REVISTA CONNESSIONE - EDIÇÃO XV - FEVEREIRO DE 2022
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Villa-Lobos . Espalhadas pelo saguão do
Teatro Municipal de São Paulo, várias pinturas
e esculturas provocam reações de espanto
e repúdio por parte do público.
No segundo dia de apresentações, a nova
literatura provocou irritação e algazarra no
público presente. Destacam-se a palestra
de Mario de Andrade, cujo texto depois se
tornaria a publicação “A escrava que não
é Isaura”, em que o autor defende enfaticamente
o abrasileiramento da língua portuguesa,
e a conferência sobre a estética
moderna proferida por Paulo Menotti del
Picchia,sobre a arte estética, provocou os
ânimos da plateia, fazendo ecoar vaias pelos
quatro cantos do Theatro. A leitura do
poema “Os Sapos” de Manuel Bandeira(
que estava acamado por causa de tuberculose),
feita por Ronald de Carvalho, uma
severa crítica à poesia parnasiana, causou
indignação do público que fez coro atrapalhando
a leitura do texto.A grande confusão
da plateia só se acalmou com as apresentações
que encerraram o dia: números
de dança de Yvonne Daumerie e o concerto
de piano de Guiomar Novais.
Por fim, no terceiro dia de apresentações,
o teatro estava mais vazio. Houve uma
apresentação musical com mistura de instrumentos,
exibida pelo carioca Villa Lobos,
que subiu ao palco vestindo casaca e
calçando em um pé sapato e no outro um
chinelo. O público vaiou pensando que se
tratasse de uma atitude afrontosa, mas depois
foi explicado que o artista estava com
um calo inflamado no pé.
A crítica ao movimento foi severa, as pessoas
ficaram desconfortáveis com tais apresentações
e não conseguiram compreender
a nova proposta de arte. Os artistas envolvidos
chegaram a ser comparados aos doentes
mentais e loucos. Mas, uma exceção
foi o jornal Correio Paulistano que apoiou
os lançamentos e críticas do movimento.
Principais artistas da Semana de Arte Moderna
de 1922:
Arquitetos: Antonio Moya, Georg Przyrembel.
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