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Hoja en pdf - La Hoja del Titiritero

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Em cada sutileza dos ambi<strong>en</strong>tes, nas mesas para as refeições preparadas com simplicidade e beleza, onde não faltava<br />

uma música, um perfume, uma vela, uma luz difer<strong>en</strong>te, dando a cada dia e noite um novo rol de s<strong>en</strong>sações, que <strong>en</strong>che o<br />

espírito de alegria e da certeza do quanto a vida é bela, o quanto é bom está ali, a vontade de ser sempre assim: viver a<br />

arte, com beleza e simplicidade.<br />

Paulo Balardim eu já tinha ouvido falar, quando recebi uma apostila numa Oficina de Teatro de Bonecos em 2006, em<br />

Floriano, no Piauí. Havia uma citação <strong>del</strong>e na apostila, que sempre me marcou... Algo sobre uma discussão, uma defesa<br />

do teatro de bonecos ser repres<strong>en</strong>tação teatral e a repres<strong>en</strong>tação teatral ser a existência humana dialogando consigo<br />

mesma. Conhecer a pessoa por trás da ideia é uma experiência inusitada! Um artista extremam<strong>en</strong>te capaz, e um ser<br />

humano acolhedor e simples, sempre construindo alguma coisa, pondo um tijolo em algum lugar, um “Operário do<br />

Universo”, sempre revirando e transformando as coisas ao seu redor. Parece que o Mundo é o atelier de Balardim.<br />

Tivemos ainda a alegria de conhecer Mário de Ball<strong>en</strong>ti (Cia. Caixa do Elefante), que veio nos visitar e conhecer do muito<br />

que apr<strong>en</strong>demos e construímos durante o curso.<br />

Algo que considero de muito valor no Curso Viv<strong>en</strong>cia no Teatro de Sombras foi também a condução da seleção na<br />

bolsa... Esta ideia de desc<strong>en</strong>tralizar as oportunidades e garantir a formação de um grupo heterogêneo, vindo de<br />

experiências muito distintas, unidos para dias de trocas. Isso pot<strong>en</strong>cializa muito o apr<strong>en</strong>dizado e me sinto profundam<strong>en</strong>te<br />

marcado por este tempo de convivência com meus colegas. Discutir a situação profissional do ator no mercado de<br />

trabalho hoje, com Ana Paula Brasil (RJ); inspirar-se na busca incessante pela coisa bem feita em Ivan Farias (RJ), um<br />

artista acima de tudo inquieto; a s<strong>en</strong>sibilidade aflorada e contagiante de Luana Mara (SP); a experiência e histórias de<br />

vida de Lia Celeste (Chile); o artista completo e colaborativo, em Víctor Navarro (México) - o que o Víctor não consegue<br />

fazer?; as descobertas partilhadas por Bethielle, que consegue traduzir nos seus s<strong>en</strong>tim<strong>en</strong>tos, o s<strong>en</strong>tim<strong>en</strong>to do grupo<br />

todo. Eu vim de uma experiência de “mochilar”por comunidades do Nordeste com Bonecos, me apres<strong>en</strong>tando e<br />

<strong>en</strong>sinando o pouco que sei em associações locais. Espero mesmo que minhas viv<strong>en</strong>cias t<strong>en</strong>ham somado com este<br />

grupo, pois eu levei muito de cada um comigo.<br />

P<strong>en</strong>so que a UNIMA está no caminho certo quando p<strong>en</strong>sa em formar grupos vindos de “escolas de vida e arte” tão<br />

difer<strong>en</strong>tes. Isso aum<strong>en</strong>ta a dialética do grupo, int<strong>en</strong>sifica as trocas e faz da formação um divisor de águas para a vida do<br />

artista que <strong>del</strong>as participam.<br />

Meu futuro no Teatro de Sombras...<br />

E se esta coisa pega no Nordeste? Vai ser uma coisa linda, que não tem quem segure, g<strong>en</strong>te!<br />

Para o futuro, sim! Eu me vejo faz<strong>en</strong>do Teatro de Sombras!<br />

Aqui e acolá me pego “brincando” com minha sombra, curtindo mais a escuridão do quarto, de onde emergem ideias<br />

fantásticas. Achei qualquer coisa de ligação <strong>en</strong>tre as “Sombras e Luz” e o preto e branco simples da Xilografia que ilustra<br />

o Cor<strong>del</strong> Nordestino. Me imagino em breve contando histórias com teatro de sombra e luz, em silhuetas esteticam<strong>en</strong>te<br />

xilografadas. Acho que meu projeto de pesquisa pessoal vai ser para este rumo.<br />

O nordestino é um contador de história. Basta lembrar de Luiz Gonzaga, que adorava desfiar histórias nos foles da<br />

sanfona (e haja Karolina - com K, Seu Januário, Samarica Parteira, as presepadas de seu Lula), basta lembrar da poesia<br />

de Patativa do Assaré, rasgando no verso e na prosa a vida do povo.<br />

Quando me pego dialogando com as Sombras, elas começam a me contar histórias... Ou sou eu <strong>en</strong>contrando histórias<br />

nelas? ...Ou são elas ap<strong>en</strong>as o canal de repres<strong>en</strong>tação de uma história que eu estou contando? Não sei. Sei que é muito<br />

mágico e que eu t<strong>en</strong>ho a oportunidade de, ao voltar para o Nordeste, tornar mais pres<strong>en</strong>te o Teatro de Sombras por lá.<br />

Acho que vai pegar. Que vai dar certo. E vai frutificar coisas incríveis!

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