4 - SBHCI
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ConGRESSoS 2008<br />
os destAQues do conGresso dA<br />
AMericAn HeArt AssociAtion<br />
césar Medeiros*<br />
Encerrando o ciclo dos grandes congressos<br />
em 2008, as Scientific Sessions<br />
da American Heart Association<br />
ocorreram em novembro, na cidade de<br />
New Orleans, nos Estados Unidos. Podemos<br />
destacar os estudos sobre prevenção<br />
de doença coronariana como as<br />
grandes estrelas desse evento. Prevenção<br />
primária de eventos cardiovasculares<br />
com ácido acetilsalicílico em diabéticos,<br />
vitaminas C e E, e tratamento da hiper-homocisteinemia<br />
não se revelaram<br />
eficazes em diferentes ensaios clínicos.<br />
Por sua vez, o estudo JUPITER, apresentado<br />
por Paul M. Ridker, do Brigham<br />
and Women’s Hospital, de Boston, Estados<br />
Unidos, causou furor ao mostrar que, em<br />
indivíduos sem doença cardiovascular conhecida,<br />
não-dislipidêmicos e/ou diabéticos,<br />
porém com proteína C-reativa (PCR) ultra-sensível<br />
elevada, o uso de 20 mg diários<br />
de rosuvastatina reduziu em 44%, em relação<br />
ao placebo, a taxa do desfecho composto<br />
morte cardíaca, infarto do miocárdio,<br />
acidente vascular cerebral, revascularização<br />
e internação por síndrome coronariana<br />
ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
aguda, no final de um seguimento de 1,9<br />
ano (interrupção precoce em decorrência<br />
dos resultados, sendo a programação<br />
de seguimento originalmente de quatro<br />
anos). A rosuvastatina reduziu, independentemente,<br />
cada um dos componentes<br />
do desfecho primário, levando, inclusive, à<br />
redução de 20% na mortalidade por qualquer<br />
causa, fato inédito em ensaios sobre<br />
utilização de estatinas em prevenção pri-<br />
mária, mesmo em indivíduos dislipidêmicos<br />
e/ou com recomendações claras para seu<br />
uso. Como o critério utilizado para inclusão<br />
no estudo foi o de dosagem elevada de<br />
PCR ultra-sensível, o uso desse marcador<br />
como parâmetro de alto risco de eventos<br />
e balizador de tratamento deve ser avaliado<br />
para incorporação à rotina clínica. Deve-se<br />
ressaltar o peso que um estudo como esse,<br />
randomizado, multicêntrico, duplo-cego e<br />
controlado por placebo, envolvendo mais<br />
de 17 mil indivíduos, terá na elaboração das<br />
próximas diretrizes sobre a prevenção da<br />
doença coronariana. O estudo JUPITER foi<br />
publicado na edição de 20 de novembro do<br />
The New England Journal of Medicine.<br />
Quanto à intervenção nas síndromes<br />
coronarianas agudas sem supradesnivelamento<br />
do segmento ST, o estudo TIMACS,<br />
com cerca de 3 mil pacientes, comparou as<br />
estratégias invasivas precoce (< 24 horas)<br />
e tardia (> 36 horas) e revelou equivalência<br />
entre elas no que tange aos desfechos<br />
duros, com benefício em termos de redução<br />
de isquemia refratária nos pacientes<br />
abordados mais precocemente.<br />
Os stents farmacológicos também<br />
mereceram destaque. Foi apresentado<br />
mais um registro, desta vez o subgrupo<br />
de diabéticos do Massachusetts<br />
Data Analysis Center (Mass-DAC), que<br />
demonstrou benefícios nos pacientes<br />
tratados com essas endopróteses em<br />
relação às convencionais, obtendo-se redução<br />
das incidências de morte, infarto<br />
do miocárdio e nova revascularização.<br />
Uma ampla cobertura desse congresso,<br />
feita em tempo real, como já se tornou<br />
tradição, pode ser encontrada no<br />
Portal da <strong>SBHCI</strong> (www.sbhci.org.br).<br />
Vale a pena acessar!<br />
* Editor do Jornal da <strong>SBHCI</strong>