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Nota da Segunda Edição - Rosenvaldo Simões de Souza

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Pô<strong>de</strong> perceber que havia seres mais espertos que os duen<strong>de</strong>s, e não longe. Se procurasse,<br />

encontraria ali mesmo, na floresta, alguém dos mais espertos. E concluiu também que, se<br />

não era esperto, era um idiota. A velha sábia pedra falante o enganara! Pagara um pote <strong>de</strong><br />

ouro puro por um punhado <strong>de</strong> uma droga vagabun<strong>da</strong>, <strong>da</strong>s que se encontram em qualquer<br />

lugar por um preço bem próximo do na<strong>da</strong>, se é que chegam a ter algum preço! Um<br />

<strong>de</strong>saforo!<br />

Revoltado, <strong>de</strong>cidiu por um revi<strong>de</strong> na altura mereci<strong>da</strong>.<br />

Irado, sai em busca <strong>de</strong> um velho amigo seu, um pirata cheio <strong>de</strong> truques, e consegue<br />

uma po<strong>de</strong>rosa banana <strong>de</strong> explosivo. Depois, vai até a ponte <strong>da</strong>s águas ver<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> resi<strong>de</strong> a<br />

pedra falante. Esta fala e fala, mas não adianta muito, porque se sabe falar, não sabe an<strong>da</strong>r,<br />

e, fixa no seu leito, grita e chora, mas em vão. O duen<strong>de</strong> a explo<strong>de</strong>. Milhões <strong>de</strong> pe<strong>da</strong>cinhos<br />

insignificantes <strong>de</strong> rocha caem como chuva sobre o chão fantástico dos campos escoceses.<br />

Quanto ao duen<strong>de</strong>, adquiriu a fama <strong>de</strong> ser apenas um duen<strong>de</strong>, na<strong>da</strong> mais que um duen<strong>de</strong>, só<br />

que dos mais ferozes e bravos! A fama <strong>de</strong> idiota quase pegou, e um sapo falante tentou<br />

ven<strong>de</strong>r pelo preço <strong>de</strong> um pote <strong>de</strong> ouro puro uma chave <strong>de</strong> um baú <strong>de</strong> tesouros <strong>de</strong>z vezes<br />

maior que o tamanho do pote que o estaria pagando, num aparente bom negócio, <strong>de</strong> apelo<br />

irresistível, mas ele resistiu, não comprou, e a fama <strong>de</strong> idiota <strong>de</strong>caiu ao longo do tempo e<br />

não falaram mais no assunto. Ficou só a fama <strong>de</strong> valente...<br />

Assim, termina a história do duen<strong>de</strong>. Como to<strong>da</strong>s as histórias, um fim cheio <strong>de</strong><br />

felici<strong>da</strong><strong>de</strong>. Tudo se acerta, tudo se resolve!<br />

Ouço vozes no corredor. Falam em voz baixa, a meu respeito. Fofocas...<br />

As vozes cochicham...<br />

“Doutor, ele está piorando. Vive conversando com as pare<strong>de</strong>s...”<br />

“Não há o que se comentar a respeito <strong>de</strong>le. Não há na<strong>da</strong> a fazer, que não seja <strong>da</strong>r as<br />

doses regulares <strong>de</strong> remédio nas horas certas. Não se importe com o que ele fala. Ele é um<br />

louco...”<br />

Não convém <strong>da</strong>r ouvidos às vozes que ecoam pelo ar. Vozes são coisas comuns.<br />

Aqui, neste quarto, nesta cama <strong>de</strong> ferro, ouço vozes constantemente. Um dia eu ouvi um<br />

coro <strong>de</strong> anjos recitando uma lin<strong>da</strong> prece a Deus. Como os anjos cantam bem! Como são<br />

brilhantes! Quanto mais cantavam, mais brilhavam!

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