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COMUNICAÇÕES 246 - Presidente do 32º Digital Business Congress - TIC fazem coisas excecionais

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portugal digital 62 O tempo passa a correr. Já lá vão mais de quatro anos, desde o dia em que Guilherme Farinha, Mário Gamas e Gonçalo Abreu descobriram que enfrentavam as mesmas dificuldades. Queriam iniciar uma nova etapa nas suas vidas, que passava por encontrar uma casa para morar à medida das suas possibilidades e desejos, mas não era fácil resolver a questão tão depressa quanto imaginavam. A razão era simples: não existia muita informação disponível sobre o mercado imobiliário a que pudessem aceder. E mesmo recorrendo a promotores imobiliários, a situação não melhorava substancialmente. Esse vazio, concluíram, só queria dizer uma coisa: que nem os profissionais do setor tinham ao seu dispor informação tratada, que lhes facilitasse o trabalho e robustecesse o apoio prestado aos seus clientes. Guilherme, Mário e Gonçalo, ex-alunos do Instituto Superior Técnico (IST), tinham background estatístico e tecnológico para somar 2+2 e identificar ali uma oportunidade de negócio. Foi o que aconteceu. Como quase sempre sucede com as boas histórias de inovação, os seus interesses pessoais e capacidades técnicas ficaram alinhados por mero acaso, mas não desperdiçaram a feliz conjunção astral. Juntos desenharam a primeira versão do que viria a tornar-se o algoritmo de estimativas mais utilizado em Portugal. Mas era necessário fazer uma aproximação ao setor. Em outubro desse ano essa oportunidade surgiu através do Salão Imobiliário de Portugal, que se realizava na FIL. Foi durante essa exposição, a partir de conversas tidas com profissionais do ramo, que lhes surgiu a ideia para o primeiro produto: um estudo de mercado residencial potenciado por inteligência artificial. De repente, de ex-colegas passavam a sócios e como mantinham ligação ao Instituto Superior Técnico, com a bênção de alguns professores, lançaram a startup Alfredo AI, integrados na comunidade de spin off do IST. O nome Alfredo foi escolhido porque lhes pareceu ser muito adequado para um mordomo, figura que enquadra bem as funções para que o algoritmo foi desenhado: “O mote da empresa sempre foi ajudar, facilitar e dar tempo de volta às pessoas e de facto foi com esse objetivo que concebemos o Alfredo. Ele é quase um Como quase sempre sucede com as boas histórias de inovação, interesses pessoais e capacidades técnicas estavam alinhados mordomo que ajuda na parte chata do trabalho, que é o da coleção, extração e análise de dados”, explica Gonçalo Abreu. O antropomorfismo que o nome sugere ajudou, segundo o co-founder, a transmitir ao setor imobiliário a ideia de que esta ferramenta existia para ajudar os seus profissionais. Hoje, a Alfredo AI já tem concorrentes, mas quando começou, a inteligência artificial quase não era usada no mercado imobiliário, por isso foi fácil entrar a pés juntos. Em menos de dois anos a startup conquistou cerca de 2000 clientes, entre analistas, mediadores imobiliários, avaliadores, banca e fundos de investimento. Esta rápida adesão foi o maior indicador que poderia haver da necessidade de ferramentas com tecnologia baseada em IA no setor. ALGORITMOS “HAND MADE” Olhando à distância para o caminho percorrido, Gonçalo Abreu não disfarça o orgulho: “O Alfredo, ao ser a primeira ferramenta do género dedicada a este setor, ajudou a melhorar muito os seus processos. Trouxe novos métodos, novos conhecimentos, aumentou a eficiência, popularizou no país o uso de estatística no imobiliário e isso é muito importante”. O sucesso não lhes tem dado descanso, pelo contrário. Beneficiando da proximidade com as faculdades de engenharia onde a inteligência artificial nasceu e está a ser desenvolvida em Portugal, a Alfredo AI tenta manter-se na vanguarda, trazendo novos produtos para o mercado imobiliário e aperfeiçoando o serviço que já disponibiliza. A concorrência crescente que atualmente enfrenta, não assusta: “Diria que acima de tudo temos a nosso favor dois vértices: a nossa qualidade algorítmica – usamos algoritmos que foram totalmente desenvolvidos pela nossa equipa, não usamos versões de prateleira, que já existem feitas. A nossa segunda qualidade é a facilidade de uso: os nossos clientes conseguem, por exemplo, ver tudo o que pretendem consultar numa só plataforma, o que é bastante funcional. Dizem que a nossa ferramenta parece desenhada por pessoas do mercado imobiliário para o mercado imobiliário e isso deixa-nos muito sartisfeitos”, comenta Gonçalo Abreu.

A Alfredo AI já está a expandir para fora do país. No Reino Unido esta equipa já conquistou o Global Entrepeneur Award, patrocinado pelo governo inglês Hoje o Alfredo funciona em três vértices: ajuda à conceção de estudos de mercado – essenciais na angariação de novos clientes e nos processos de avaliação. Disponibiliza um módulo de meta search e analítica, onde os utilizadores da plataforma conseguem ver tendências macro e micro económicas e colocar as suas próprias perguntas. Questões como: “Quero comparar as dinâmicas do Bairro Alto e do Bairro Azul, no que diz respeito a apartamentos T2 e T3”, podem ser facilmente respondidas. Em cima disto os utilizadores conseguem ter um acesso 360 graus a tudo o que está no mercado, poupando tempo que gastariam a consultar várias plataformas com informações duplicadas e eventualmente menos consistentes. O terceiro vértice do Alfredo é o da geração de leads de negócio: hoje há muitos players no mercado português que têm sites sobre avaliação imóvel (são aplicações online, todas dinâmicas, que conseguem fazer uma estimativa do imóvel na hora. A Alfredo AI desenhou o algoritmo de estimativas que diz ser o mais utilizado em Portugal Ferramentas que ajudam, a quem está no mercado, a ter mais negócio). A maior parte destas aplicações têm tecnologia Alfredo AI. Para não dormir sobre o sucesso alcançado, a equipa de investigação da startup faz muitas ciclos de literação (desenvolve um conjunto de funcionalidades, recebe feedback dos potenciais utilizadores e com base na informação recolhida altera ou aperfeiçoa o produto). Uma das funcionalidades que lançou há cerca de um ano, “algo que ficou muito próximo do primeiro produto do Alfredo que não chegou a ser lançado”, detalha Gonçalo Abreu, foi o identificador de oportunidades para investidores, ferramenta concebida a pensar sobretudo nos fundos de investimento que querem perceber quais as oportunidades que vão emergir no mercado. Outro projeto deste spin off do IST é o Observatório do Alojamento Estudantil, que foi lançado em parceria com o Ministério da Ciência e da Tecnologia. Trata-se 63

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