espírito vencedor
e o orgulho de pertencer à
empresa. “Criamos a UST
Cup com a necessidade de
provocar nossos funcionários
a se desafiarem, num ambiente
de competição sadio,
tendo como objetivo os nossos
quatro pilares”, explica
José Geraldo Machado, diretor
agroindustrial do Cluster
UST Sul.
E um dos principais objetivos
da UST Cup, que é a integração
entre as equipes, foi alcançado
com sucesso. "A
dedicação é de todos, um
ajuda o outro", relata o motorista
canavieiro da Unidade
Iguatemi (Maringá/ PR), Juvenil
Antônio Santana. Talita
Oliveira Matos, analista ad- mi
nistrativo da Unidade Terra
Rica/ PR, também se orgulha
em ter participado do
programa. "Sinto gratidão e
felicidade de poder representar
a equipe feminina", completa.
A Usina Santa Terezinha
possui operações no Paraná
e Mato Grosso do Sul por
meio de sete unidades produtivas
ativas, mais escritório
Corporativo e Terminal
Logístico.
CONTRATAÇÃO - A empresa
está contratando profissionais
para a safra 2021/2022 e os
currículos podem ser cadastrados
pelo site: https://usinasantaterezinha.gupy.io/
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Jornal Paraná
EVENTO
Cooperintegra é
sucesso e atinge objetivos
Comunidade pode conhecer as atividades desenvolvidas pela usina e as
novas tecnologias utilizadas, além de receber orientação profissional
No último dia 29 de janeiro, a
Cooperval Cooperativa Agroindustrial
Vale do Ivaí Ltda, de
Jandaia do Sul, com apoio da
Prefeitura Municipal, promoveu o CooperIntegra
no município. Trata-se de um
evento com a finalidade de demonstrar
um pouco das atividades desenvolvidas
pela usina e as novas tecnologias utilizadas,
buscando integrar empresa e comunidade.
O evento também é uma oportunidade
de ofertar à comunidade orientação profissional
com uma psicóloga, bem como
captação de currículos para contratações
no início de safra. Na avaliação da
diretoria, o evento foi um sucesso, atingindo
plenamente os objetivos, com um
grande público presente, tudo seguindo
todos os cuidados dentro das normas e
protocolos de segurança em prevenção
ao novo coronavírus.
Idealizado pela área de Recursos Humanos
da cooperativa, o CooperIntegra
contou com apoio de todos os setores
da cooperativa, inclusive na disponibilização
dos profissionais para explicar
às pessoas que passaram pelo stand
um pouco sobre suas atividades no dia
a dia.
8
Jornal Paraná
DESCARBONIZAÇÃO
Cooperval pode emitir
e comercializar CBios
A usina obteve a Aprovação de Emissão de Certificado da Produção
Eficiente de Biocombustíveis e tem potencial, por safra, de 60.000 créditos
ACooperval Cooperativa
Agroindustrial
Vale do Ivaí Ltda,
com sede no município
de Jandaia do Sul, obteve
Aprovação de Emissão de
Certificado da Produção Eficiente
de Biocombustíveis
junto a Agência Nacional de
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
– ANP, para
emissão dos CBios.
A nota obtida foi superior a
65,2 gCO2eq/MJ, tendo mais
de 52% de elegibilidade, na
categoria planta Flex, de todo
etanol produzido a partir da
cana-de-açúcar e do milho.
O potencial de CBios por safra
é de 60.000 créditos, que
serão comercializados em
ambiente regulado (B3) para
os distribuidores e importadores
de combustível.
Em todo o Brasil, o estoque de
créditos de descarbonização
(CBios) disponíveis para negociação
na B3 totalizou 6,13
milhões no final de janeiro, ou
seja, o equivalente a quase
25% da meta prevista para o
ano. O montante resulta da
soma do saldo disponível de
2020 com o volume que entrou
no mercado no primeiro
mês do ano.
Durante 2020, os produtores
de biocombustíveis disponibilizaram
na B3 mais de 18,58
milhões de CBios. A parte
obrigada adquiriu 14,61 milhões
de CBios no período,
mantendo disponível para negociação
no primeiro pregão
de 2021 um total de 3,97 milhões
de créditos.
Outros 2,16 milhões de CBios
entraram na B3 no primeiro
mês de 2021. Nesse período,
os distribuidores de combustíveis
adquiriram 744,70 mil
créditos, somados aos 260
mil que já detinham, totalizando
1,00 milhão de CBios.
O preço médio do crédito variou
entre R$ 30,00 e R$
35,70.
De acordo com os dados preliminares
publicados pela ANP,
do dia 1º até 24 de janeiro, foi
registrada a emissão de lastro
para 1,96 milhão de CBios
(soma dos CBios escriturados
e dos pré-CBios das Notas
Fiscais já validadas).
A meta compulsória para o
ano de 2021 foi definida em
24,86 milhões de CBios a
serem adquiridos pela parte
obrigada, conforme a resolução
do Conselho Nacional de
Política Energética (CNPE) nº
8 de agosto de 2020, publicada
no Diário Oficial da
União.
A Política Nacional de Biocombustíveis
– RenovaBio foi
desenhada para atingir parte
das metas de redução de
emissões de Gases de Efeito
Estufa (GEE) estipuladas pelo
Brasil no âmbito do Acordo
de Paris. O programa compara
a pegada de carbono
dos diferentes biocombustíveis
em seu ciclo de vida (da
produção à combustão no
veículo) para mensurar a redução
de emissões proporcionada
frente à alternativa
fóssil e estabelece metas decenais
de descarbonização,
que são cumpridas com o
aumento do uso de combustíveis
renováveis e a comer-
Jornal Paraná 9
DOIS
PONTOS
Crescimento
O crescimento do consumo
de gasolina e a queda na
demanda de etanol hidratado
são explicados, entre
outros fatores, pela maior
recuperação das vendas de
combustíveis leves na região
norte-nordeste, onde a
competitividade do biocombustível
é menor. Ao contrário
dos combustíveis leves,
o consumo de diesel fechou
2020 com saldo positivo
sobre 2019. No acumulado
de 2020, o consumo
de diesel totalizou
57,47 bilhões de litros, com
um acréscimo mínimo de
0,30% frente as vendas de
2019.
Diesel verde
Consumo
Dados publicados pela
Agência Nacional do Petróleo,
Gás Natural e Biocombustíveis
(ANP) apontam
que em 2020, o volume total
de combustíveis leves comercializado
foi de 49,3 bilhões
de litros de gasolina
equivalente, o que representa
uma retração de 8,6%
em relação a 2019. O consumo
de etanol hidratado fechou
o ano com redução de
14,58%, com total de 19,26
bilhões de litros. Já a demanda
por gasolina retraiu
6,13% no acumulado de
2020.
A Associação Brasileira das
Indústrias de Óleos Vegetais
(Abiove) defendeu em reunião
com o governo federal
que o mandato de biodiesel
seja “apenas de biodiesel”,
e que o chamado “diesel
verde” seja estimulado em
política própria. A manifestação
ocorre em momento
em que a Petrobras e outros
agentes representados pelo
Instituto Brasileiro de Petróleo
e Gás (IBP) pleiteiam a
regulamentação do chamado
“diesel verde” e sua
inserção nos mandatos de
mistura obrigatória. O setor
de biodiesel defende, contudo,
que o diesel coprocessado
não pode ser
comparado ao biocombustível,
que é 100% feito a partir
de produtos renováveis.
Mistura
Na safra 24/25 de cana, a
Índia deverá adicionar 20%
de etanol à gasolina. A meta
foi antecipada, quando se
previa para 2030. Na safra
atual é de 8,5% e na próxima
será de 10%. Além da
perspectiva ambiental, que
retira mais poluente da atmosfera
com um blend
mais elevado de anidro, é
A Índia deve produzir 30,2
milhões de toneladas de
açúcar em 2020/21, cerca
de 2,6% abaixo de uma estimativa
anterior, após a produtividade
da cana e o índice
de açúcar recuperável terem
caído em importantes Estados
produtores. A Índia é o
Índia
uma boa notícia para o açúcar.
A Índia luta com um
sistema produtivo arcaico,
com milhões de pequenos
produtores e centenas
de usinas, que necessitam
de subsídios da produção
à exportação, de
modo que infla a oferta global
de açúcar e pressiona
os preços.
segundo maior produtor de
açúcar do mundo e o maior
consumidor da commodity.
Alysson Paulinelli, ex-ministro
da Agricultura de 1974 a
1979, foi oficialmente indicado
para o Prêmio Nobel
da Paz. O comitê norueguês
do Nobel em outubro, delibera
sobre o vencedor, que
será contemplado em dezembro,
em Oslo, na Noruega.
Seu trabalho à frente
Nobel da Paz
do ministério mudou a face
da agricultura brasileira ao
estruturar a Embrapa, o que
possibilitou que o país
criasse tecnologia única,
moderna e sustentável. Paolinelli
liderou a guinada do
setor, que tirou o Brasil da
condição de importador de
alimentos para transformálo
em um dos maiores produtores
mundiais, exportando
para mais de 120
países e tendo papel decisivo
no combate à fome do
planeta. Uma façanha creditada
a esse período foi a
incorporação ao processo
produtivo dos solos pobres
dos cerrados.
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Jornal Paraná
Newsletter
Começou a circular o newsletter
Ciência da Cana, produzida
pelo CTC - Centro de
Tecnologia Canavieira. A publicação,
distribuída por e-
mail e redes sociais, traz
artigos e vídeos sobre estudos
científicos e pesquisas
desenvolvidas em todo o
ciclo da lavoura, da bancada
dos laboratórios às usinas. O
objetivo é contribuir para o
avanço do debate científico,
visando o avanço sustentável
da cana. www.cienciadacana.com.br
O governo brasileiro agendou
para 25 de junho de
2021 dois leilões para a viabilização
de novos projetos
de geração de energia, de
acordo com publicação no
Diário Oficial da União. As
Leilões
chamadas licitações A-3 e
A-4, que visam contratar a
produção futura de novas
usinas para atendimento à
demanda das distribuidoras
de eletricidade, que suprem
o consumidor final, serão realizadas
de forma sequencial,
no mesmo dia. Os empreendimentos
contratados
no A-3 e no A-4 deverão começar
a operar a partir de janeiro
de 2024 e janeiro de
2025, respectivamente.
Metas de CBios
As distribuidoras de combustíveis
do Brasil aposentaram,
até o fim de 2020,
14.535.334 créditos de descarbonização
(CBios) adquiridos
no âmbito do programa
RenovaBio, informou a
Agência Nacional do Petróleo,
Gás Natural e Biocombustíveis
(ANP). A cifra
corresponde a 97,6% das
metas estabelecidas para o
período 2019/2020. Cada
crédito, com emissão por
produtores de etanol e biodiesel,
representa uma tonelada
de dióxido de carbono
que deixa de ser emitida. As
distribuidoras de combustíveis
são obrigadas a comprá-los
conforme metas
anuais.
A Petrobras (PETR4) registrou
recordes em sua produção
anual de petróleo e na produção
total de 2020, que considera
tanto óleo quanto gás
natural. Segundo a estatal, no
ano passado foram produzidos,
respectivamente, 2,28
milhões de barris por dia (bpd)
Petrobras
de petróleo e 2,84 milhões de
barris de óleo equivalente por
dia (bpd), superando o recorde
anterior, de 2015. A Petrobras
acrescentou que a
produção no pré-sal totalizou
1,86 milhão de boed em 2020,
sendo responsável por 66%
do bombeamento total da empresa.
No ano passado,
apoiado por uma firme demanda
externa e o dólar favorável
para exportação, o Brasil
registrou recorde no volume
de petróleo enviado ao exterior,
com 70,6 milhões de toneladas,
alta de 18,5% na comparação
com 2019.
Jornal Paraná 11