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a texto: Olsa & ilustrações: Cristina Leôncio, o último rei da selva ...

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No entanto os seus ferimentos eram tão graves que mesmo curados as mazelas que deles resta-<br />

vam iam passando dos progenitores para as suas crias, fazendo com que aquelas fossem nascendo ca<strong>da</strong><br />

vez mais diferentes dos seus pais e mais pareci<strong>da</strong>s com o inimigo que os havia derrotado e expulso dos<br />

seus outrora gloriosos tronos de <strong>rei</strong>s <strong>da</strong> Terra. Era como uma maldição, uma doença para a qual não<br />

havia remédio nem melhoras.<br />

Embora o tivessem tentado, com resultados desastrosos. Dando origem a criaturas monstruosas<br />

e com um apetite voraz, que por pouco não destruíram tudo à sua volta, não tivessem os seus pais e<br />

outros familiares conseguido descobrir um modo de encarcerá-los antes que fosse tarde demais. Porém<br />

apesar de deformados de corpo e mente, aqueles continuavam a ser os seus filhos, então foi construído<br />

um enorme e lindo recinto para os abrigar pelo que durasse a sua vi<strong>da</strong>. O que ninguém contou foi que<br />

pela sua natureza ser tão vil nem a própria Morte se atrevia a aproximar-se deles, pelo que <strong>da</strong>quela<br />

forma foram sobrevivendo durante anos sem fim, ca<strong>da</strong> vez mais poderosos e furiosos por não saberem<br />

como escapar <strong>da</strong>quela sua prisão cujo interior foram destruindo ou devorando a pouco e pouco até<br />

na<strong>da</strong> sobrar.<br />

O tempo foi passando, e chegou uma altura em que por fim todos os que viviam naqueles palá-<br />

cios subterrâneos já se pareciam com Iblís, e para se diferenciarem ain<strong>da</strong> mais dos seus desafortunados<br />

antepassados começaram na sua própria língua a chamarem-se a si mesmos de Draquíromprimitis,<br />

«Draquiôs» para abreviar nas conversas do dia-a-dia, e que no idioma então falado por todos os outros<br />

animais significava apenas “lagartos com asas”. Chamando aos seus primos encarcerados, os quais<br />

foram incumbidos de vigiar e cui<strong>da</strong>r pelos bisavós dos avós dos seus pais, de Primitilivos, nome<br />

baseado em len<strong>da</strong>s e profecias do seu folclore muito antigo, meramente significando “noites que<br />

voam”.<br />

Os Draquiôs eram bastante inteligentes tal e qual os seus antecessores, e além disso eram muito<br />

engenhosos. Não só descobrindo palavras novas com as quais podiam realizar mais encantos assom-<br />

brosos e aprender coisas ain<strong>da</strong> mais poderosas que ninguém ain<strong>da</strong> sabia ou depois viera a saber, como<br />

igualmente montavam máquinas complicadíssimas capazes de feitos extraordinários sem par entre<br />

qualquer animal.<br />

Mas eram também um povo triste que raramente saia dos seus palacetes debaixo de terra,<br />

receosos do que aconteceria acaso a sua existência fosse acidentalmente revela<strong>da</strong>.<br />

Foi então que surgiu uma invenção que revolucionou to<strong>da</strong> aquela acabrunha<strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de:<br />

máquinas voadoras, tão potentes que, ao serem combina<strong>da</strong>s com igualmente poderosos feitiços, conse-<br />

guiam mesmo atravessar sem <strong>da</strong>no o véu celeste e assim ir até para além dos céus! Finalmente podiam<br />

ser livres sem receios. E, como na<strong>da</strong> os prendia àquelas cavernas fecha<strong>da</strong>s dos seus trisavós, decidiram<br />

todos partir; ansiosos por explorarem novos mundos, e quem sabe até mesmo conquistá-los! Iam pre-<br />

parados com novos feitiços e armas, apostos para se defenderem e ripostarem caso encontrassem pelo<br />

caminho entre as estrelas o velho inimigo que derrotara e humilhara os seus antepassados (Micael<br />

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