Nota da Segunda Edição - Rosenvaldo Simões de Souza
Nota da Segunda Edição - Rosenvaldo Simões de Souza
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Pergunto então: por que as mulheres são tão <strong>de</strong>primi<strong>da</strong>s e <strong>de</strong>primentes?<br />
Sugestão: se por acaso vocês leitores conhecem alguma senhora, ou se por acaso<br />
você próprio for uma senhora, vasculhe em suas memórias e então lembrará <strong>de</strong> a senhora<br />
própria já ter contado ao menos uma vez na vi<strong>da</strong> a sua própria história <strong>de</strong>primente para<br />
algum ouvinte qualquer, ou mesmo para seus próprios botões, nas suas tar<strong>de</strong>s <strong>de</strong> solidão e<br />
ócio. Sim, <strong>de</strong>ve ter contado. Talvez mesmo não apenas uma ou duas vezes. Talvez o ‘contar<br />
sua história <strong>de</strong>primente’ seja uma constante em sua vi<strong>da</strong> confusa...<br />
Se você for uma senhora, então já vou logo pedindo minhas <strong>de</strong>sculpas por trata-la<br />
assim. O correto é que eu a chame por senhora, e não por você. Mas no caso <strong>de</strong> você ser<br />
uma senhorita, então tudo será diferente.<br />
Sim, pois as senhoritas po<strong>de</strong>m ser trata<strong>da</strong>s por você. Além do mais, as senhoritas <strong>de</strong><br />
maneira alguma são pessoas <strong>de</strong>primentes. Pelo contrário, elas são pessoas provocantes e <strong>de</strong><br />
trato difícil. São, às vezes, mesmo inacessíveis aos homens. Esta dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso me<br />
faz recor<strong>da</strong>r a história <strong>da</strong>... “Doce secretária”:<br />
Era uma secretária, e muito bonita...<br />
Então a bonitona estava senta<strong>da</strong> em sua escrivaninha em frente à porta <strong>da</strong> sala <strong>de</strong><br />
um gran<strong>de</strong> e famoso <strong>de</strong>tetive particular. Ela era a recepcionista do tal <strong>de</strong>tetive famoso. E<br />
este era um <strong>de</strong>tetive tão famoso que era mesmo mitológico. Quase um herói. Quanto a ela,<br />
po<strong>de</strong>r-se-ia até supor que fosse mais que uma recepcionista: talvez uma amante ou mesmo<br />
uma espiã do tal homem. De qualquer modo, era certo que ambos gostavam <strong>de</strong> viver<br />
perigosamente, como qualquer indivíduo <strong>de</strong>sta espécie <strong>de</strong> profissão.<br />
as unhas...<br />
Subi esca<strong>da</strong>s e acabei por chegar <strong>de</strong> frente à tal sala. E ali estava ela, senta<strong>da</strong>, a lixar<br />
“Pois não, o que o senhor <strong>de</strong>seja?”, perguntou-me ela, ao mesmo tempo em que<br />
guar<strong>da</strong>va a lixa <strong>de</strong> unhas numa <strong>da</strong>s muitas gavetas <strong>de</strong> sua mesa. Tinha a voz lin<strong>da</strong>, rouca e<br />
provocante. Parecia ronronar. Contudo, pu<strong>de</strong> ver que na tal gaveta on<strong>de</strong> pusera a lixa <strong>de</strong><br />
unhas havia papéis, batons, cartas e revistas femininas. Mas havia também algo mais: um<br />
revólver! Gran<strong>de</strong>, brilhante, po<strong>de</strong>roso...<br />
Confesso, amigos, que fiquei um tanto admirado. Como haveria <strong>de</strong> imaginar que<br />
uma moça tão bonita e feminina haveria <strong>de</strong> ser tão forte a ponto <strong>de</strong> ter uma arma <strong>de</strong> fogo à<br />
mão o tempo todo? Certamente que, se preciso fosse, ela não hesitaria em usá-la contra um