22.05.2023 Views

Fatores Humanos e Organizacionais da Segurança Industrial - FHOSI-portugues-v2_Maio-2014

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Fatores Humanos e Organizacionais da Segurança Industrial

Os automatismos não substituem o humano...

Um motorista não engata ré quando ele vê que um pedestre está prestes a passar atrás do

carro. O condutor interpreta a intenção do pedestre, ao passo que o radar simplesmente

detectaria sua presença.

A atividade humana recupera numerosos erros, seja individualmente seja coletivamente.

Os seres humanos aprendem com as situações vividas e desenvolvem sua capacidade

individual e coletiva para enfrentar situações similares.

O especialista

conhece a sequência

da história!

É necessário compreender os mecanismos dessa contribuição para a confiabilidade afim de se

analisarem os casos nos quais ocorrem falhas nessa contribuição.

Dizer que um “erro humano” é a causa de um acidente é uma limitação que não favorece a

prevenção:

Os especialistas que determinam que um erro foi cometido não estão na mesma situação

que aquele que o comete: eles conhecem a sequência da história e dispõem de

informações que não aquelas que conduziram à decisão errada!

O erro só conduziu a um acidente porque, naquele dia, ele não foi recuperado. Uma

mesma e errônea ação pôde se produzir numerosas vezes sem consequências graves,

se as “barreiras” técnicas e organizacionais tiverem funcionado. A ocorrência de um

acidente coloca em evidência falhas no conjunto das barreiras.

O erro de um operador não pode engendrar um acidente a não ser que se associe a

numerosos outros fatores técnicos e organizacionais, dos quais alguns são permanentes.Os

erros de concepção se traduzem por “erros latentes”, ou seja, por configurações

em que é muito provável que um erro de execução seja cometido um dia.

O erro pode ser latente

Se um software na França utiliza a maneira americana de afixação de datas, é provável que

alguém vá interpretar o dia 12/03/2008 como 12 de março e não como o 3 de dezembro.Se

a indicação for do tipo “Em obra, acesso interditado até 12/03/2008”, as consequências

podem ser graves.

Um erro é sempre

involuntário.

São as mesmas propriedades próprias do ser humano e de sua atividade que permitem

sua contribuição para a confiabilidade e que, às vezes, conduzem a uma fonte de não

confiabilidade.

Um erro é sempre involuntário e deve ser diferenciado de uma violação que é voluntária (mas

não necessariamente repreensível).

A violação é voluntária

Quando existem obras na estrada, não temos outra possibilidade senão ultrapassar a faixa

contínua, caso ela não tenha sido apagada. Trata-se, assim, de uma "violação".

A palavra “falta” 5 é, por vezes, utilizada em francês para traduzir a palavra inglesa “fault”, que

significa falha. Ela introduz uma noção moral ou jurídica, que, muitas vezes, torna obscura a

compreensão do que se passou e pouco contribui para a prevenção.

Uma política de sanções, que penaliza erros e violações, sem refletir sobre a intenção do operador

e as circunstâncias nas quais ele se encontrava, é contraprodutiva do ponto de vista da

segurança.

Os coletivos

profissionais

podem melhorar

a segurança.

A contribuição dos coletivos de trabalho

Os coletivos profissionais (de produção, de manutenção, etc.) podem trazer uma contribuição

importante para a segurança:

Eles constituem uma barreira no que diz respeito aos erros susceptíveis de serem

cometidos por um dos seus membros (detecção e recuperação).

5

Em francês, como em português, a palavra “falta” é utilizada no sentido de “culpa” [N.T.].

10

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!