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Psicologia e Educação, 6 (1), 2007 Dificuldades na Escrita de ...

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Linguagem (Festas et al, 2006). A PAL-PORT resulta da adaptação <strong>de</strong> uma bateria <strong>de</strong><br />

língua inglesa baseada num mo<strong>de</strong>lo psicolinguístico, a PAL (Psycholinguistic<br />

Assessment of Language) (Caplan, 1992; Caplan & Bub, 1990), e inclui vinte e oito<br />

provas que permitem a avaliação dos níveis lexical (planos fonémico e semântico),<br />

morfológico e sintáctico, <strong>na</strong>s variantes escrita e oral-auditiva do código linguístico,<br />

em tarefas <strong>de</strong> compreensão e <strong>de</strong> produção. Interessando-nos, no âmbito <strong>de</strong>ste artigo,<br />

as provas <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>das a avaliar as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> escrita, é sobre elas que nos<br />

<strong>de</strong>bruçaremos, após uma breve apresentação do mo<strong>de</strong>lo psicolinguístico subjacente e<br />

<strong>de</strong> uma análise dos principais tipos <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s que têm sido observadas nesta<br />

área. Relativamente às provas relevantes da bateria, elas serão inseridas no mo<strong>de</strong>lo,<br />

através <strong>de</strong> uma expla<strong>na</strong>ção dos seus objectivos e dos processos que permitem avaliar.<br />

Serão, igualmente, discutidos os critérios que presidiram à selecção dos itens e a<br />

adaptação que foi necessário fazer, <strong>de</strong> modo a respeitar a especificida<strong>de</strong> da língua<br />

portuguesa.<br />

1. Processos Linguísticos Implicados <strong>na</strong> <strong>Escrita</strong><br />

A escrita po<strong>de</strong> ser facilmente entendida à luz do mo<strong>de</strong>lo psicolinguístico da<br />

PAL-PORT (Caplan, 1992; cf., também, Festas et al, 2006). Neste mo<strong>de</strong>lo, e<br />

relativamente à escrita <strong>de</strong> palavras, po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar, fundamentalmente, dois<br />

níveis <strong>de</strong> representações e <strong>de</strong> processos: o lexical e o sublexical. O primeiro nível dá<br />

conta da escrita <strong>de</strong> palavras conhecidas que são activadas como um todo. O segundo<br />

nível é mobilizado <strong>na</strong> escrita <strong>de</strong> palavras <strong>de</strong>sconhecidas e <strong>de</strong> pseudopalavras. O<br />

mo<strong>de</strong>lo assume a existência <strong>de</strong>stas duas vias, inserindo-se numa linha <strong>de</strong> investigação<br />

amplamente aceite (cf., entre outros, Ellis 1982, 1988; Goodman & Caramazza, 1986;<br />

Rapcsak & Beeson, 2000; Rapp, 2002).<br />

Aten<strong>de</strong>ndo à via lexical, o mo<strong>de</strong>lo contempla representações dos seguintes<br />

tipos: o léxico fonológico <strong>de</strong> entrada, o léxico semântico e o léxico ortográfico <strong>de</strong><br />

saída. Sobre estas representações, actuam <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>dos processos: o acesso<br />

léxico-semântico e o acesso léxico-ortográfico.<br />

O léxico fonológico <strong>de</strong> entrada, nível <strong>de</strong> representação que correspon<strong>de</strong> ao<br />

reconhecimento <strong>de</strong> palavras ouvidas, é fundamental para a realização <strong>de</strong> tarefas como<br />

um ditado ou em qualquer situação em que se escreve o que se ouve (tirar notas <strong>de</strong><br />

uma palestra ou apontamentos <strong>de</strong> uma aula, por exemplo). O mo<strong>de</strong>lo distingue este<br />

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