descarregar PDF - Revista Atlântica
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ultramarinas; são fotografias de missões científicas,<br />
viagens oficiais e que documentam a vida nos<br />
espaços africanos e asiáticos de língua portuguesa,<br />
eis o que encontramos quando nos aventuramos<br />
nessa Babel de fundos ultramarinos que é o<br />
Arquivo Histórico Ultramarino. Enfim, um considerável<br />
repertório de fontes históricas sobre o<br />
passado colonial do Brasil (1548-1825), Timor<br />
(1642-1975), Macau (1603-1975), Índia (1509-<br />
-1960), Cabo Verde (1602-1975), Guiné-Bissau<br />
(1614-1975), São Tomé e<br />
Príncipe (1538-1975), Angola<br />
(1610-1975) e Moçambique<br />
(1608-1975). Lá também nos deleitamos<br />
com documentos sobre<br />
o Norte Africano (1596-1832),<br />
sobre a Serra Leoa, sobre as rela-<br />
ções luso-persas (entre 1589 e<br />
1798), sobre o Japão (em particular,<br />
sobre a missionação e a<br />
presença religiosa dos portugueses,<br />
séculos XVI-XVII), sobre<br />
a região platina (entre os séculos<br />
XVII e XIX) e sobre as ilhas<br />
da Madeira (1513-1834) e dos<br />
Açores (1607-1834).<br />
Totalizando 15 quilómetros<br />
de documentação textual, cartográfica<br />
e iconográfica, à qual se<br />
junta uma biblioteca com cerca<br />
de 14.000 títulos de livros e<br />
680 de periódicos, o acervo do<br />
AHU se estrutura hoje, grosso<br />
modo, em três grandes conjuntos<br />
(ou fundos) documentais: o do<br />
Conselho Ultramarino (século XVI a<br />
1833), o da Secretaria de Estado<br />
dos Negócios da Marinha e<br />
Domínios Ultramarinos, dita<br />
Secretaria de Estado da Marinha e<br />
Ultramar (1833 a 1910), e o do Ministério do Ultramar<br />
(1911 a 1975), sem esquecer de fundos menores<br />
e singulares, como os do Instituto de Apoio ao<br />
Retorno de Nacionais, da Agência Geral das<br />
Colónias, do Banco Nacional Ultramarino e da<br />
Procuradoria dos Estudantes Ultramarinos.<br />
Com tudo isso, ou melhor, a despeito da<br />
intenção original, o que se constata, tal como<br />
ocorre em quase todas as instituições do gênero, é<br />
que o acervo do Ultramarino não tem sentido de<br />
completitude, seja pelas idas-e-vindas da docu-<br />
Ao simbolizar<br />
a Babel<br />
dos fundos<br />
arquivísticos de povos<br />
e de cultura<br />
ibero-americanos,<br />
o Ultramarino se aninha,<br />
oportuna<br />
e adequadamente,<br />
à <strong>Atlântica</strong>.<br />
mentação como, por exemplo, as mudanças das<br />
instalações físicas e o trânsito de partes dos fundos<br />
ocorridos no início do Dezenove, aquando da<br />
transferência da sede da Monarquia para o Rio de<br />
Janeiro, ou as trajectórias diversas dos arquivos<br />
após a extinção dos organismos de Antigo<br />
Regime, como o Conselho Ultramarino, ou do<br />
Estado Novo, após o 25 de Abril de 1974, caso do<br />
Ministério do Ultramar, seja porque documentos<br />
concernentes à administração colonial, por distintas<br />
razões, permaneceram ou<br />
foram incorporados aos fundos<br />
arquivísticos de outros órgãos,<br />
como no caso dos que se quedaram<br />
ou afluíram para a Torre<br />
do Tombo, para a Biblioteca do<br />
Palácio Nacional da Ajuda, para<br />
a Divisão de Manuscritos da<br />
Biblioteca Nacional de Lisboa<br />
ou para o Arquivo Histórico do<br />
Tribunal de Contas, seja, ainda,<br />
pela ação de impróprias condições<br />
de aclimatização no armazenamento<br />
ou pelo deletério manuseio<br />
e consulta, posto que<br />
estes nem sempre são realizados<br />
por consulentes conscienciosos.<br />
A riqueza documental do<br />
AHU, a pouco e pouco, vem<br />
sendo divulgada em meio a sistemática<br />
política de acessibilidade<br />
ao acervo. Sem desdouro<br />
pelos ingentes esforços e resultados<br />
que se expressaram em<br />
outros tempos, enfatizem-se<br />
algumas iniciativas levadas a<br />
cabo nas últimas duas décadas.<br />
Assim, enquanto do ponto de<br />
vista do espaço físico e da infra-<br />
-estrutura um moderno e apropriado<br />
edifício se construiu e se acoplou ao prédio<br />
histórico do AHU, novos e sofisticados<br />
equipamentos foram incorporados, e importantes<br />
empreendimentos se desenvolvem no que<br />
respeita à democratização de acesso aos fundos<br />
documentais.<br />
Exemplo ilustrativo dessa segunda diretriz é<br />
a que se configurou no âmbito do Projeto Resgate,<br />
implementado a partir de 1996, como expressão<br />
operacional da Comissão Luso-Brasileira<br />
para Salvaguarda e Divulgação do Património