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FISCALIDAD, MEDIO AMBIENTE Y COHESIÓN SOCIAL EN ... - ielat

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Mª Eugenia Claps y Pedro Pérez (Coords). Fiscalidad, medio ambiente…<br />

(IELAT – Diciembre 2011)<br />

primeiros artigos publicados no Pedro. As suas preocupações, desenvolvidas num quadro<br />

de higienismo típico da época, vão desde a relação entre a habitação deficiente e a<br />

mortalidade, não esquecendo as diversas tentativas para construção de habitação social, até<br />

às soluções de beneficência institucional. Neste campo, mostra a sua simpatia pelas<br />

soluções da sociedade civil, nomeadamente pelas associações, incluindo nestas as creches<br />

de S. Vicente de Paulo no apoio às famílias operárias, abordando ainda as instituições<br />

penitenciárias e a discussão do seu papel supostamente regenerador.<br />

Instrução -Há em Rodrigues de Freitas a consciência e a denúncia de um estado de atraso<br />

de Portugal em relação a outros países. Essa consciência é particularmente acesa no campo<br />

da instrução pública, cujo estado considera "uma das maiores provasde que somos uma das<br />

nações que marcham mais vagarosamente". Mas não é uma denúncia meramente de<br />

combate político ou apenas ideológica. Evidencia uma grande preocupação pelo problema,<br />

não se fixando na crítica e fazendo, sobretudo, múltiplas sugestões no sentido de tornar<br />

operativas as medidas legislativas que, consagrando desde os primeiros tempos liberais a<br />

obrigatoriedade e a gratuitidade do ensino, se ficavam por resultados que apontavam para<br />

taxas de analfabetismo das maiores da Europa, para a falta de cobertura do parque escolar<br />

em numerosas localidades e por rotinas enraizadas de fuga à escolaridade. Sendo um liberal<br />

clássico, logo defensor de um Estado mínimo, Rodrigues de Freitas encontra, naturalmente<br />

aqui espaço para a acção do Executivo, sendo interessantes as suas considerações neste<br />

domínio contraditório da obrigatoriedadedo ensino e dos seus custos: "Queremos a<br />

instrucção primária gratuita e obrigatória; mas obrigatória para quem puder aprender, e<br />

gratuita para quem não puder pagar; fora disto nem se compreende a obrigação, nem a<br />

gratuitidade é fácil de realizar". E depois de dissertar sobre o princípio de mutualidade que<br />

impregna o Estado, conclui que "em poucas condições se é tão digno de auxílio, como<br />

naquela em que se encontra uma família quando não pode dar aos filhos alimento espiritual;<br />

então a gratuitidade do ensino é ao mesmo tempo uma obra de filantropia e uma<br />

conveniência pública" (C. P., 30.08.1879).<br />

A preocupação da eficácia social do ensino acompanha-o em todos os artigos apresentados,<br />

não deixando de ser, nesta perspectiva, um defensor do alargamento das ciências puras e<br />

aplicadas e do estudo das línguas modernas em detrimento do grego e latim no ensino<br />

secundário, que não aceita identificar com instrução profissional. Esta, nas vertentes da<br />

instrução industrial e comercial, atenta a sua especificidade, deveria tornar-se num pilar<br />

fundamental da sociedade, como única via para progredirmos em termoseconómicos, tal<br />

como o tentara Passos Manuel em 1836. Mas a sua preocupação pelo ensino começa pela<br />

Instituto de Estudios Latinoamericanos – Universidad de Alcalá |<br />

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