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AUTO-RETRATO E ENSINO: A EXPERIMENTAÇÃO COMO ...

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“Com o advento da fotografia, a pintura ficou liberada de sua missão de reproduzir<br />

fielmente a realidade, tanto no retrato, quanto em objetos e paisagens. Os artistas<br />

ficaram, então, livres para criar, usando à vontade formas e cores em seus quadros,<br />

tornando visíveis, dessa maneira, também suas emoções.” (CANTON, 2004).<br />

Van Gogh, Paul Gauguin, Picasso, Edvar Munch, Frida Kahlo, Salvador Dali,<br />

Tarsila do Amaral e muitos outros fizeram auto-retratos. Praticamente todos os artistas<br />

modernos se auto-retrataram.<br />

Cumpre ressaltar que, também com a fotografia o processo de realizar a imagem<br />

de si mesmo tornou-se algo acessível; qualquer um com acesso a uma câmera e os<br />

mínimos conhecimentos fotográficos, poderia realizar um auto-retrato (BOTTI, 2005).<br />

Representam fundamental importância os estudos de Tadeu Chiarelli sobre retrato e<br />

auto-retrato, alguns agrupados no livro Arte internacional Brasileira, tais como<br />

Identidade/ não identidade – sobre a fotografia brasileira hoje e A fotografia<br />

contaminada. Em uma de suas análises é destacado que:<br />

A fotografia, desde seu início no Brasil, por um lado<br />

serviu como registro da paisagem física e humana do país e, por<br />

outro, impulsionou certos artistas a realizar uma imersão mais<br />

vertical na busca do autoconhecimento como indivíduos ou<br />

seres sociais. Para eles, a fotografia não foi um meio para<br />

conhecer o mundo, mas um instrumento para conhecer-se e<br />

conhecer o outro no mundo. (CHIARELLI, 1999, p.115.)<br />

Alguns desses artistas são: Militão Azevedo, Valério Vieira, Lenora de Barros,<br />

Rubens Mano e Anna Bella Geiger. Esta última, a partir do auto-retrato fotográfico é<br />

capaz de construir universos imaginários e lúdicos, jogando com representações<br />

identidárias fictícias; nesta perspectiva pode ser vista não somente como representação<br />

do seu, mas também como a construção do outro, de um personagem.<br />

Inclui-se também, Identidades Virtuais – uma leitura do retrato fotográfico, de<br />

Annateresa Fabris, onde é apresentado, entre outras informações, um estudo amplo<br />

sobre a relação da fotografia com os processos de representação da identidade.<br />

Além disso, existem também concepções mais “abertas” de auto-retrato. Marcel<br />

Duchamp revolucionou a concepção de arte ao pensá-la enquanto apropriação,<br />

considerando que um objeto poderia se tornar “arte”. A auto-representação segue essa<br />

mesma lógica. A simples eleição de si mesma como objeto de representação no próprio

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