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4 - SBHCI

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pRÁTiCA MÉDiCA<br />

especiAlistAs contAM p<br />

utilizAM o ultrA-soM intrAc<br />

Estamos utilizando o ultra-som intracoronário<br />

(USIC) há três anos,<br />

e desde nosso primeiro contato<br />

com o método pudemos sentir o quanto<br />

é apaixonante e instigante interpretar suas<br />

imagens. Lembro-me do primeiro caso no<br />

Hospital Bandeirantes, de São Paulo, realizado<br />

em conjunto com Alexandre Abizaid,<br />

em que abordamos uma coronária<br />

direita que apresentava angiograficamente<br />

duas obstruções: a primeira de 70%,<br />

segmentar, no terço proximal, e outra de<br />

40%, no terço médio. Ao realizar o USIC,<br />

a artéria apresentava área luminal menor<br />

que 4 mm² na obstrução do terço médio,<br />

necessitando, dessa maneira, ser tratada<br />

conjuntamente com a obstrução do terço<br />

proximal. Ou seja, a utilização do USIC<br />

mudou a estratégia de tratamento.<br />

O que acho de mais interessante no<br />

uso do USIC é a possibilidade de obter<br />

imagens de placas ateromatosas com todas<br />

as suas nuances (calcificações, lagos<br />

lipídicos, etc.) e de poder analisar com<br />

Historicamente, a ultra-sonografia<br />

intracoronária tem ocupado papel<br />

central na compreensão da doença<br />

arterial coronária in vivo, auxiliando-nos<br />

no entendimento dos mecanismos de<br />

atuação e falência das formas de intervenção<br />

percutânea. Lembro que os mecanismos<br />

de reestenose e trombose após<br />

angioplastia com cateter-balão, com os<br />

stents não-farmacológicos e, mais recentemente,<br />

com os stents farmacológicos,<br />

foram em boa parte elucidados graças a<br />

essa modalidade invasiva de imagem.<br />

O ultra-som tem sido fundamental em<br />

nossa Instituição para avaliação dos pacientes<br />

com lesões intermediárias à angiografia<br />

coronária. Por fim, ressalto que<br />

na era dos stents farmacológicos, em relação<br />

à segurança tardia desses novos dispositivos,<br />

faz-se cada vez mais importante<br />

ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

mais precisão a expansão dos stents e a<br />

gravidade das obstruções.<br />

Dentre as indicações de USIC, em nosso<br />

Serviço, podemos destacar a análise de<br />

lesões angiograficamente intermediárias<br />

e a avaliação do implante/expansão dos<br />

stents farmacológicos como as principais.<br />

Em nossa pequena experiência, pudemos<br />

otimizar o tratamento percutâneo de lesões<br />

coronárias. Nesse sentido, a utilização<br />

do ultra-som é essencial nas situações<br />

notar que, nesses casos, é freqüente a<br />

mudança de conduta baseada nos dados<br />

ultra-sonográficos, denotando, assim, a<br />

importância do método.<br />

Apesar de acharmos o USIC um método<br />

de grande utilidade, temos, como todos,<br />

muita dificuldade em obter seu custeio pelas<br />

fontes pagadoras. O alto custo do cateter<br />

e a ausência de normatização do procedimento<br />

nas tabelas dos serviços de Saúde<br />

Suplementar e do Sistema Único de Saúde<br />

(SUS) inviabilizam seu uso rotineiro. Dessa<br />

maneira, queremos mas não podemos utilizá-lo<br />

como gostaríamos ou deveríamos.<br />

Aos colegas que estão iniciando o uso<br />

ou que se interessam por essa técnica, deixo<br />

aqui duas referências que foram muito<br />

úteis para nosso aprendizado: o livro Atlas<br />

of Intracoronary Ultrasound, de Gary Mintz,<br />

e o website www.teachivus.com.<br />

Marcelo Cantarelli, coordenador do<br />

Serviço de Cardiologia Intervencionista do<br />

Hospital Bandeirantes – São Paulo, SP<br />

de maior complexidade, com destaque<br />

para o tratamento de lesões em tronco<br />

de coronária esquerda não-protegido,<br />

bifurcações (especialmente as que requerem<br />

o uso de dois ou mais stents), uso<br />

de múltiplos e longos stents e tratamento<br />

de reestenose de stents farmacológicos.<br />

Nesses cenários, a identificação e o<br />

tratamento de problemas relacionados à<br />

abordagem percutânea subótima (subexpansão<br />

das endopróteses, dissecções de<br />

bordo, lesões residuais graves subestimadas<br />

à angiografia, etc.) podem minimizar a<br />

possibilidade futura de eventos adversos<br />

maiores, sobretudo trombose e reestenose<br />

dessas endopróteses.<br />

alexandre abizaid, chefe da Seção Médica<br />

de Intervenções Coronárias do Instituto Dante<br />

Pazzanese de Cardiologia – São Paulo, SP

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