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Sexualidade e feminismo nas obras

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Os <strong>feminismo</strong>s latino-americanos e suas múltiplas temporalidades no século XX – ST 40<br />

Maria Cristina de Oliveira Athayde<br />

UFSC<br />

Palavras-chave: <strong>Sexualidade</strong>, <strong>feminismo</strong>, Marta Suplicy<br />

Corpos e Prazeres:<br />

<strong>Sexualidade</strong> e <strong>feminismo</strong> <strong>nas</strong> <strong>obras</strong> de Marta Suplicy<br />

Pretendo pensar, perceber e analisar como Marta Suplicy problematizava as questões da<br />

sexualidade em termos de feminilidades e masculinidades, lembrando que dentro do contexto<br />

histórico no qual estava inserida a autora, pouco se extrapolava além da binaridade sexualidade<br />

heterossexual – a sexualidade sadia – e sexualidade homossexual – a sexualidade periférica-.<br />

No primeiro momento vemos o surgimento de Marta Suplicy enquanto protagonista de sua<br />

história, envolvida num dos períodos mais efervescentes da história nacional e ocidental<br />

contemporânea. Uma sucinta bibliografia é narrada, sem esquecer o momento histórico vivido,<br />

repleto de transformações sociais, culturais e políticas. Em seguida analiso nos escritos de Marta<br />

Suplicy a questão da sexualidade e a formação da sexologia enquanto uma “ciência nova”. Neste<br />

capítulo tem lugar a Marta Suplicy psicóloga, psicanalista e especialista em sexologia.<br />

Meu objetivo inicial era fazer uma análise de quatro <strong>obras</strong> de Marta Suplicy, pensando o<br />

discurso não ape<strong>nas</strong> como tradutor de lutas, mas como uma ponte, um meio para se obter o poder,<br />

percebendo quais embates discursivos estavam sendo travados. Como Foucault demonstra em sua<br />

obra A ordem do discurso i , todo discurso é permeado de intencionalidades, que podem estar<br />

relacionadas à obtenção do poder em suas diferentes apresentações; poder centrado no discurso da<br />

fala de Marta enquanto uma “rede-chave” para a conscientização feminina e a conseqüente<br />

libertação da dominação masculina. Amy Farrell utiliza-se do conceito de “redes-chave” para a<br />

compreensão da importância da revista Ms. como alimentadora da conscientização feminina e<br />

promovendo ao mesmo tempo a militância. ii<br />

Os artigos analisados fazem parte dos livros: Conversando sobre sexo iii , A condição da<br />

mulher iv , Reflexões sobre o cotidiano v . Centrei-me em alguns aspectos relacionados à sexualidade –<br />

educação sexual na puberdade e adolescência, disfunção sexual, masturbação e virgindade. Alguns<br />

temas estão tão imbricados, como a sexualidade feminina e emancipação sexual da mulher, que são<br />

analisados ao longo de todo o estudo.<br />

A PROTAGONISTA<br />

Marta <strong>nas</strong>ceu em uma tradicional família paulistana vi , com pai industrial e mãe dona-decasa,<br />

que a incentivava a buscar outros caminhos que não os da dedicação ao lar. Psicóloga de<br />

formação pela PUC-SP, concluiu o curso já casada com o economista Eduardo. Marta viveu por um


eve período de tempo o “eterno feminino”, ou seja, ocupava-se com todas as atividades inerentes<br />

a uma dona-de-casa. Mas foi viver o seu reinado de “rainha do lar” ao lado do marido nos Estados<br />

Unidos, pois, como caberia a uma autêntica esposa, ela largou a faculdade de psicologia para seguir<br />

o seu príncipe no período do mestrado em economia.<br />

Retornando ao Brasil, o primeiro contato de Marta com feministas brasileiras deu-se através<br />

da participação em um grupo de conscientização. Alguns dos lugares de sociabilidade para as<br />

mulheres que viveram a segunda onda do <strong>feminismo</strong> no Brasil, bem como para todas as feministas<br />

ocidentais, foram os grupos de reflexão, de consciência. Marta, além de participar dos grupos de<br />

conscientização, foi uma das fundadoras vii da Frente de Mulheres Feministas de São Paulo.<br />

SEXUALIDADE<br />

Marta Suplicy publiciza a sexualidade humana em suas várias facetas: a sexualidade na<br />

infância e adolescência, a sexualidade feminina e masculina e a sexualidade na velhice. A sexologia<br />

não é considerada uma especialidade médica no Brasil, é uma disciplina que reúne profissionais de<br />

diversas áreas como psicologia, medicina e educação, e está voltada para o que ela própria chama<br />

de “educação sexual” e de “terapia sexual”. Partindo desta perspectiva a sexualidade abre um leque<br />

de contextos diferentes, dependendo com que olhar e de que lugar ela vai ser estudada.<br />

No artigo “A Sexologia em sua 6ª discussão” viii Marta Suplicy define: “A Sexologia é uma<br />

ciência nova, ainda afogada num mar de preconceitos, e com gente das mais diferentes áreas<br />

trabalhando e pesquisando os mais díspares projetos.” ix<br />

André Béjin no artigo “Crepúsculo dos psicanalistas, manhã dos sexólogos” traça um breve<br />

histórico dessa ciência não tão nova. A ciência do sexual, a sexologia, para André Béjin teria tido<br />

dois <strong>nas</strong>cimentos: o primeiro na segunda metade do século XIX, em 1844 com o livro Psychopatia<br />

Sexualis de Heinrich Kaan e em 1866 com outro livro com o mesmo título do anterior, do célebre<br />

Krafft-Ebing. x O segundo <strong>nas</strong>cimento da Sexologia o autor situa <strong>nas</strong> três décadas que se seguiram à<br />

Primeira Guerra Mundial, entre 1922 e 1948. Em 1922, Wilhelm Reich descobriu a “verdadeira<br />

natureza da potência orgástica” e em 1948 é publicado Comportamento Sexual do Homem de<br />

Alfred Kinsey. “A sexologia circunscreve e define nesse quarto de século seu problema central: o<br />

orgasmo”. xi<br />

Podemos pensar a sexualidade como socialmente construída e entendida dentro deste<br />

contexto em oposição a uma sexualidade biológica que seria a-histórica, uma pulsão.<br />

Marta Suplicy no artigo “O homossexualismo, da história para a luta política”, xii destaca<br />

que a sexualidade humana foi pouco estudada pelos historiadores “que sempre se preocuparam mais<br />

com os aspectos econômicos e políticos da sociedade.” e que “A maioria do material histórico sobre<br />

sexualidade não é constituída de dados, mas de opiniões e mexericos de cronistas da antiguidade”, e


continua: “Cada geração repintou a sexualidade e homossexualidade de acordo com suas<br />

preocupações e de forma a reforçar a concepção de seu tempo”. xiii<br />

O artigo de Marta Suplicy é datado (1982) e os seus artigos refletem o momento vivido e<br />

algumas das reivindicações de setores do movimento feminista. Margareth Rago em “Epistemologia<br />

feminista, gênero e história” relata que os historiadores como um todo não “pensavam as relações<br />

sexuais como dimensão constitutiva da vida em sociedade e como uma das definidoras de nossa<br />

forma de operar conceitualmente”. xiv Estudos mais recentes de historiadoras(es) têm como tema a<br />

sexualidade.<br />

Cada geração repintou a sexualidade e homossexualidade de acordo com suas preocupações<br />

e de forma a reforçar a concepção de seu tempo. Partindo da citação de Marta Suplicy, podemos<br />

inferir como a psicóloga pensava a questão da sexualidade. Mesmo que não aborde a sexualidade<br />

como uma questão central na formação das identidades nos seus artigos, ela percebe a importância<br />

do contexto social e da subjetividade do eu no processo de formação da pessoa moderna.<br />

Em “Mulher e prazer, tema proibido e reprimido. Há séculos”, xv Marta Suplicy novamente<br />

analisa a complexidade do tema sexualidade através dos tempos e percebe a relação imbricada da<br />

sexualidade com o contexto histórico. Conforme ela: “É fascinante estudar a História e observar os<br />

movimentos a favor e contra o prazer e a sexualidade da mulher, bem como as formas que esses<br />

movimentos tomam conta em cada época e em cada cultura”. Marta faz um passeio de forma linear<br />

pela história: na Roma antiga discutia-se se a mulher possuía alma ou não e “se impôs uma total<br />

restrição à expressão sexual do amor entre o homem e a mulher”. Segue-se a Reforma, avançamos<br />

pelo racionalismo e adentramos o amor romântico de Goethe: “O amor pode. A sexualidade não. Os<br />

homens choravam com facilidade e as mulheres – que delicadas – desmaiavam à vontade”.<br />

Foucault mostra que no século XIX a moral vitoriana confisca a sexualidade para o quarto<br />

conjugal, com a única função de reprodução. Crescei-vos e multiplicai-vos. Os códigos e as práticas<br />

restringem ao máximo a expressão da sexualidade e esta se cala em torno do sexo. Mas as<br />

sexualidades ilegítimas têm um domínio que é seu território: os bordéis e as casas de saúde. Marta<br />

Suplicy tem a mesma percepção. No artigo “As mulheres de Birigui” xvi a autora detalha que tinha<br />

ido à cidade de Araçatuba para fazer uma palestra, deslocando-se após para Birigui, onde<br />

manteve contato com a situação vivida pelas prostitutas da cidade. Marta, no artigo, retrata como<br />

a sexualidade foi confiscada na era vitoriana:<br />

Até o início do século 17, vigorava uma abertura para as práticas sexuais. Na ‘época<br />

vitoriana’, passaram a existir dois espaços sociais distintos para o exercício da sexualidade:<br />

o quarto conjugal [...]. A sexualidade com prazer, fora das regras, e manipulada pelo lucro,<br />

ocupa o segundo espaço: o prazer está autorizado, mas escondido e com preço alto. [...]<br />

Podemos pensar se todas as modificações posteriores não são variações sobre a mesma<br />

repressão. [...] É toda uma nova versão, que não é, realmente, em termos proibitivos, mas<br />

na realidade continua pregando regras e submetendo a sexualidade ao poder e ao lucro. xvii


Pela citação acima poderíamos pensar que Marta Suplicy teria lido Foucault. Isso não é tão<br />

relevante, pois a autora pensava que o sexo e a sexualidade eram alvos de repressão e percebia que<br />

essa repressão tomava práticas e normas diferentes. Uma das normas seria a obrigação em ter<br />

orgasmos. “Assim como poder ter ou não orgasmo, sem virar cidadã de segunda categoria se não o<br />

tivesse, como apregoavam algumas revistas”. xviii Como nos mostra Thomas Laqueur, o orgasmo até<br />

um certo momento da nossa história ocidental foi considerado como fundamental para o processo<br />

da reprodução humana. Próximo ao final do Iluminismo foi perdendo o seu papel de peça<br />

fundamental nesse jogo. “A alegada independência da concepção com relação ao prazer criou o<br />

espaço no qual a natureza sexual da mulher podia ser redefinida, debatida, negada ou qualificada. E<br />

assim seguiram-se as coisas. Infindavelmente”. xix E assim foi feito.<br />

2.1 A “sexóloga” e a educação sexual<br />

Ao longo do estudo pululam informações que salientam a importância que Marta Suplicy<br />

dedicava à educação sexual enquanto uma forma de evitar a “repressão” à sexualidade. Enquanto<br />

Michel Foucault teoriza não haver uma repressão à sexualidade. Na “hipótese repressiva” ele<br />

demonstra que desde o século XVIII nenhuma outra sociedade produziu um discurso sobre o sexo<br />

tão prolífico como a ocidental.<br />

A sexualidade do indivíduo estava e está permanentemente em discurso, para tanto essa<br />

sociedade organizou e utilizou-se de mecanismos que disciplinaram os corpos. “Uma multiplicidade<br />

de discursos, produzidos por toda uma série de mecanismos que funcionam em diferentes<br />

instituições”. xx O falar em sexo armava os ouvidores, o confessores. Eram eles os padres,<br />

pedagogos, pais, psicanalistas; agora, psicólogos, sexólogos, que com o conhecimento obtido<br />

através do discurso do confessante, de uma prática de confissão, transpunham a norma para este<br />

confessante, um discurso de verdade.<br />

Muitas rupturas vão acontecendo no decorrer do século XX em relação à sexualidade. Freud,<br />

em 1905 comunicou um “descolamento de perspectiva” xxi no qual a satisfação era a função primeira<br />

da sexualidade, mas ainda como norma permanecia a satisfação obtida através da relação<br />

heterossexual-genital. Ele não transcendeu a normalidade heterossexual e reprodutiva, mas entrava<br />

em cena o prazer, a satisfação. Mesmo com tudo isto, com o sexo em debate discursivo, ainda<br />

pensávamos em repressão. “Quando voltei do exílio em junho de 1980, ansioso para reaprender o<br />

Brasil, obviamente não poderia prescindir de um aparelho de TV, que me ajudasse naquele<br />

aprendizado. Foi assim que conheci de longe e de perto a Marta Suplicy. [...] percebi de imediato o<br />

papel que ela assumia na luta necessária contra a repressão da sexualidade.” xxii<br />

Voltemos ao meu objeto de estudo. Ao mesmo tempo em que responde às dúvidas expostas<br />

<strong>nas</strong> cartas, Marta Suplicy vai semeando, ensinando e instigando os seus leitores(as) a pensarem no<br />

que vem de fora, a não aceitarem os padrões de outras culturas, como a norte-americana: “Por que


acreditar no Reader´s Digest se a sua vivência é outra? Questione sempre as informações<br />

‘científicas’, principalmente quando não batem com a sua experiência”. xxiii “O livro não deve ser<br />

usado como ‘dono da verdade’. Mesmo que você escolha com cuidado um livro, você não tem que<br />

concordar com tudo que ele lhe propõe. Pense a respeito dos valores que lhe sugere e discuta-os<br />

com seu marido e também com seus filhos”. xxiv<br />

Marta Suplicy salienta a questão da normalização da definição dos papéis sociais em relação<br />

ao sexo da pessoa e que desde o <strong>nas</strong>cimento da criança lhe é colocada uma carga de qual papel<br />

social ela deve desempenhar. Se for menino, terá que ser o provedor da família, competitivo,<br />

corajoso, inteligente e sempre menos emotivo que a menina.<br />

Esta por sua vez, comoverá a todos com as suas lágrimas que serão bem representativas do<br />

lugar ocupado pela mulher na sociedade ocidental de então.<br />

Marta relata que no Brasil dos anos setenta do século XX houve uma maior conscientização<br />

do papel social da mulher, o mesmo tipo de conscientização que começou a acontecer nos anos 60<br />

em alguns países ocidentais.<br />

Marta demonstra em seus escritos que a sexualidade é desenvolvida desde os primeiros anos<br />

de vida do ser humano. Outra questão importante que a psicóloga/sexóloga/psicanalista ressalta é<br />

que a falta de informação, principalmente em relação à sexualidade, semeia dúvidas e angústias que<br />

atormentam as mulheres e também os homens no geral. E isso denota a maneira como as mulheres e<br />

homens são educados: aquelas para agradar e satisfazer aos homens e esses para atender a sua<br />

própria satisfação.<br />

2.4 Condição da mulher<br />

Os anos 60, 70 foram anos de transformações radicais. A sexualidade do homem e da<br />

mulher também foi muito afetada. A dita revolução sexual chegou quebrando tabus, trazendo novos<br />

atores sociais para uma relação por vezes ape<strong>nas</strong> comandada por um único lado. A mulher surge<br />

como sujeito ativo em todas os aspectos da questão sexual. O prazer passa a ser requerido, não<br />

ape<strong>nas</strong> concedido. O corpo da mulher passa de fonte de desejo ao desejo em si.<br />

Marta Suplicy em alguns de seus artigos deixava claro que, além de escrever sobre sexo e<br />

temas afins à sexualidade, ela tinha um espaço reservado nos seus artigos para discutir assuntos<br />

pertinentes à condição da mulher. No artigo “A ideologia é fundamental” xxv percebe-se o quanto a<br />

sexualidade feminina e a condição feminina estão imbricados enquanto direitos reprodutivos.<br />

Nesse mesmo artigo a autora trata de um outro tema ainda mais polêmico: a legalização do<br />

aborto e a sua prática gratuita. Para Marta Suplicy, “que o aborto não seja entendido como método<br />

contraceptivo, mas como maneira alternativa para evitar uma gravidez indesejada”. xxvi O aborto foi<br />

tema de outros artigos da autora: “Machismo e farisaísmo no Brasil contra o aborto”, “Lei do<br />

aborto, questão a ser decidida pela mulher” e “Filme contra aborto não tem nada de científico”,


publicados na Folha de São Paulo e compilados no livro Reflexões sobre o cotidiano; expressam o<br />

pensar de Marta em relação a uma das bandeiras mais diretamente relacionadas ao movimento<br />

feminista como um todo.<br />

O aborto é pensado enquanto uma questão de luta específica, pois está intrinsecamente<br />

vinculado ao corpo feminino. Ao mesmo tempo em que a autora traz para seu público leitor o<br />

projeto encaminhado pela deputada Cristina Tavares, mas que “não era o sonho das feministas” xxvii<br />

Marta se posiciona, reiterando o pensamento já expressado no artigo citado anteriormente:<br />

“Entrementes, não sou a favor do aborto como método anticoncepcional. Sou a favor de uma<br />

ampliação da legislação vigente que permita à mulher que não quer ter o filho interromper a<br />

gravidez”. xxviii<br />

Como podemos perceber <strong>nas</strong> cartas enviadas a Marta Suplicy, a mudança de costumes e<br />

tradições trouxe também novas propostas e problemas relacionados à sexualidade. Temas como o<br />

aborto e a utilização de métodos contraceptivos puderam ser pensados e discutidos além dos<br />

círculos restritos, o conhecimento antes circunscrito a esses espaços foi levado a um público mais<br />

amplo e de forma mais simples, sem perder a substância, por feministas como Marta Suplicy.<br />

Com relação à sexualidade, o evento da Aids é percebido pelos estudiosos como outra<br />

ruptura – assim como tinha sido sob outros aspectos a questão do orgasmo. E trouxe a<br />

transformação da sexualidade explícita, de muitos parceiros, em relações monogâmicas como forma<br />

de preservar a saúde. Marta Suplicy enfocava essa ruptura. Sob o foco das continuidades? Como<br />

diferencialista?<br />

E o que a sexualidade nos diz hoje? Todas essas feministas foram muito importantes, pois<br />

abriram portas para que se pensasse o que fazer ou não com a sexualidade. Como Marta Suplicy<br />

pontuou inúmeras vezes, o pensar oportuniza o desabrochar, o surgimento do ser individual, da<br />

“Maria”.<br />

Marta Suplicy ajudou, de algum modo, as mulheres a se conhecerem e a se tornarem<br />

visíveis. Criar uma nova consciência é algo demorado, tornar-se “Maria”, o ser independente, não é<br />

simples. E é só darmos uma olhada nos meios de comunicação como a televisão, internet, os<br />

periódicos, que a sexualidade permanece envolta em jogos de sedução, da quantidade de orgasmos,<br />

de como se obter mais prazer com “brinquedos sexuais”.<br />

FONTES<br />

Artigos<br />

SUPLICY, Marta. Mulher e prazer, tema proibido e reprimido. Há séculos. Folha de São Paulo. São<br />

Paulo, 12 dezembro 1982.<br />

Livros<br />

SUPLICY, Marta. A condição da mulher: amor-paixão-sexualidade. 2ªed. São Paulo: Brasiliense,<br />

1984.<br />

______. Conversando sobre sexo. 8ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, s/d.<br />

______. Reflexões sobre o cotidiano. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo, 1986.


REFERÊNCIAS<br />

BÉJIN, André. Crepúsculo dos psicanalistas, manhã dos sexólogos. In: ARIÈS, Philippe e BÉJIN,<br />

André (org.). <strong>Sexualidade</strong>s ocidentais. 3ª ed. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1987, p. 210-235.<br />

FARRELL, Amy E. Introdução. In: ______. A Ms. Magazine e a promessa do <strong>feminismo</strong> popular.<br />

São Paulo: Editora Barracuda, 2004, p. 13-30.<br />

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: a vontade de saber. 15ª ed. Rio de Janeiro:<br />

Edições Graal, 2003.<br />

______. A ordem do discurso. 8ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 2002.<br />

LAQUEUR, Thomas. Inventando o Sexo: corpo e gênero dos gregos a Freud. Rio de Janeiro:<br />

Relume Dumará, 2001.<br />

RAGO, Margareth. Epistemologia feminista, gênero e história. In: PEDRO, Joana Maria e<br />

GROSSI, Miriam Pillar (Orgs.). Masculino, feminino, plural: gênero na interdisciplinaridade.<br />

Florianópolis: Ed. Mulheres, 1998, p, 21-41.<br />

SUPLICY, Marta. Sexo para adolescentes: amor, homossexualidade, masturbação, virgindade,<br />

anticoncepção, Aids. São Paulo: FTD, 1988.<br />

TOSCANO, Moema e GOLDENBERG, Miriam. A revolução das mulheres: um balanço do<br />

<strong>feminismo</strong> no Brasil. Rio de Janeiro: Revan, 1992.<br />

OUTRAS FONTES<br />

Palestra<br />

GIAMI, Alain. Palestra: Cem anos de heterossexualidade. Florianópolis: UFSC, 13.04.2006.<br />

i FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. 8ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 2002.<br />

ii FARRELL, Amy E. Introdução. In: ______. A Ms. Magazine e a promessa do <strong>feminismo</strong> popular. São Paulo: Editora<br />

Barracuda, 2004, p. 16.<br />

iii SUPLICY, Marta. Conversando sobre sexo. 8ª ed. Petrópolis,RJ: Vozes, s/d.<br />

iv SUPLICY, Marta. A condição da mulher: amor-paixão-sexualidade. 2ªed. São Paulo: Brasiliense, 1984.<br />

v SUPLICY, Marta. Reflexões..., op. cit.<br />

vi Marta Teresa Smith <strong>nas</strong>cida em 18 março de 1945, em São Paulo capital.<br />

vii Disponível em www.premioclaudia.abril.com.br/1996/suplicy.html acessado em 10 fevereiro 2006.<br />

viii SUPLICY, A condição,..., p. 14-17.<br />

ix Ibidem, p.15.<br />

x BÉJIN, André. Crepúsculo dos psicanalistas, manhã dos sexólogos. In: ARIÈS, Philippe e BÉJIN, André (org.).<br />

<strong>Sexualidade</strong>s ocidentais. 3ª ed. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1987, p. 210-211.<br />

xi Ibidem, p. 211.<br />

xii<br />

SUPLICY, A Condição..., p. 81-83.<br />

xiii<br />

SUPLICY, A Condição..., p. 81.<br />

xiv<br />

RAGO, Margareth. Epistemologia feminista, gênero e história. In: PEDRO, Joana Maria e GROSSI, Miriam Pillar<br />

(Orgs.). Masculino, feminino, plural: gênero na interdisciplinaridade.Florianópolis: Ed. Mulheres, 1998, p, 30.<br />

xv<br />

SUPLICY, Marta. Folha de São Paulo. São Paulo, 12.12.1982.<br />

xvi<br />

SUPLICY, Reflexões..., p. 269-272.<br />

xvii<br />

SUPLICY, Reflexões ..., p. 270.<br />

xviii<br />

SUPLICY, Marta. Prefácio. In: TOSCANO, Moema e GOLDENBERG, Miriam. A revolução das mulheres: um<br />

balanço do <strong>feminismo</strong> no Brasil. Rio de Janeiro: Revan, 1992, p. 8.<br />

xix<br />

LAQUEUR, Thomas. Inventando o Sexo: corpo e gênero dos gregos a Freud. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001,<br />

p. 15.<br />

xx FOUCAULT, História da sexualidade I: a vontade de saber. 15ª ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 2003,p. 35.<br />

xxi GIAMI, Alain. Palestra: Cem anos de heterossexualidade. Florianópolis: UFSC, 13.04.2006.<br />

xxii FREIRE, Paulo. Orelha. In: SUPLICY, Marta. Sexo para adolescentes: amor, homossexualidade, masturbação,<br />

virgindade, anticoncepção, Aids. São Paulo: FTD, 1988. (grifo meu)<br />

xxiii SUPLICY, Conversando..., p. 40.<br />

xxiv Ibidem, p. 43.<br />

xxv SUPLICY, A condição..., p. 38-40.<br />

xxvi Ibidem, p. 40.<br />

xxvii SUPLICY, Reflexões..., p. 163.<br />

xxviii Ibidem, p. 174.

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