a conversa 18 “Na infância, era fascinado por mapas. Fazia coleção. Adorava geografia, história – a história das sociedades. Lia imenso. Para mim, o mundo era o meu quintal. Só estava à espera de chegar lá”
Na infância, sonhava andar pelo mundo, dissecar mapas, utopias. Em adulto, olhando para trás, tem a certeza de que conseguiu, sem nunca fugir dos caminhos que bifurcam. Pelo menos foi o que partilhou na longa entrevista que concedeu à APDC, a propósito do desafio de ser Presidentedo 32° DigitalBusinessCongress. Encontrámo-nos numa das bonitas salas de reuniões na sede da PLMJ, onde é sócio nas áreas de bancário, financeiro e mercados de capitais. Com 30 anos de experiência profissional, entre 2017 e 2022 desempenhou funções governativas, tendo sido ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital de António Costa. Nesta mesma sala, com uma vista imponente sobre Lisboa, falou dos desafios políticos que abraçou nos últimos anos como uma missão, na busca de soluções para um futuro que é sempre incerto. Pedro Siza Vieira não gosta de holofotes e não tem estilo de pistoleiro – não atira a matar. O seu temperamento ponderado, discreto, trouxe-lhe credibilidade junto dos portugueses. O tom afável, muito afável, explica o resto: uma certa unanimidade à sua volta. Isto apesar de, destoandodo coro nacional, se mostrar otimista em relação ao rumo do país. Esta entrevista oscila entre um registo pessoal e a densidade dos múltiplos assuntos profissionais de que gosta de falar. Não conversámos sobre música, de que é profundo conhecedor, nem de livros, que devora desde a infância. Ainda assim, tentámos perceber quem é Pedro Siza Vieira para lá dos cargos que ocupa e percebemos que, quando fala da primeira neta, os seus olhos se iluminam. Aqui fica o retrato de um homem que há um ano era ministro da Economia do seu país. 19
