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uso racional da água na suinocultura - Embrapa Suínos e Aves

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USO RACIONAL DA ÁGUA NA SUINOCULTURA<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

Paulo Armando V. de Oliveira<br />

Engº. Agrícola, M.Sc,Ph.D,<br />

Pesquisador <strong>Embrapa</strong> <strong>Suínos</strong> e <strong>Aves</strong>, CP 21, 89.700–000, Concórdia – SC<br />

Email: paolive@cnpsa.embrapa.br<br />

No planejamento de sistemas de produção de suínos, provavelmente, o fator<br />

mais desconsiderado pelos projetistas e, nem por isso menos importante, é aquele<br />

relacio<strong>na</strong>do com a <strong>água</strong>. A <strong>suinocultura</strong> é, sem dúvi<strong>da</strong>, uma ativi<strong>da</strong>de importante do<br />

ponto de vista social, econômica e, especialmente, como instrumento de fixação do<br />

homem ao campo. No entanto, sua exploração é considera<strong>da</strong> pelos órgãos de controle<br />

ambiental, como “ativi<strong>da</strong>de potencialmente causadora de degra<strong>da</strong>ção ambiental”,<br />

sendo enquadra<strong>da</strong> como de grande potencial poluidor.<br />

O avanço tecnológico alcançado nos últimos anos, especialmente nos estados<br />

do Sul, SP e em expansão para o CENTROESTE, caracterizou-se pela implantação<br />

de sistemas ca<strong>da</strong> vez mais confi<strong>na</strong>dos e produção de grandes volumes de dejetos<br />

por uni<strong>da</strong>de de área. Infelizmente, os desperdícios e a ausência de qualquer critério<br />

de planejamento para os sistemas de armaze<strong>na</strong>mento, tratamento, distribuição e<br />

utilização gera grandes quanti<strong>da</strong>des de dejetos líquidos que muitas vezes são carreados<br />

para rios, lagos, solo e outros recursos <strong>na</strong>turais, refletindo <strong>na</strong> degra<strong>da</strong>ção do<br />

meio ambiente.<br />

Dejetos não tratados, lançados <strong>na</strong> <strong>na</strong>tureza, causam desequilíbrios ambientais,<br />

a exemplo, <strong>da</strong> proliferação de moscas e borrachudos (servem como substrato nutricio<strong>na</strong>l<br />

para as larvas e, em doses eleva<strong>da</strong>s, matam os peixes que constituem os<br />

principais pre<strong>da</strong>dores <strong>na</strong>turais dessa espécie), causam desconforto ao homem do<br />

campo e urbano. Do ponto de vista agronômico, a incorporação de resíduos orgânicos<br />

ao solo é fun<strong>da</strong>mental para melhorar suas quali<strong>da</strong>des físicas, químicas e biológicas,<br />

além evidentemente, <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong>de de economia pela substituição dos fertilizantes<br />

químicos por fertilizantes orgânicos. Infelizmente, poucos são os estudos no<br />

Brasil a respeito do impacto <strong>da</strong>s dejeções suí<strong>na</strong>s sobre o solo, as culturas e o meio<br />

ambiente, que poderiam subsidiar os produtores para o <strong>uso</strong> <strong>racio<strong>na</strong>l</strong> dos mesmos.<br />

A recomen<strong>da</strong>ção dos técnicos de que a simples instalação de bebedouros automáticos,<br />

possam por si só, reduzir os desperdícios e suprir as exigências de <strong>água</strong><br />

dos animais, também não é ver<strong>da</strong>deira. Embora o mercado <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l já ofereça equipamentos<br />

excelentes, um dos principais fatores para o mau funcio<strong>na</strong>mento dos sistemas<br />

implantados (desperdícios e/ou restrições), decorre basicamente, de erros<br />

cometidos no dimensio<strong>na</strong>mento do sistema hidráulico, <strong>na</strong> seleção e posicio<strong>na</strong>mento<br />

dos equipamentos. Os desperdícios podem ter várias implicações, a exemplo, do<br />

umidecimento do piso e estímulo ao comportamento excretório dos animais em áreas<br />

impróprias <strong>da</strong>s baias, diluição e aumento do volume de dejetos produzidos, consequentemente,<br />

aumento dos custos de armaze<strong>na</strong>mento, transporte, distribuição e<br />

tratamento dos efluentes. O <strong>uso</strong> <strong>racio<strong>na</strong>l</strong> <strong>da</strong> <strong>água</strong>, bem como a freqüência de limpeza<br />

<strong>da</strong>s baias é outro fator que contribui para o aumento do volume de produção de<br />

dejetos nos sistemas de criação de suínos.<br />

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2. O MODELO DE PRODUÇÃO<br />

Os sistemas confi<strong>na</strong>dos constituem a base <strong>da</strong> expansão e <strong>da</strong> maior produtivi<strong>da</strong>de<br />

(Tabela 1), sendo responsáveis não só pelo aumento <strong>da</strong> escala de produção,<br />

mas também pela diminuição do número de produtores, face a exigência de maiores<br />

investimentos e especialização. De uma forma geral, estes sistemas induzem a adoção<br />

do manejo de dejetos <strong>na</strong> forma líqui<strong>da</strong>, aumentando os riscos de poluição ambiental,<br />

favorecendo o seu armaze<strong>na</strong>mento e ao seu lançamento no solo e nos cursos<br />

de <strong>água</strong>.<br />

Tabela 1 - Projeções <strong>da</strong> distribuição (%) dos sistemas de produção no Brasil (média).<br />

Sistema / Ano 1990* 1995** 2001**<br />

Confi<strong>na</strong>do 40,0 48,0 61,0<br />

Semi confi<strong>na</strong>do 27,0 26,0 21,0<br />

Extensivo 32,8 25,5 17,0<br />

Ar Livre 0,2 0,5 0,5<br />

Fonte: *GOMES et al. (1992); **Estimativa <strong>da</strong> distribuição espacial.<br />

Dentro <strong>da</strong>s circunstâncias e do nível tecnológico em que operam os suinocultores,<br />

as ações para a melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> <strong>água</strong>, do ar e a redução do poder<br />

poluente dos dejetos suínos a níveis aceitáveis pela legislação vigente, requerem<br />

investimentos significativos, normalmente acima <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de dos pequenos criadores<br />

e, muitas vezes, sem a garantia de atendimento <strong>da</strong>s exigências de Saúde Pública<br />

e <strong>da</strong> preservação do meio ambiente.<br />

Em Santa Catari<strong>na</strong>, estado com alta concentração de suínos e com sistema de<br />

captação de <strong>água</strong> baseado em ma<strong>na</strong>nciais superficiais (82%) e 15% para lençóis<br />

subterrâneos, o nível de contami<strong>na</strong>ção destes recursos hídricos foi considera<strong>da</strong><br />

alarmante (90% <strong>da</strong>s fontes de abastecimento do meio rural estavam contami<strong>na</strong><strong>da</strong>s<br />

por coliformes fecais) , pois, ape<strong>na</strong>s 10% dos produtores detinham alguma forma de<br />

tratamento dos efluentes <strong>da</strong> <strong>suinocultura</strong>. No entanto, com a articulação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de,<br />

do poder público, dos órgãos de pesquisa, assistência técnica e fi<strong>na</strong>nciadores,<br />

agroindústria e criadores, produziu-se progressos acentuados nesta situação, pois<br />

cerca de 50 % dos produtores integrados ao sistema agro-industrial, desenvolvem<br />

algum tipo de tratamento para dejetos<br />

O grande desafio resulta ser nestas condições, <strong>na</strong> definição de um sistema que<br />

seja capaz de harmonizar a utilização do <strong>uso</strong> <strong>racio<strong>na</strong>l</strong> <strong>da</strong> <strong>água</strong>, dos dejetos como<br />

fertilizante, geração de energia e a redução do seu potencial de poluição. Também é<br />

fun<strong>da</strong>mental que se ajuste o teor de matéria seca <strong>da</strong>s dejeções, para a obtenção de<br />

uma relação mais adequa<strong>da</strong> do teor de NPK/custo de armaze<strong>na</strong>gem, transporte e<br />

distribuição para viabilizar sua utilização como fertilizante orgânico.<br />

3. CARACTERÍSTICAS DOS DEJETOS<br />

A quanti<strong>da</strong>de total de dejetos líquidos produzidos varia de acordo com o desenvolvimento<br />

ponderal dos animais. De uma forma geral, estima-se que um suíno<br />

(<strong>na</strong> faixa de 16 a 100 kg de peso vivo) produz de 8,5 a 4,9% de seu peso corporal<br />

em uri<strong>na</strong> + fezes diariamente (Oliveira, 1993).<br />

O volume de dejetos líquidos produzidos também depende do manejo preconizado,<br />

do tipo de bebedouro e do sistema de higienização adotado, freqüência e volume<br />

de <strong>água</strong> utiliza<strong>da</strong>, bem como, do número de animais.<br />

64


Estima-se a produção de efluentes <strong>da</strong>s uni<strong>da</strong>des de Ciclo completo, em condições<br />

normais, em 70 L/matriz/dia, 30 L/matriz/dia para as uni<strong>da</strong>des de produção de<br />

leitões e 7,0 L/termi<strong>na</strong>do/dia. Portanto, uma granja em Ciclo completo com 80 matrizes<br />

e dejetos "pouco diluído", gera 8.000 L/dia, cerca de 12.000 L/dia com "diluição<br />

média" e 16.000 L/dia no caso de "muito diluído".<br />

Tabela 2 - Produção média diária de dejetos <strong>na</strong>s diferentes fases produtivas dos suínos.<br />

Fases de Produção dos <strong>Suínos</strong> Esterco Esterco Dejetos líquidos<br />

kg/dia + uri<strong>na</strong> kg/dia L/dia<br />

25-100 kg 2,30 4,90 7,00<br />

Porcas 3,60 11,00 16,00<br />

Porca Lactação 6,40 18,00 27,00<br />

Macho 3,00 6,00 9,00<br />

Leitões creche 0,35 0,95 1,40<br />

Média<br />

Fonte: Oliveira (1993).<br />

2,35 0,95 1,40<br />

A composição química dos dejetos está associa<strong>da</strong> ao sistema de manejo adotado<br />

e apresenta grandes variações <strong>na</strong> concentração dos elementos componentes,<br />

dependendo <strong>da</strong> diluição a qual foram submetidos e do sistema de armaze<strong>na</strong>mento<br />

(Tabela 3).<br />

Tabela 3 - Características químicas dos dejetos (mg/L) em uni<strong>da</strong>de de crescimento de suínos <strong>da</strong><br />

EMBRAPA, em Concórdia (SC).<br />

Parâmetro Mínimo Máximo Média<br />

DQO 11530 38448 25543<br />

Sólidos Totais 12697 49432 22399<br />

Sólidos Voláteis 8429 39024 16389<br />

Sólidos Fixos 4268 10408 6010<br />

Sólidos Sedimentares 220 850 429<br />

Nitrogênio Total 1660 3710 2374<br />

Fósforo Total 320 1180 578<br />

Potássio Total 260 1140 536<br />

Fonte: Manhães (1996).<br />

4. PERDAS DE ÁGUA<br />

Usualmente os suínos bebem mais <strong>água</strong> do que necessitam, podendo chegar<br />

ao exagero quando o alimento é escasso. Em situações livres de estresse, a ingestão<br />

diária corresponde a 5 ou 6% do peso corporal, ou seja, 2 a 5 kg de <strong>água</strong> por kg<br />

de matéria seca ingeri<strong>da</strong>. Animais mais jovens possuem uma maior necessi<strong>da</strong>de<br />

quando compara<strong>da</strong> aos adultos, face a sua maior per<strong>da</strong> pelos pulmões, superfície<br />

corporal e <strong>da</strong> menor capaci<strong>da</strong>de em concentrar a uri<strong>na</strong>.<br />

As per<strong>da</strong>s de <strong>água</strong> aumentam o volume de efluentes, agravando o problema e<br />

elevando os custos de armaze<strong>na</strong>mento, tratamento, transporte e distribuição de dejetos.<br />

As principais per<strong>da</strong>s de <strong>água</strong> se processam através <strong>da</strong> uri<strong>na</strong> e fezes, superfície<br />

corporal, trato respiratório e do sistema de higiene utilizado, mas uma peque<strong>na</strong><br />

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goteira num bebedouro (com pressão de 2,8 kg/cm 2 ), pode significar uma per<strong>da</strong> de<br />

26,5 Litros/hora (0,636 m 3 /dia) e 150 Litros/hora (3,6 m 3 /dia) num vazamento maior.<br />

Uma estimativa de 5% de bebedouros vazando (do tipo peque<strong>na</strong> goteira) em<br />

uma granja de suínos com 24 matrizes (bebedouros nipple), considerado em relação<br />

a uma produção de 2,7 m 3 dejetos/matriz/mês, isto representa um adicio<strong>na</strong>l de 79 %<br />

nos custos de armaze<strong>na</strong>mento dos dejetos (considerando uma esterqueira simples<br />

coberta com lo<strong>na</strong> de PVC e 45 dias de retenção), mas, se a goteira for rápi<strong>da</strong>, as<br />

per<strong>da</strong>s sobem para 162 %.<br />

Uma peque<strong>na</strong> goteira num bebedouro (com pressão de 2,8 kg/cm 2 ), pode significar<br />

uma per<strong>da</strong> de 26,5 litros/hora (0,636 m3/dia) e 150 litros/hora (3,6 m3/dia)<br />

num vazamento maior. O modelo, a quanti<strong>da</strong>de e o posicio<strong>na</strong>mento dos bebedouros<br />

(altura e ângulo) devem estar ajustados a pressão <strong>da</strong> <strong>água</strong> do sistema.<br />

As quanti<strong>da</strong>des de efluente produzi<strong>da</strong>s <strong>na</strong>s edificações podem ser reduzi<strong>da</strong>s,<br />

primeiro por uma diminuição <strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s de <strong>água</strong> (desperdícios) e, segundo pela redução<br />

do consumo de <strong>água</strong>, cujo aumento é acompanhado de uma maior per<strong>da</strong> de<br />

<strong>água</strong> pela uri<strong>na</strong>, mecanismo efetivo para a per<strong>da</strong> de calor corporal. <strong>Suínos</strong> mantidos<br />

em ambientes de 22ºC beberam 3 L/dia e 4,0 L/dia quando aumentou para 30ºC.<br />

Em contraste, suínos mantidos em sala quente (35ºC a 25ºC, em ca<strong>da</strong> 12 horas)<br />

beberam 10,5 L/dia quando a temperatura <strong>da</strong> <strong>água</strong> foi de 11ºC e 6,6 a L/dia a 30ºC.<br />

O desenho dos bebedouros e a ope<strong>racio<strong>na</strong>l</strong>i<strong>da</strong>de dos bebedouros são fatores<br />

que influenciam as per<strong>da</strong>s. A taxa de derivação <strong>da</strong> <strong>água</strong> é função <strong>da</strong> pressão, <strong>da</strong><br />

per<strong>da</strong> de veloci<strong>da</strong>de (atrito) e do diâmetro <strong>da</strong> tubulação de saí<strong>da</strong>. O diâmetro <strong>da</strong> tubulação<br />

é um dos fatores de maior influência no fluxo de <strong>água</strong>.<br />

O bebedouro ideal é aquele que fornece um adequado volume de <strong>água</strong> <strong>na</strong> uni<strong>da</strong>de<br />

de tempo, com baixa veloci<strong>da</strong>de de escoamento. Em porcas em lactação, o<br />

consumo aumenta e o tempo de permanência no bebedouro diminui <strong>na</strong> medi<strong>da</strong> em<br />

que o fluxo se eleva, porém, maiores per<strong>da</strong>s são associa<strong>da</strong>s a maiores fluxos (1.100<br />

ml/minuto).<br />

Um bom bebedouro (em termos de concepção e instalação) representa economia<br />

de <strong>água</strong> por animal produzido (Tabela 4 e 5).<br />

Tabela 4 - Comparação de consumo (L) de acordo com o tipo de bebedouro e peso corporal.<br />

Tipo Bebedouro<br />

Peso Corporal (kg) Bom Ruim Desperdício<br />

DIÁRIO (L)<br />

5 –10 0,91 1,59 0,69<br />

11 –100 4,98 8,32 3,34<br />

TOTAL (L)<br />

5 -10 (21 dias) 11,11 25,39 14,28<br />

11 –100 (109 dias) 542,82 906,88 364,06<br />

Fonte: Penz e Viola (1995).<br />

A altura e o ângulo de posicio<strong>na</strong>mento dos bebedouros deve ser determi<strong>na</strong><strong>da</strong><br />

em função do modelo e do tamanho dos animais. O problema é que a altura média<br />

dos suínos é muito variável.<br />

A necessi<strong>da</strong>de hídrica dos suínos <strong>na</strong>s diferentes fases produtivas estão <strong>na</strong> Tabela<br />

5.<br />

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Tabela 5 - Água necessária para a produção de suínos, em função do estado fisiológico, <strong>na</strong>s diferentes<br />

fases produtivas.<br />

Categoria de suíno Aporte médio de <strong>água</strong> (L/d)<br />

Leitões (15 kg) 1,5 – 2<br />

Suíno (50 kg) 5 – 8<br />

Suíno (90 kg) 6 – 9<br />

Suíno (150 kg) 7 – 10<br />

Porca em gestação 15 – 20<br />

Porca em lactação 30 – 40<br />

Fonte: Bo<strong>na</strong>zzi et al. (2001).<br />

A vazão mínima de <strong>água</strong> recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> para os bebedouros, em sistema de<br />

produção de suínos, em função do estado fisiológico dos animais encontra-se <strong>na</strong><br />

Tabela 6. A variabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> vazão indica<strong>da</strong> depende principalmente do tipo de bebedouro<br />

utilizado e <strong>da</strong>s condições climáticas <strong>da</strong> região em que se encontra o sistema<br />

de produção.<br />

Tabela 6 - Vazão mínima recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> nos bebedouros em função <strong>da</strong> fase produtiva dos suínos.<br />

Categoria de suíno Vazão de <strong>água</strong> (L/min)<br />

Leitões materni<strong>da</strong>de 0,25 – 0,40<br />

Suíno (até 30 kg) 0,50 – 0,60<br />

Suíno (30 - 50 kg) 0,60 – 0,75<br />

Suíno (50 -150 kg) 0,75 – 1,00<br />

Porca em Lactação 1,50 – 2,00<br />

Porca em Gestação 1,00 – 1,50<br />

Cachaço 1,50 – 2,00<br />

Fonte: Bo<strong>na</strong>zzi et al. (2001).<br />

Tabela 7- Exigências de <strong>água</strong> (L/animal/dia) de acordo com a fase do ciclo de produção e vazão mínima<br />

do bebedouro.<br />

Exigências* Fluxo Mínimo**<br />

Fase Mínima Máxima (l/min.)<br />

Leitão lactente 0,1 0,5 0,2<br />

Creche 1,0 5,0 0,2 - 0,5<br />

<strong>Suínos</strong><br />

25 - 50 kg 4,0 7,0 0,7<br />

50 – 100 kg 5,0 10,0 1,0<br />

Porcas em Lactação 20,0 35,0 2,0<br />

Porcas em Gestação 15,0 23,0 1,0 - 2,0<br />

Cachaços 10,0 15,0 1,0 - 2,0<br />

* A<strong>da</strong>ptado <strong>da</strong> EMBRAPA/CNPSA (1994) e Bodman (1994).<br />

** Limite de pressão de 1,4 kg/cm 2 até a creche e 2,1 kg/cm 2 para as demais fases, segundo<br />

Bodman (1994).<br />

Bebedouros tipo nipple, quando muito altos, restringem o acesso e o consumo<br />

animal, mas muito baixos, o ângulo de incli<strong>na</strong>ção <strong>da</strong> ponta não favorece a ingestão<br />

(os animais acessam de lado e desperdiçam tanta <strong>água</strong> quanto a consumi<strong>da</strong>). De<br />

uma forma geral, os bebedouros devem apresentar um ângulo de 50º e estar cerca<br />

de 15 cm mais elevado que a altura do lombo do animal, para que ele tenha de espichar-se<br />

ligeiramente e a <strong>água</strong> possa fluir <strong>na</strong> escala de tempo adequa<strong>da</strong>.<br />

Nas fases em que os animais apresentam grande variação de peso (entre o<br />

início e fim), a exemplo <strong>da</strong> creche, crescimento e termi<strong>na</strong>ção, é importante que os<br />

67


ebedouros sejam ajustáveis, ou colocados a altura diferentes. <strong>Suínos</strong> jovens preferem<br />

beber juntos (reflexo <strong>da</strong> lactação), portanto, bebedouros muito afastados entre<br />

si, não apresentam um bom rendimento, pois um ou outro será mais ou menos utilizado<br />

(Tabela 8).<br />

Tabela 8 - Modelo, número, altura e espaço entre bebedouros recomen<strong>da</strong>dos 1 .<br />

Modelo Bebedouros Altura (Cm)<br />

Fase TA NP NV N. Beb. N./Baia Espaço TA NIP NV<br />

(max) (min) (m)<br />

L. Lactente x Leiteg. 1 5<br />

Creche x x 10 2 0,30 15 15-30<br />

SUÍNOS<br />

25 - 50 kg x X 12 2 0,46 46-61 12<br />

50-100 kg x x X 15 2 0,91 61-76 25<br />

P. Lactação x x 1 1 15-45 76-91<br />

P. Gestante x x 15 2 0,91 15 76-91<br />

Cachaço 15 2 0,91 76-91<br />

1 Fonte: MWPS (1988), EMBRAPA/CNPSA (1994), Bodman (1994).<br />

TA - Taça; NP - nipple, NV - nível.<br />

A altura em bebedouros tipo taça deve facilitar a limpeza e evitar a contami<strong>na</strong>ção<br />

pelas dejeções. A <strong>água</strong> contami<strong>na</strong><strong>da</strong> com fezes e/ou uri<strong>na</strong>, faz com que os suínos<br />

a bebam ape<strong>na</strong>s para sobrevivência, deixando de consumir as quanti<strong>da</strong>des necessárias<br />

a maximização <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de. Uma altura mais eleva<strong>da</strong> para a porca<br />

em lactação (a exemplo, <strong>na</strong> altura do comedouro) é mais confortável, mas implica<br />

em manter um sistema a parte para o leitão. A altura para o leitão deve ser baixa,<br />

para que ele possa submergir o focinho (reflexo do ato de mamar), pois quando<br />

muito alto, ocorrem derramamento pela tentativa dos animais em aumentar a profundi<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> lâmi<strong>na</strong> de <strong>água</strong> (pressio<strong>na</strong>ndo a válvula).<br />

Bebedouros em níveis devem ser conectados a linha principal num ângulo de<br />

30 a 60º. Usando a pressão do ar e válvulas de flotação simples, pode-se variar a<br />

sua altura e comprimento (15 a 30 cm) de acordo com o tamanho dos animais.<br />

5. ESTIMATIVA DA DEMANDA<br />

O consumo de <strong>água</strong> é difícil de ser estabelecido, uma vez que, além <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong>de<br />

diária necessária a sobrevivência dos animais, outros <strong>uso</strong>s também devem<br />

ser considerados, a exemplo, <strong>da</strong> higiene de instalações e equipamentos, W.C., vestiários<br />

e aspersores. Ela também varia com a dieta (alimentos com alta concentração<br />

de aminoácidos, necessitam mais <strong>água</strong>), regime de alimentação (o pico máximo em<br />

suínos de crescimento-termi<strong>na</strong>ção ocorre em torno do arraçoamento), tipo de piso<br />

(maior consumo para pisos sem cama) e com a temperatura ambiente (no verão a<br />

deman<strong>da</strong> é maior que no inverno), entre outros.<br />

Primeiro, determi<strong>na</strong>-se o consumo diário (volume máximo de utilização em 24<br />

h), a vazão máxima (volume esperado com o <strong>uso</strong> simultâneo de todos os equipamentos)<br />

e a vazão provável (volume esperado pelo <strong>uso</strong> normal dos equipamentos).<br />

A Tabela 9 apresenta os <strong>da</strong>dos necessários para o cálculo.<br />

68


Tabela 9 - Exigências de <strong>água</strong> (L/animal/dia) de acordo com a fase do ciclo de produção e vazão<br />

mínima do bebedouro.<br />

Fase Exigências * Fluxo Mínimo**<br />

Mínima Máxima (L/Min)<br />

Leitão Lactente 0,1 0,5 0,2<br />

Creche 1,0 5,0 0,2 - 0,5<br />

<strong>Suínos</strong><br />

25 - 50 Kg 4,0 7,0 0,7<br />

50 - 100 Kg 5,0 10,0 1,0<br />

Porcas Lactação 20,0 35,0 2,0<br />

Porcas Gestação 15,0 23,0 1,0 - 2,0<br />

Cachaços 10,0 15,0 1,0 - 2,0<br />

* A<strong>da</strong>ptado <strong>da</strong> EMBRAPA/CNPSA (1994) e BODMAN (1994).<br />

** limite de pressão de 1,4 kg/cm 2 até a creche e 2,1 kg/cm 2 para as demais fases, segundo BODMAN<br />

(1994).<br />

A deman<strong>da</strong> de <strong>água</strong> para limpeza, varia de 2 a 6 L/d para animais em termi<strong>na</strong>ção<br />

e porcas no rebanho, respectivamente, mas as mangueiras de lavagem, geralmente<br />

gastam 160 L/min. O consumo médio <strong>da</strong>s pessoas é estimado em 200 L/d.<br />

6. O RESERVATÓRIO<br />

A capaci<strong>da</strong>de do reservatório deve, no mínimo, ser igual a deman<strong>da</strong> diária,<br />

mas sugere-se um volume suficiente para 3 dias de abastecimento.<br />

Um método para estimar a deman<strong>da</strong> animal, consiste em multiplicar as exigências<br />

máxima dos animais (bebi<strong>da</strong> e higiene) pela quanti<strong>da</strong>de de animais projetados<br />

ou existentes em ca<strong>da</strong> fase. Uma alter<strong>na</strong>tiva, pode ser através do tamanho médio<br />

do rebanho (TMR), determi<strong>na</strong>do pelo número de porcas (NPR), machos (NMR),<br />

número de leitões produzidos porca/ano (NLP) dividido pela índice de permanência<br />

no sistema (IPS= 365 dias /i<strong>da</strong>de de abate, em dias), ou seja:<br />

TMR = (NPR * NLP)/IPS + NPR + NMR + REP<br />

e multiplicar o valor TMR pelo consumo médio diário do rebanho (6,0 a 7,0 L/d<br />

para o consumo e mais 2,5 a 3 L/dia para limpeza). A esses valores, devem ser<br />

acrescidos as deman<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s outras utilizações de <strong>água</strong> e uma reserva técnica<br />

(10%).<br />

7. O SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO<br />

O sistema de distribuição de <strong>água</strong> mais utilizado é o linear, que quando bem<br />

dimensio<strong>na</strong>do, garante uma pressão uniforme, ain<strong>da</strong> que momentânea. Sua principal<br />

vantagem é a economia, pois o diâmetro <strong>da</strong>s tubulações vai se reduzindo a medi<strong>da</strong><br />

que alcança as últimas edificações.<br />

A forma direta (bebedouros e torneiras ligados diretamente a adutora) não é<br />

recomendável, por exigir abundância de <strong>água</strong> e pelas dificul<strong>da</strong>des para obter a altura<br />

manométrica adequa<strong>da</strong>. A indireta (ca<strong>da</strong> uni<strong>da</strong>de possui um reservatório intermediário<br />

para a alimentação dos bebedouros e torneiras, geralmente, colocado <strong>na</strong> parte<br />

superior <strong>da</strong> edificação) e controlado por bóia flotante simples, possibilita um maior<br />

controle sobre a pressão.<br />

69


A veloci<strong>da</strong>de do líquido nos enca<strong>na</strong>mentos não deve ultrapassar 4,0 m/s (turbulência),<br />

deve evitar-se grandes per<strong>da</strong>s de carga (máximo de 8 %) e obter pressões<br />

adequa<strong>da</strong>s ao bom funcio<strong>na</strong>mento dos bebedouros.<br />

As derivações com origem no reservatório superior, consistem em linhas horizontais<br />

(com veloci<strong>da</strong>de baixa para reduzir as per<strong>da</strong>s de carga) para abastecimento<br />

<strong>da</strong>s colu<strong>na</strong>s e destas, ramificações para alimentar as ligações dos equipamentos<br />

(isolados ou em grupos). As ligações são trechos de ca<strong>na</strong>lizações que abastecem<br />

diretamente o equipamento. A obtenção do diâmetro adequado <strong>da</strong> tubulação, pode<br />

ser facilmente estimado com o <strong>uso</strong> <strong>da</strong> Tabela de correspondência de vazão (Tabela<br />

10).<br />

Para utilizar o método, esquematize inicialmente, to<strong>da</strong> a rede (saí<strong>da</strong>s do reservatório,<br />

linhas principais, colu<strong>na</strong>s e ligações) com tubos de 1/2 polega<strong>da</strong>, posteriormente,<br />

conte o número de trechos com 1/2 polega<strong>da</strong> (comece pelo fi<strong>na</strong>l <strong>da</strong> rede) e<br />

procure o diâmetro correspondente <strong>na</strong> Tabela 10.<br />

Tabela 10 - Tabela de correspondência de vazão (em polega<strong>da</strong>) em função do número de tubos de<br />

1/2 polega<strong>da</strong>.<br />

Número de tubos de ½ polega<strong>da</strong> existente diâmetro equivalente<br />

(em polega<strong>da</strong>)<br />

1 ½<br />

2,9 ¾<br />

6,2 1<br />

10,9 1 ¼<br />

17,4 1 ½<br />

37,8 2<br />

65,5 2 ½<br />

110,5 3<br />

189 4<br />

527 6<br />

1 200 8<br />

2090 10<br />

Fonte: Abreu, 1995.<br />

8. A ALTURA DA COLUNA DE ÁGUA<br />

A vazão mínima de bebedouros e a pressão necessária já foram pré determi<strong>na</strong><strong>da</strong>s<br />

para as diferentes fases do ciclo de produção. É preciso estimar, no entanto,<br />

a quanti<strong>da</strong>de, o tipo e a altura recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> para ca<strong>da</strong> fase, visando quantificar a<br />

vazão máxima e subsidiar a determi<strong>na</strong>ção <strong>da</strong> altura necessária de colu<strong>na</strong> de <strong>água</strong><br />

para a manutenção <strong>da</strong> pressão deseja<strong>da</strong>.<br />

O limite para a pressão de 2,8 kg/cm2 nos bebedouros de animais adultos,<br />

eqüivale a uma altura de 3,96 m para a colu<strong>na</strong> de <strong>água</strong>. Considerando 0,91 m a altura<br />

máxima recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> para os bebedouros de animais adultos, a altura <strong>da</strong> colu<strong>na</strong><br />

de <strong>água</strong> será (sem considerar a per<strong>da</strong> de carga) de 4,87 m. Semelhantemente, a<br />

altura máxima para o caso dos animais jovens, será de 2,69 m. Portanto, o nível mínimo<br />

<strong>da</strong> caixa de <strong>água</strong> deve situar-se entre estes valores. A estimativa <strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s<br />

de carga é mais complexa, sugere-se a utilização do monograma de Flamant e<br />

consultar tabelas de per<strong>da</strong>s de cargas localiza<strong>da</strong>s e sua equivalência em metros de<br />

ca<strong>na</strong>lização nos manuais de hidráulica.<br />

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9. CONCLUSÕES<br />

Qualquer sistema a ser implantado deve levar em conta a reali<strong>da</strong>de cultural e<br />

econômica dos criadores e as características <strong>da</strong> <strong>suinocultura</strong> e <strong>da</strong> agricultura pratica<strong>da</strong>,<br />

tor<strong>na</strong>-se imprescindível a sensibilização dos criadores e <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong>des sobre<br />

os aspectos poluentes e de saúde, bem como <strong>da</strong> implantação de um sistema que<br />

combine o <strong>uso</strong> agronômico dos dejetos (economia de insumos) como fertilizante e<br />

sistemas que minimizem os desperdícios d’<strong>água</strong>, o volume de dejetos produzido e<br />

os riscos de poluição.<br />

Isso implica num redirecio<strong>na</strong>mento dos modelos de produção hoje praticados,<br />

iniciando-se pela diminuição de to<strong>da</strong> diluição desnecessária (desperdícios de bebedouros<br />

exagero de lavagens, evitando <strong>água</strong> <strong>da</strong> chuva e outros) e, preconizam o manejo<br />

e dimensio<strong>na</strong>mento <strong>da</strong> infra-estrutura de armaze<strong>na</strong>gem mais adequa<strong>da</strong> a ca<strong>da</strong><br />

produtor. Não existem soluções que possam ser generaliza<strong>da</strong>s sem um estudo prévio<br />

de ca<strong>da</strong> situação.<br />

Por outro lado, é imprescindível a agilização de trabalhos de pesquisas volta<strong>da</strong>s<br />

ao manejo <strong>racio<strong>na</strong>l</strong> <strong>da</strong> <strong>água</strong> nos sistemas de produção de suínos a fim de subsidiar<br />

técnicos e produtores no seu <strong>uso</strong> correto, assim como, maior facili<strong>da</strong>de para<br />

aquisição de equipamentos adequados.<br />

10. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA<br />

ABREU, P.G. 1995. Projeto hidráulico de um sistema de produção de suínos. Trabalho apresentado<br />

como parte <strong>da</strong>s exigências do período probatório. EMBRAPA/CNPSA, Concórdia, 1995,<br />

14 p.<br />

BODMAN, G.R. 1994. Evaluation of housing and environmental adequacy: Principles and concepts.<br />

Cooperative Extension at the University of Nebrasca, Lincoln, 28p.<br />

BONAZZI, G. Liquami Zootecnici. Manuale per l’utilizzazione agronomica. CRPA-Centro Ricerche<br />

Produzioni Animali, Reggio Emilia, Italia. Edizioni L’Informatore Agrario, 2001, 320 p.<br />

EMBRAPA. 1995. Relatório de an<strong>da</strong>mento do Projeto Tratamento e aproveitamento de dejetos suínos.<br />

CENTRO NACIONAL DE PESQUISA DE SUÍNOS E AVES, Concórdia.<br />

EMBRAPA/CNPSA. 1994. Dia de Campo sobre manejo e utilização de dejetos suínos, 1994. 47p.<br />

GOMES, M.F.M.; GIROTTO, A.F.; TALAMINI, D.J.D.; LIMA, G.J.M.M.DE; MORES, N.; TRAMONTINI,<br />

P. 1992. Análise prospectiva do complexo agro-industrial de suínos no Brasil. Concórdia: EMBRAPA-<br />

CNPSA, 108p.<br />

MANHÃES, F. C. 1996. Resultados de análises laboratoriais do Centro Nacio<strong>na</strong>l de pesquisa de <strong>Suínos</strong><br />

e <strong>Aves</strong>. Concórdia. (consulta).<br />

MWPS. 1988. Swine housing and equipament handbook. 4 e. MIDWEST PLAN SERVICE. Ames,<br />

111p.<br />

OLIVEIRA, P.A.V. Manual de manejo e utilização dos dejetos de suínos. EMBRAPA-CNPSA. Documentos,<br />

27, 1993. 188p.<br />

PENZ, A.M.; VIOLA, E.S. 1995. Potabili<strong>da</strong>de e exigências de <strong>água</strong> <strong>na</strong>s diferentes faixas etárias. In:<br />

VII CONGRESSO BRASILEIRO DE VETERINÁRIOS ESPECIALISTAS EM SUÍNOS. Blume<strong>na</strong>u (SC).<br />

A<strong>na</strong>is...<br />

PERDOMO, C.C. 1995. Uso <strong>racio<strong>na</strong>l</strong> <strong>da</strong> <strong>água</strong> no manejo de dejetos suínos. I SEMINÁRIO MINEIRO<br />

SOBRE MANEJO E UTILIZAÇÃO DE DEJETOS SUÍNOS. Ponto Nova (MG). EPAMIG. A<strong>na</strong>is...1996.<br />

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