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Nota da Segunda Edição - Rosenvaldo Simões de Souza

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inimigo qualquer, caso esse se resolvesse por tentar matar <strong>de</strong> surpresa o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>tetive<br />

famoso. Eu sabia mesmo que se eu próprio tentasse entrar na sala do gran<strong>de</strong> homem sem o<br />

consentimento <strong>de</strong>ste, e sem apresentar-me, não teria chances: ela me liqui<strong>da</strong>ria <strong>de</strong> imediato!<br />

Ela era uma mulher <strong>de</strong> uma beleza absoluta, tanto externa quanto internamente. Eu<br />

sabia que se olhasse no fundo <strong>de</strong> seus olhos ver<strong>de</strong>s por um único minuto, então seria tar<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>mais para mim: apaixonar-me-ia perdi<strong>da</strong>mente por ela, certamente.<br />

Respondi então: “bem, belezoca, <strong>de</strong>sejo consultar os serviços do agente Chumbo<br />

Grosso sobre algo que está me causando problemas. Seria possível consulta-lo, fofinha?”, e<br />

disse isto ao mesmo tempo em que abria meu paletó e <strong>de</strong>ixava à mostra, propositalmente,<br />

era óbvio, o cabo <strong>de</strong> meu próprio revólver, enfiado na cintura. Era, na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, a minha<br />

tentativa <strong>de</strong> impressioná-la. Queria mostrar-me também durão e másculo com meu revólver<br />

à mostra.<br />

“Um minuto...”, disse ela, ao mesmo tempo em que acionava um sofisticado<br />

interfone sobre a escrivaninha. Fez isso e em segui<strong>da</strong> ajeitou-se na ca<strong>de</strong>ira, cruzando<br />

sensualmente as lin<strong>da</strong>s pernas, para em segui<strong>da</strong> abrir uma outra gaveta, agora maior que a<br />

anterior.<br />

Recolhi-me à minha insignificância: havia naquela gran<strong>de</strong> gaveta na<strong>da</strong> mais que três<br />

punhais, dois revólveres, pilhas <strong>de</strong> caixas <strong>de</strong> munição varia<strong>da</strong>, algumas grana<strong>da</strong>s e mais<br />

uma série interminável <strong>de</strong> outros po<strong>de</strong>rosíssimos apetrechos bélicos espalhados entremeio a<br />

revistas <strong>de</strong> mo<strong>da</strong> aos pe<strong>da</strong>ços, incontáveis vidros <strong>de</strong> perfumes e <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> frascos <strong>de</strong><br />

esmaltes.<br />

Ela era po<strong>de</strong>rosa <strong>de</strong>mais para mim...<br />

*<br />

Agora eu pergunto, senhoritas: há necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> serem tão provocantes? Não<br />

adianta respon<strong>de</strong>rem. Na<strong>da</strong> me convenceria do contrário.<br />

Faço então um alerta: se hoje vocês são senhoritas <strong>de</strong> trato difícil e provocantes ao<br />

extremo, cui<strong>de</strong>m-se, pois amanhã serão com to<strong>da</strong> a certeza senhoras <strong>de</strong>primi<strong>da</strong>s e<br />

<strong>de</strong>primentes e então será tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais para que consigam as nossas <strong>de</strong>sculpas.<br />

Realmente, eu não consigo enten<strong>de</strong>r...<br />

Mulheres são seres frágeis que choram sem motivo. São mima<strong>da</strong>s. Choram ao<br />

assistir novelas, choram quando seus vasos <strong>de</strong> flores caem e se quebram e choram quando

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