REVISTA CONNESSIONE - EDIÇÃO XV - FEVEREIRO DE 2022

CENTENÁRIO DA SEMANA
DE ARTE MODERNA
DE 1922
Sueli Gushi
Em 1922, quando a Independência do país
completava cem anos, o Brasil e o mundo
passavam por diversas modificações sociais,
políticas e econômicas (advento da
industrialização, fim da Primeira Guerra
Mundial).
Até o início do século XX, a escola artística
tida como oficial no Brasil era o Parnasianismo,
caracterizado pelo rigor formal
, pela proposta da “arte pela arte” e pelo
academicismo e elevada erudição, o Parnasianismo
havia sido a tendência estética
dominante até então, especialmente na poesia,
figurando em textos oficiais, como o
Hino Nacional Brasileiro.
Um dos marcos do início do Movimento
Modernista Brasileiro que mudaria o cenário
cultural brasileirto, foi a Exposição
de Pintura Moderna – Anita Malfatti, que
ocorreu em 1917, em São Paulo. Cinquenta
e três obras da pintora foram apresentadas
ao lado de obras de artistas internacionais
ligados às vanguardas europeias. As telas
impressionaram nomes que liderariam, depois,
a Semana, como Mário de Andrade,
Oswald de Andrade, Menotti del Picchia e
Di Cavalcanti.
Mas a exposição também causou grande
desaprovação da crítica conservadora, em
especial Monteiro Lobato, que publicou
uma crítica extremamente negativa, intitulada
“Paranóia ou mistificação?”. Com
traços expressionistas, Malfatti trouxe ao
Brasil uma nova estética, em exposição
considerada o primeiro “estopim” para a
idealização da Semana.
A Semana de Arte Moderna foi a manifestação
artístico-cultural que ocorreu no
Theatro Municipal de São Paulo entre os
dias 13 a 18 de fevereiro de 1922, e foi um
marco que revolucionou todo o conceito de
cultura e arte no Brasil.
Com diversas apresentações de dança, música,
recital de poesias, exposição de obras
- pintura e escultura - e palestras, os artistas
envolvidos propunham uma nova visão
de arte, a partir de uma estética inovadora
inspirada nas vanguardas europeias, buscando
uma renovação social e artística no
país.
O evento chocou parte da população conservadora
da época, e trouxe à tona uma
nova visão sobre os processos artísticos,
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