DE OLHO NAS CIDADES - Fundação ArcelorMittal Brasil
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expansão<br />
PROGRAMAS<br />
AMPLIAM RAIO <strong>DE</strong><br />
ATUAÇÃO EM 2007<br />
>>> entrevista<br />
O JORNALISMO<br />
SEGUNDO GILBERTO<br />
DIMENSTEIN<br />
ano 7 | nº 28 | janeiro/fevereiro/março de 2OO7<br />
<strong>DE</strong> <strong>OLHO</strong><br />
<strong>NAS</strong> CIDA<strong>DE</strong>S<br />
O que fazer para preservar um espaço público? De quem é a responsabilidade<br />
por sua conservação? Questões como essas serão trabalhadas durante a<br />
edição 2OO7 do Prêmio Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> de Meio Ambiente nas<br />
escolas dos municípios de atuação da empresa. Página 7
2<br />
linha direta<br />
ÀS CIDA<strong>DE</strong>S,<br />
COM CARINHO<br />
Não poderia ser mais feliz a escolha do tema da<br />
edição 2007 do Prêmio Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> de Meio<br />
Ambiente. As cidades são o ambiente predominante<br />
na paisagem geográfica brasileira, abrigando mais de<br />
80% de nossa população.<br />
São nos centros urbanos – pequenos, médios e<br />
grandes – que a maioria das pessoas vive, estuda,<br />
trabalha e se relaciona. Eles também concentram os<br />
principais espaços de convivência da modernidade.<br />
E é sobre esses espaços – em especial as escolas –<br />
que o Prêmio pretende lançar um olhar especial.<br />
Um olhar de preocupação, é verdade, já que esses<br />
lugares, não raro, são vítimas do descaso de quem<br />
deveria zelar por eles. Mas, ao mesmo tempo,<br />
lançamos também um olhar de carinho, esperança e<br />
de certeza de que é possível transformá-los em centros<br />
de vitalidade social.<br />
Ao trabalhar o tema De olho nas cidades, esperamos<br />
muito mais que um olhar reflexivo – materializado<br />
em desenhos e redações –, mas sobretudo um<br />
olhar transformador, que certamente virá dos trabalhos<br />
inscritos na categoria Projeto Escola, que premia<br />
os esforços das comunidades escolares voltados para<br />
a questão ambiental. Não temos dúvida de que delas<br />
virão iniciativas de revitalização da escola e de outros<br />
espaços sociais, que são públicos, mas precisam ser<br />
tratados como se fossem a casa da gente.<br />
Um posto de saúde freqüentado por muitos idosos<br />
que não vão lá em busca de atendimento médico.<br />
Parece estranho, mas é isso que ocorre na Unidade de<br />
Saúde de Cariacica, a cerca de um quilômetro da Usina<br />
de Vitória, sempre nas manhãs de quinta-feira. Nesses<br />
dias, pelo menos 70% dos pacientes aparecem apenas<br />
para participar de atividades de terapia ocupacional, que<br />
envolvem trabalhos manuais e pinturas.<br />
Esse fenômeno é provocado pelo projeto Dignidade,<br />
coordenado pelo técnico de materiais Marcos Roberto<br />
Santos, da UGV. Ele explica que a iniciativa surgiu há um<br />
>>> pró-voluntário<br />
CHEFE DA FAMÍLIA<br />
DIGNIDA<strong>DE</strong><br />
>>> curtas<br />
VISUAL NOVO<br />
Esta edição do Nota 10 circula com duas novidades. A primeira está<br />
estampada no próprio visual da publicação, que ganhou novo projeto<br />
gráfico. A intenção é tornar o jornal mais atraente e contemporâneo, com<br />
um layout cheio de mobilidade e mais colorido.<br />
A outra é o encarte com uma pesquisa de recepção do jornal. Ao responder<br />
ao questionário, você contribuirá para manter a qualidade da<br />
publicação e ainda concorrerá ao sorteio de um exemplar do livro Velho<br />
Chico – Uma Viagem Pictórica, de Otoniel Fernandes Neto.<br />
VISITA ILUSTRE<br />
A diretora da <strong>Fundação</strong> Arcelor Mittal, Felicidad Cristobal, esteve no <strong>Brasil</strong>,<br />
no final de dezembro, para conhecer as ações comunitárias das fundações<br />
Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> e Acesita e da CST. Cristobal participou de encontros<br />
em Vitória e em Belo Horizonte com executivos da CST e Belgo-Arcelor<br />
<strong>Brasil</strong> e viu de perto alguns programas sociais desenvolvidos em Timóteo,<br />
no Vale do Aço, onde a Acesita opera sua planta siderúrgica.<br />
A criação da <strong>Fundação</strong> Arcelor Mittal foi oficializada em janeiro, e sua diretora<br />
está fazendo um reconhecimento do trabalho das empresas Arcelor<br />
Mittal na área social para estabelecer a melhor forma de atuação.<br />
ano e meio quando notou que os idosos ficavam muito<br />
tempo na fila, ociosos, aguardando atendimento.<br />
O sucesso foi tanto que muitos agora voltam regularmente,<br />
ainda que não apresentem problemas de saúde.<br />
“Eles não vêm mais para se consultarem. Hoje, fazem<br />
parte da família Dignidade”, diz Marcos Roberto. Entusiasta<br />
do trabalho voluntário, ele garante que seu<br />
empenho não se limita à hora marcada. “Fico em casa<br />
pensando nas oficinas, meus filhos ajudam a planejálas;<br />
é uma atividade que mobiliza a família inteira”,<br />
orgulha-se.<br />
Marcos Roberto,<br />
em frente à<br />
unidade de<br />
saúde: empenho<br />
sem hora marcada<br />
FOTO: ARQUIVO PESSOAL
programa nota 10<br />
CIDADANIA RECORDISTA<br />
Edição 2OO6 do Cidadãos<br />
do Amanhã aumenta<br />
arrecadação e contribuintes<br />
O programa Cidadãos do Amanhã voltou a bater<br />
recordes de arrecadação e participantes. Em 2006, a iniciativa<br />
alcançou R$ 1,7 milhão doados por 2.967 pessoas<br />
físicas e jurídicas, entre empregados, cônjuges,<br />
clientes, fornecedores, terceiros e empresas Belgo-<br />
Arcelor <strong>Brasil</strong>. Em relação a 2005, a arrecadação quase<br />
dobrou, enquanto o número de participantes aumentou<br />
62%.<br />
A contribuição das empresas Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> foi<br />
decisiva para o desempenho do programa. Em 2006,<br />
seis empresas do Grupo destinaram R$ 1,17 milhão,<br />
frente aos R$ 341 mil de 2005. Entre os empregados, a<br />
arrecadação chegou a R$ 499 mil. Foram 2.738<br />
doadores, cerca de 40% do quadro de pessoal das empresas.<br />
Essa mobilização é creditada, em grande parte, ao<br />
empenho dos coordenadores locais, que não mediram<br />
esforços para divulgar o programa e sensibilizar<br />
os colegas a aderir à causa. No corpo-a-corpo valeu até<br />
a disputa entre as unidades Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong>. “É<br />
uma competição saudável em que uma usina quer superar<br />
a outra”, lembra Alessandra Friedlaender, analista<br />
da Gerência de Programas Especiais da <strong>Fundação</strong><br />
Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong>, responsável pela condução corporativa<br />
do programa.<br />
Os recursos dos Cidadãos do Amanhã alcançam<br />
cerca de 20 fundos da criança e do adolescente ligados<br />
aos municípios de atuação da Belgo-Arcelor<br />
<strong>Brasil</strong>. Uma das entidades beneficiadas é a Associação<br />
Mineira de Reabilitação (AMR), que receberá recursos<br />
por intermédio do Conselho Nacional dos Direitos da<br />
Criança e do Adolescente, órgão que pela primeira vez<br />
será contemplado com recursos da iniciativa.<br />
>>> Cidadãos<br />
do Amanhã<br />
Alinhado ao<br />
objetivo 8:<br />
Estabelecer uma parceria<br />
mundial para o desenvolvimento.<br />
adesão<br />
máxima >>><br />
Longe de ser a maior unidade da Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> – à<br />
frente dela estão BBA, Monlevade, Juiz de Fora, Cariacica e Piracicaba<br />
–, a Trefilaria de São Paulo se destacou no quesito adesão: 100%<br />
dos empregados – 161 profissionais – contribuíram com o programa,<br />
muitos com quantias modestas. “Alguns nem pagam imposto de renda.<br />
Mesmo assim doaram o que foi possível”, conta a técnica em Comunicação da<br />
Trefilaria, Viviane Fernandes, coordenadora do programa.<br />
A mobilização, porém, não envolveu apenas os empregados. Em outubro, a<br />
Unidade de São Paulo realizou encontro com fornecedores apenas para apresentar-lhes<br />
o Cidadãos do Amanhã. Resultado: 13 parceiros contribuíram com quase<br />
R$ 8 mil. Ao todo, o programa arrecadou R$ 48,6 mil em São Paulo, incluindo o<br />
Escritório de Vendas e o CDB.<br />
Pequenos gestos ajudam explicar o sucesso do programa na capital paulista.<br />
Todos os doadores deixavam mensagens incentivando os outros colegas a<br />
também aderirem à causa. O corpo-a-corpo também envolveu os fornecedores.<br />
“Houve um deles que trouxe um cliente para participar”, lembra<br />
Viviane Fernandes.<br />
É a primeira vez que o município de São Paulo receberá recursos<br />
do Cidadãos – R$ 172 mil. O dinheiro beneficiará<br />
quatro entidades sociais cadastradas no Fundo<br />
Municipal da Criança e do Adolescente.<br />
>> participação<br />
Empresas Belgo<br />
Empregados<br />
Cônjuges<br />
Fornecedores<br />
Clientes<br />
Terceiros<br />
TOTAL<br />
4<br />
1.705<br />
10<br />
21<br />
53<br />
41<br />
1.830<br />
PARTICIPANTES<br />
EM 2005<br />
6<br />
2.738<br />
6<br />
41<br />
83<br />
99<br />
2.967<br />
PARTICIPANTES<br />
EM 2006<br />
50,0<br />
60,6<br />
-40,0<br />
95,2<br />
56,6<br />
141,5<br />
62,1<br />
VARIAÇÃO (%)<br />
3
4<br />
>>> atuação social<br />
Programas chegam<br />
a outros municípios<br />
de influência da<br />
Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong><br />
>>> Ver é<br />
viver e Ouvir<br />
bem para<br />
aprender melhor<br />
Alinhados ao objetivo 2:<br />
Atingir o ensino básico<br />
universal.<br />
Crianças fazem exames de<br />
acuidade visual e auditiva: Ver<br />
é viver e Ouvir bem para<br />
aprender melhor são aliados<br />
da aprendizagem<br />
A OR<strong>DE</strong>M É EXPANDIR<br />
Os programas da <strong>Fundação</strong> Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> continuarão ampliando seu raio<br />
de atuação em 2007. Três deles já estão com diretrizes definidas. O Ver é Viver<br />
e o Ouvir Bem para Aprender Melhor estão sendo levados a Martinho Campos<br />
e Quartel-Geral, no Centro-Oeste de Minas, enquanto o Empreendedorismo<br />
Juvenil alcançará uma segunda escola em Monlevade.<br />
Em Martinho Campos, os dois programas de acuidade visual e auditiva deverão<br />
beneficiar 2,3 mil alunos de oito escolas, inclusive uma que atende à comunidade<br />
indígena do município. Na vizinha Quartel-Geral, serão 550 alunos<br />
de cinco escolas. “Com os programas, também vamos alcançar filhos de empregados,<br />
já que a maioria estuda nas escolas públicas dos dois municípios”, informa<br />
Olinda Gardin, chefe do departamento administrativo da regional de<br />
Martinho Campos da CAF-Arcelor <strong>Brasil</strong>. Segundo Olinda, a implantação dos<br />
programas nos dois municípios cumpre diretriz da política de responsabilidade<br />
social da empresa, baseada no diálogo e na interação com as comunidades.<br />
Ela lembra que já ouviu muitos relatos de professoras sobre deficiências de<br />
atenção e dificuldades de aprendizado dos alunos das escolas de Martinho<br />
Campos. Em outros lugares onde os programas foram implantados, ficou constatado<br />
que esses problemas, em muitos casos, eram provocados por problemas<br />
de audição e visão.<br />
No mundo dos negócios<br />
Um dos mais novos programas da <strong>Fundação</strong> Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong>, o Empreendedorismo<br />
Juvenil, que introduz alunos de escolas públicas ao mundo dos<br />
negócios, está sendo ampliado. Implantado com sucesso no Centro Educacional<br />
de Monlevade, onde beneficia cerca de mil alunos de 5ª a 8ª séries, o programa<br />
está chegando à Escola Municipal Cônego José Higino de Freitas. A expectativa<br />
é de que os conteúdos do programa – organização empresarial, contratação de<br />
empregados, planejamento de produção, marketing e comercialização de produtos<br />
– alcancem cerca de 1.500 alunos também da 5ª a 8ª séries.<br />
O programa é resultado de parceria com a Usina de Monlevade, Secretaria<br />
Municipal de Educação e ONG Junior Achievement, responsável pela metodologia.<br />
As aulas são dadas por empregados do comitê Pró-Voluntário da Usina<br />
de Monlevade, com apoio dos professores das escolas.<br />
A coordenadora pedagógica Romilda Aparecida Linhares, da Secretaria de<br />
Educação de Monlevade, aposta no sucesso da iniciativa na Escola Cônego José<br />
Higino, onde as atividades começam no segundo semestre. Seu otimismo baseia-se<br />
nas histórias sobre o funcionamento do programa no Centro Educacional.<br />
“Lá, os alunos conseguem planejar sua vida financeira e até mesmo<br />
ajudar os pais a gerirem seus negócios e a rotina doméstica”.<br />
Para a coordenadora do programa pela Usina de Monlevade, Maria Eunice Dinalli<br />
Iglesias, o interesse dos jovens pelo empreendedorismo, o apoio da equipe<br />
escolar e o empenho dos voluntários da Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> foram os fatores<br />
que concorreram para o sucesso do programa no Centro Educacional, fato que<br />
permitiu expandi-lo para outra escola em Monlevade. “Preparando o estudante<br />
para o mundo dos negócios e facilitando seu desenvolvimento pessoal, proporcionamos<br />
a ele a possibilidade de inserção no mercado de trabalho”, ressalta<br />
Maria Eunice.<br />
FOTOS: ARQUIVO FUNDAÇÃO BELGO-ARCELOR BRASIL<br />
Ainda em 2OO7, outros programas da <strong>Fundação</strong> ampliarão o<br />
seu alcance geográfico. O Peas deverá ser implantado em<br />
Piracicaba, enquanto Feira de Santana (BA) receberá o Trilhas<br />
da Cultura e o Pró-Voluntário. Já o Circuito Ambiental chegará<br />
a Antônio Dias, onde funciona a Usina Hidrelétrica Guilman-<br />
Amorim, gerenciada pelo consórcio Belgo-Arcelor<br />
<strong>Brasil</strong>/Samarco, e em Hortolândia (SP), onde será viabilizado<br />
em parceria com a Dow Corning, empresa de liderança<br />
mundial na produção de silicones.
INCLUSÃO NA PONTA<br />
DOS <strong>DE</strong>DOS<br />
Aula da ECI no prédio<br />
do antigo Cassino, em<br />
Monlevade: cidadania<br />
passa pela inclusão digital<br />
Fazer da inclusão digital um passaporte<br />
para a inclusão social. Este é o<br />
princípio que orienta a metodologia da<br />
Escola de Informática e Cidadania (EIC),<br />
programa que acaba de ser implantado<br />
na Usina da Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> de Monlevade<br />
e em escola de informática mantida<br />
pela Prefeitura na periferia do<br />
município.<br />
O programa é uma parceria entre a<br />
Usina, a <strong>Fundação</strong> Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong>, a<br />
Secretaria Municipal de Educação e o<br />
Comitê para Democratização da Informática<br />
(CDI), Ong responsável pelo desenvolvimento<br />
do método que alia<br />
Criado há 12 anos no Rio de Janeiro,<br />
o Comitê para a Democratização da<br />
Informática (CDI) já estruturou, em<br />
parceria com empresas e organismos<br />
públicos, 88O escolas de informática<br />
e cidadania em 2O estados e no exterior.<br />
Cerca de 7O mil alunos se formam<br />
todos os anos nas unidades de<br />
informática que adotam a metodologia<br />
do CDI.<br />
>>> Escola de<br />
Informática e<br />
Cidadania<br />
Alinhado ao objetivo 2:<br />
Atingir o ensino básico<br />
universal.<br />
informática e cidadania.<br />
Na Usina de Monlevade, a EIC está instalada<br />
no Centro de Cultura e Memória,<br />
no prédio do antigo Cassino, onde foi<br />
montada infra-estrutura com 15 computadores.<br />
As aulas, que começaram no<br />
dia 5 de março, beneficiam 108 jovens<br />
da comunidade. “Em apenas dois dias<br />
preenchemos todas as vagas”, comenta o<br />
assessor de Comunicação da Unidade,<br />
João Carlos de Oliveira Guimarães. Segundo<br />
ele, a procura foi tão grande que a<br />
turma do segundo semestre – outras 108<br />
vagas – também está fechada. Ao todo,<br />
cerca de 220 pessoas já se inscreveram.<br />
cruzeiro celeste >>><br />
>>> qualificação<br />
FOTO: ARQUIVO BELGO-ARCELOR BRASIL<br />
Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> e<br />
Prefeitura implantam,<br />
em Monlevade,<br />
escolas que aliam o<br />
ensino de informática<br />
à cidadania<br />
A outra unidade em Monlevade está estruturada numa escola de informática mantida<br />
pela Prefeitura no bairro Cruzeiro Celeste. Lá, dois educadores e dois coordenadores foram<br />
treinados na metodologia do CDI, que agora passa a orientar o projeto pedagógico da escola, que<br />
forma 390 alunos por semestre. “Antes, a base de ensino era a informática pura e simples. Hoje, já incluímos<br />
noções de cidadania nas nossas aulas”, informa a coordenadora pedagógica da Secretaria de<br />
Educação de Monlevade, Renata dos Santos Mendes.<br />
Essa dimensão aparecerá em todos os trabalhos que serão desenvolvidos pelos alunos das duas unidades.<br />
Uma pesquisa sobre a violência preparada com auxílio da Internet, por exemplo, terá como ponto de partida<br />
a situação do jovem de Monlevade e não uma realidade que lhe seja distante.<br />
O curso, com duração prevista de cinco meses, tem conteúdo abrangente. “Não formaremos<br />
experts, mas certamente as pessoas sairão habilitadas para usar a informática em seu cotidiano”,<br />
garante João Carlos de Oliveira. O programa da Escola de Informática e Cidadania<br />
inclui noções sobre o sistema operacional e uso dos principais programas<br />
da plataforma Windows, como Word, Excel, Powerpoint e<br />
Internet Explorer.<br />
5
6<br />
>>> prêmio<br />
O programa Rede Colaborativa de Sabará<br />
conquistou um dos mais importantes prêmios<br />
no campo da responsabilidade social. Trata-se<br />
do Valor Social, concedido pelo jornal Valor<br />
Econômico, especializado em economia e<br />
negócios. A premiação foi realizada em 18 de<br />
dezembro, em São Paulo.<br />
A Rede Colaborativa, inscrita pela Belgo-<br />
Arcelor <strong>Brasil</strong>, conseguiu uma proeza: venceu<br />
tanto no júri especializado, formado por estudiosos<br />
da responsabilidade social, quanto no júri<br />
popular, composto pelos internautas que acessaram<br />
a página eletrônica do jornal.<br />
A iniciativa concorreu na categoria Relações<br />
com a Comunidade, superando, na final, as<br />
multinacionais Cargill e TIM. A primeira se inscreveu<br />
com um projeto de disseminação de<br />
conceitos de agricultura familiar e segurança<br />
alimentar entre educadores e crianças de<br />
famílias pobres. Já a operadora de telefonia<br />
celular financia programa de educação musical<br />
em escolas públicas.<br />
Além de Relações com a Comunidade, na<br />
qual a Rede Colaborativa foi inscrita, o Valor Social<br />
distinguiu programas sociais nas categorias<br />
Gestão Sustentável, Qualidade no Ambiente de<br />
Trabalho, Respeito ao Meio Ambiente, Respeito<br />
ao Consumidor e Micro e Pequenas Empresas,<br />
além do Grande Prêmio. Este foi dividido pelas<br />
empresas 24X7 Cultural e Máquinas de Livros<br />
(júri de especialistas) e Bradesco (júri popular).<br />
O Valor Social recebeu 180 inscritos, dos<br />
quais 35 se classificaram para a final. Estes<br />
foram objeto de reportagens publicadas no<br />
caderno especial Empresas & Comunidade, que<br />
circulou em novembro.<br />
SUCESSO <strong>DE</strong> PÚBLICO<br />
E <strong>DE</strong> CRÍTICA<br />
Rede Colaborativa de Sabará vence<br />
prêmio do jornal Valor Econômico<br />
sob o olhar<br />
atento da<br />
academia >>><br />
A experiência da Rede Colaborativa de Sabará, baseada na<br />
junção de esforços do poder público, organizações não-governamentais<br />
e iniciativa privada, já desperta o interesse da academia. A iniciativa<br />
foi tema de estudo de dois cursos de especialização em gestão e negócios:<br />
o Master Social Administration (MSA) in Company, oferecido pelo Business<br />
Institute (BI) e pela <strong>Fundação</strong> Getúlio Vargas (FGV), em parceria com a Federação<br />
Mineira de Fundações de Direito Privado (Fundamig); e o ciclo de formação<br />
continuada Saberes e Práticas para a Sustentabilidade, organizado pela Fundamig<br />
para dirigentes e profissionais de suas filiadas e outros públicos.<br />
“A Rede Colaborativa foi um exemplo excelente, que ilustrou muito bem o<br />
sucesso e as dificuldades vivenciadas por redes interssetoriais”, afirma o consultor<br />
e administrador Og Dória, que ministrou curso do BI/FGV em Belo Horizonte,<br />
freqüentado por 22 alunos, entre profissionais de empresas, gestores de<br />
ONGs e servidores do Tribunal de Contas de Minas Gerais.<br />
Dória define como “irreversível” a tendência de trabalhar em redes.<br />
“Ainda que os governos sejam os principais responsáveis pela formulação<br />
e gestão de políticas públicas, a atuação em rede<br />
permite que a sociedade civil fiscalize melhor o gasto<br />
público, que deve se basear no princípio do<br />
‘fazer mais com menos’”, conclui.<br />
FOTO: BELGO-ARCELOR BRASIL<br />
>>> Rede Colaborativa de Sabará<br />
Alinhada aos oito objetivos do milênio: Erradicar a<br />
extrema pobreza e a fome (1); Atingir o ensino<br />
básico universal (2); Promover a igualdade de<br />
gênero e a autonomia das mulheres (3); Reduzir a<br />
mortalidade infantil (4); Melhorar a saúde materna<br />
(5); Combater o HIV/Aids, a malária e outras<br />
doenças (6); Garantir a sustentabilidade<br />
ambiental (7); Estabelecer uma parceria<br />
mundial para o desenvolvimento (8).<br />
Equipe da <strong>Fundação</strong> e da<br />
Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> recebeu<br />
o prêmio em São Paulo
consciência<br />
IMAGENS: 2 PONTOS COMUNICAÇÃO<br />
>>> Prêmio Belgo-Arcelor<br />
<strong>Brasil</strong> de Meio Ambiente<br />
Alinhados aos objetivos 2 e<br />
7: Atingir o ensino básico<br />
universal e Garantir a sustentabilidade<br />
ambiental.<br />
A VEZ DAS CIDA<strong>DE</strong>S<br />
Preservação dos espaços públicos<br />
urbanos orienta edição 2OO7 do Prêmio<br />
Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> de Meio Ambiente<br />
Uma das grandes preocupações das<br />
escolas – a preservação de seu próprio<br />
patrimônio e dos espaços públicos – foi<br />
a fonte de inspiração para a escolha do<br />
tema da edição 2007 do Prêmio Belgo-<br />
Arcelor <strong>Brasil</strong> de Meio Ambiente. Alunos<br />
e professores de 39 municípios sob a<br />
influência da empresa já começam a se<br />
debruçar sobre a temática De olho na<br />
cidade.<br />
A definição do tema surgiu a partir de<br />
análises feitas dos relatórios preenchidos<br />
pelas próprias escolas e que demandavam<br />
a necessidade de trabalhar<br />
com a questão dos espaços públicos. “A<br />
depredação do patrimônio das escolas<br />
é algo que preocupa muito. Em cima<br />
disso, vamos promover uma discussão<br />
mais ampla sobre o espaço público e as<br />
responsabilidades de quem deve zelar<br />
por ele”, afirma a consultora de projetos<br />
ambientais Raquel Aguiar Rotundo, que<br />
trabalhou na elaboração conceitual do<br />
tema deste ano.<br />
quase o ano<br />
todo >>><br />
Responsável pela coordenação do<br />
Prêmio em Piracicaba, ela revela que as<br />
discussões vão girar em torno de dois<br />
eixos. O primeiro é a percepção ambiental.<br />
“Queremos incentivar os alunos<br />
a lançarem um olhar diferente para o<br />
lugar em que habitam”, explica Raquel.<br />
O outro eixo de trabalho é a legislação<br />
ambiental. “A idéia é mostrar que ela é<br />
uma aliada da preservação dos espaços<br />
públicos”, acrescenta.<br />
O material didático – cartilhas para<br />
alunos de 1ª a 4ª séries e de 5ª a 8ª<br />
séries e as apostilas para os professores<br />
– já está sendo distribuído nas escolas.<br />
A <strong>Fundação</strong> Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> também<br />
está produzindo vídeo sobre o assunto.<br />
A escolha do tema de 2007 segue<br />
linha adotada pela organização do<br />
Prêmio, iniciada em 2003, de discutir a<br />
questão ambiental a partir de valores e<br />
atitudes. No ano passado, o concurso<br />
versou sobre Ética e meio ambiente.<br />
As atividades desenvolvidas em torno do concurso ocupam boa<br />
parte do ano escolar. Até o ano passado, mais de 600 escolas instituíram<br />
o Dia do Prêmio Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> de Meio Ambiente e outras 176 incorporaram-no<br />
em sua grade curricular.<br />
Depois que recebem o material – normalmente em março –, as escolas se debruçam<br />
sobre ele até agosto, quando selecionam os melhores desenhos e redações. Em<br />
setembro, ocorre a etapa empresa do Prêmio: as unidades escolhem os melhores trabalhos<br />
entre os enviados pelas escolas dos municípios de atuação e pelos filhos de empregados.<br />
Eles vão para a etapa corporativa, que se constitui na grande final do concurso. O<br />
resultado geral é divulgado em outubro.<br />
O Prêmio é disputado por crianças e adolescentes – filhos de empregados e alunos<br />
de escolas dos municípios de atuação da empresa – matriculados nas oito séries<br />
do ensino fundamental. Os alunos de 1ª a 4ª séries concorrem com desenhos,<br />
enquanto os de 5ª a 8ª séries produzem redações. Na edição passada,<br />
a organização do Prêmio instituiu a categoria Projeto Escola,<br />
que distingue iniciativas de responsabilidade socioambiental<br />
desenvolvidas coletivamente no âmbito<br />
das escolas.<br />
7
8<br />
>>> entrevista<br />
O JORNALISMO COMO SALA <strong>DE</strong> AULA<br />
O colunista Gilberto Dimenstein, da<br />
Folha de S.Paulo, pertence a uma estirpe<br />
– cada vez mais rara – de profissionais<br />
de comunicação que vêem o<br />
jornalismo como missão. “Jornalismo é,<br />
para mim, um jeito de educar pela educação”,<br />
escreve ele no texto de apresentação<br />
do seu site jornalismo comunitário<br />
(www.folha.uol.com.br/folha/dimenstein).<br />
Ex-diretor de redação da Folha em Brasília e ex-correspondente do jornal em<br />
Nova York, Dimenstein revela, nesta entrevista ao Nota 1O, que foi por<br />
“prazer” que decidiu apostar no chamado jornalismo comunitário – voltado<br />
para a cobertura de fatos e personagens que contribuem ou prejudicam o desenvolvimento<br />
das comunidades. Aqui, também aborda o trabalho da ONG<br />
Cidade Escola Aprendiz, criada por ele em 1997.<br />
O senhor se inscreve numa corrente denominada jornalismo<br />
comunitário. Como a conceituaria? Essa<br />
definição não soa estranha, já que o jornalismo é, essencialmente,<br />
uma atividade comunitária?<br />
O que o jornalismo comunitário faz, em essência, é voltar<br />
seu olhar para o mundo micro, para as relações do indivíduo<br />
com a sua realidade e o seu entorno. Quando falamos de<br />
jornalismo político ou de jornalismo local, todos entendem.<br />
Jornalismo comunitário materializa um olhar diferenciado,<br />
que prioriza fatos e personagens prejudiciais ou colaborativos<br />
na construção de comunidades que valorizem os direitos<br />
dos cidadãos. O jornalismo comunitário prioriza a<br />
educação, os direitos humanos, a redução da violência e o<br />
capital social.<br />
Por que o senhor decidiu associar sua atividade de jornalista<br />
com a questão social?<br />
Acho que pelo prazer. Como jornalista já fui correspondente<br />
em Nova York, diretor da Folha de S. Paulo em Brasília, mas<br />
percebi que esse campo do jornalismo comunitário, voltado<br />
para os problemas próprios da comunidade, não estava<br />
bem coberto. Não havia profissionais voltados para questões<br />
ligadas à educação e aos direitos humanos e sociais.<br />
Como surgiu a ONG Cidade Escola Aprendiz? Quais são<br />
seus principais objetivos e desafios?<br />
Ela surgiu a partir da minha experiência como educador.<br />
Atualmente a ONG ministra cursos de capacitação em educação<br />
comunitária valendo-se de metodologia própria. A intenção<br />
é mapear tudo, ensinar as pessoas da comunidade<br />
>>> expediente<br />
que elas devem se voltar para o capital social, para<br />
as relações com a família, com a igreja ou o templo,<br />
criar malhas de confiança na sociedade do seu<br />
entorno. Estamos desenvolvendo trabalhos com<br />
várias escolas municipais de São Paulo e do interior<br />
paulista e de outros lugares, como Belo Horizonte. Em<br />
BH, trabalhamos em parceria com a Prefeitura no projeto<br />
Escola Integrada. Criamos a figura de educador comunitário,<br />
que vai auxiliar a viabilizar o trabalho.<br />
Existe uma tendência ao trabalho em rede, com a<br />
junção de esforços entre o Poder Público, o empresariado<br />
e as organizações não-governamentais. Em sua<br />
opinião, esse pode ser o caminho para o <strong>Brasil</strong> superar<br />
seu histórico de injustiças sociais?<br />
Não há um caminho único. O caminho ideal é envolver pais,<br />
comunidade e criar uma educação mais próxima do aluno,<br />
com um currículo que seja mais afeito à sua realidade. Escolas,<br />
pais, alunos, todos devem trabalhar com metas, focando<br />
sempre na cobrança de resultados. Isso tem que<br />
funcionar como um time de futebol, como Cruzeiro e<br />
Atlético. A torcida está sempre cobrando, festejando. É assim<br />
que deve ser o envolvimento dos pais: sempre cobrando<br />
dos alunos e estipulando metas.<br />
Programa desenvolvido pela Prefeitura de Belo Horizonte e<br />
que envolverá, este ano, cerca de 3O mil alunos de 5O escolas<br />
municipais em atividades que extrapolam a sala de aula.<br />
Com o auxílio da própria escola, as crianças usam espaços<br />
comunitários nas imediações para complementar sua formação.<br />
nota 10 é uma publicação trimestral da <strong>Fundação</strong> Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> | Av. dos Andradas, 1.093 Santa Efigênia<br />
CEP 30.120-010 Belo Horizonte MG | Telefone (31) 3048-6262 | COOR<strong>DE</strong>NAÇÃO <strong>DE</strong> PROGRAMAS ESPECIAIS Leonardo Gloor<br />
| JORNALISTA RESPONSÁVEL Ana Amélia Gouvêa (MTb 4843/MG) | PRODUÇÃO EDITORIAL BH Press Comunicação |<br />
PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO Idéias Bizarras | IMPRESSÃO Pampulha Editora Gráfica | TIRAGEM 10.000 exemplares<br />
FOTO: ACERVO PESSOAL<br />
Dimenstein: olhar<br />
diferenciado sobre<br />
a questão social
encarte do jornal nota 1O nº 28 | jan/fev/mar 2OO7<br />
>>> fornecedores<br />
SRE-USINA PREPARA-SE PARA<br />
NOVO CICLO COM FORNECEDORES<br />
Etapa alcançará cerca de<br />
90 parceiros das usinas<br />
de Monlevade, Juiz de<br />
Fora, Piracicaba e Vitória<br />
O Programa de Sustentabilidade e Responsabilidade Empresarial (SRE)<br />
está iniciando mais um ciclo de encontros e atividades entre os fornecedores<br />
de usina. Ao todo, os grupos – formados em Monlevade, Piracicaba, Juiz de<br />
Fora e Vitória – reunirão cerca de 90 empresas que fornecem materiais e<br />
serviços para essas quatro usinas da Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong>.<br />
A agenda que inaugura a nova etapa do SRE ainda está sendo definida e<br />
deverá ser aberta com um encontro em Monlevade. O formato será idêntico<br />
ao do primeiro ciclo, que reuniu 84 parceiros, com uma diferença básica: o<br />
tempo de duração do ciclo. “Ele terá um ano e meio (o anterior foi de um<br />
ano) para permitir que o conceito e as ações de sustentabilidade sejam mais<br />
bem assimilados pelos parceiros do programa”, afirma o gerente-geral de<br />
Suprimentos e Serviços, Aloísio Caixeta.<br />
Evolução<br />
boletim do<br />
O chefe do departamento de Suprimentos da Usina de Monlevade, Ricardo<br />
Trindade, explica que os cerca de 20 fornecedores convidados para o segundo<br />
ciclo na Usina ainda trabalham numa perspectiva assistencialista. “Dentro<br />
do conceito de responsabilidade empresarial, elas têm muito a evoluir<br />
em áreas como meio ambiente e relacionamento com seus parceiros comerciais”,<br />
analisa Trindade. Mas a julgar pelos avanços experimentados pelo<br />
primeiro grupo, os novos parceiros também podem ficar otimistas. “Observamos,<br />
no primeiro ciclo, que muitas empresas ganharam em capacidade<br />
de gestão, habilitando-se, inclusive, a participar de concorrências”, conclui<br />
Trindade.<br />
FOTO: FUNDAÇÃO BELGO-ARCELOR BRASIL<br />
Encontro do SRE em Monlevade: unidade prepara-se<br />
agora para iniciar nova etapa do programa<br />
>>> Programa de Sustentabilidade e<br />
Responsabilidade Empresarial (SRE)<br />
Alinhado aos oito objetivos do milênio: Erradicar a<br />
extrema pobreza e a fome (1); Atingir o ensino<br />
básico universal (2); Promover a igualdade de<br />
gênero e a autonomia das mulheres (3); Reduzir a<br />
mortalidade infantil (4); Melhorar a saúde materna<br />
(5); Combater o HIV/Aids, a malária e outras<br />
doenças (6); Garantir a sustentabilidade<br />
ambiental (7); Estabelecer uma parceria<br />
mundial para o desenvolvimento (8).<br />
continua >>>
continuação<br />
Novos vôos >>><br />
Participante do primeiro grupo de fornecedores<br />
da Usina de Monlevade, a empresa<br />
Aqua RPS, especializada em monitoramento<br />
ambiental, é exemplo dos benefícios que a<br />
gestão socialmente sustentável pode trazer<br />
para os negócios de uma empresa.<br />
Há 16 anos, a Aqua é parceira comercial da<br />
Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong>, relacionamento que foi<br />
intensificado desde que a empresa ingressou<br />
no SRE há um ano. “Em grande parte, a nossa<br />
capacidade gerencial deve-se à parceria com<br />
a empresa. Muitos processos adotados hoje,<br />
inclusive na área de responsabilidade social,<br />
foram inspirados na conduta da Belgo e em<br />
práticas observadas durante os encontros do<br />
SRE”, avalia o gerente de mercado Sandro de<br />
Figueiredo Tôrres.<br />
Responsável, entre outras atividades, pela<br />
operação da rede de distribuição do Gás Liquefeito<br />
de Petróleo (GLP) nas instalações<br />
produtivas da Usina de Monlevade, a Aqua é<br />
o primeiro laboratório de monitoramento ambiental<br />
de Minas Gerais com sistema de<br />
gestão integrada – certificado pelas normas<br />
IS0 9000, IS0 14001 e OHSAS 18001. Em<br />
dezembro, a Aqua ganhou o prêmio Excelência<br />
em Segurança no Trabalho, disputado por<br />
26 fornecedores da Usina de Monlevade.<br />
O laboratório agora participa de processo<br />
para figurar no cadastro de fornecedores de<br />
serviços da Petrobras. “O grau de exigência é<br />
muito grande. Se não adotássemos práticas<br />
modernas, não nos atreveríamos a concorrer”,<br />
afirma Sandro de Figueiredo Tôrres. Se passar<br />
por esse funil, a empresa estará apta a participar<br />
de futuras concorrências abertas pela<br />
Petrobras.<br />
O2 | boletim do sre<br />
>>> regionalização<br />
SUSTENTABILIDA<strong>DE</strong><br />
SEM FRONTEIRAS<br />
Encontros do SRE na região Sul<br />
reuniram parceiros que não pertencem<br />
à cadeia produtiva da Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong><br />
FOTO: BELGO-ARCELOR BRASIL<br />
Encontro do SRE na região Sul: diversificação de parceiros
A formação de três grupos de clientes do Programa de Sustentabilidade<br />
e Responsabilidade Empresarial (SRE) no Sul do país<br />
– cerca de 50 parceiros em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e<br />
Paraná – ampliou a troca de experiências para além dos limites da<br />
cadeia produtiva da Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong>. Esse é um dos principais<br />
ganhos do processo de regionalização do programa, iniciado em<br />
2006 e que teve o seu primeiro ciclo encerrado no início deste ano,<br />
com encontros em Florianópolis e Curitiba. Outros grupos de parceiros<br />
serão formados para começar nova etapa de encontros.<br />
“A regionalização do programa abriu portas para a participação<br />
de segmentos não ligados diretamente à cadeia produtiva da Belgo-<br />
Arcelor <strong>Brasil</strong>”, constata o consultor Paulo Branco, da Ekobé Sustentabilidade<br />
e Responsabilidade Corporativa. Esse novo leque de<br />
participantes inclui desde sindicatos patronais e entidades empresariais,<br />
como Senai e Senac, até o Instituto Guga Kuerten, mantido<br />
pelo tenista Gustavo Kuerten, passando por organismos governamentais,<br />
como a <strong>Fundação</strong> do Meio Ambiente (Fatma) e a Secretaria<br />
de Estado do Desenvolvimento Sustentável, ambas ligadas ao<br />
governo de Santa Catarina. Todos enviaram representantes para a<br />
reunião de Florianópolis, realizada em 14 de fevereiro.<br />
A interação com outros segmentos empresariais será repetida nos<br />
próximos encontros. “Isso foi muito benéfico. Muitos de nossos parceiros<br />
tiveram a oportunidade de estreitar laços com entidades em-<br />
presariais”, aponta o assessor de marketing José Luiz Andrade,<br />
coordenador do programa.<br />
A proximidade geográfica dos clientes também descortinou uma<br />
tendência de colaboração entre os parceiros. “O fato de atuar<br />
numa mesma região favorece a formação de redes e o desenvolvimento<br />
de projetos em comum”, analisa o consultor Paulo<br />
Branco.<br />
Continuidade<br />
Anfitrião dos encontros de clientes realizados no Sul do país, o<br />
gerente regional de vendas Paraná-Santa Catarina, João Marques<br />
Návia, espera que o primeiro ciclo de encontros regionais resulte<br />
em muitos frutos. “Em Curitiba, os nossos parceiros pretendem continuar<br />
se encontrando para trocar experiências, independentemente<br />
da mediação da Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong>”, exemplifica.<br />
Para João Návia, o SRE também teve impacto direto no relacionamento<br />
Belgo-clientes. “Conseguimos trazê-los para mais perto da<br />
empresa”, argumenta. Segundo ele, a realização dos encontros e<br />
de outras atividades relacionadas ao programa – como uma visita<br />
a Juiz de Fora para conhecer o trabalho de empacotamento de pregos<br />
por jovens do Educandário Carlos Chagas – deu nova dimensão<br />
à atuação da Belgo, “que vai muito além de produzir e vender aço”.<br />
“Faltava<br />
sistematizar e<br />
compartilhar”>>><br />
A Aiza Engenharia, construtora de Curitiba, elaborou código de ética, estruturou<br />
normas de segurança e saúde ocupacional e definiu missão, valores e perfil<br />
empresarial. Tudo isso foi feito depois que a empresa começou a participar dos encontros<br />
do Programa de Sustentabilidade e Responsabilidade Empresarial (SRE), no ano<br />
passado.<br />
“Muita coisa estava na nossa cabeça. Faltava sistematizar e compartilhar com nossos empregados”,<br />
reconhece a engenharia Fernanda Maria Soares de Carvalho, que, ao lado do marido Paulo<br />
Carvalho, comanda os destinos da empresa, criada em 1993 e especializada na construção e reforma<br />
de instalações comerciais e industriais e unidades residenciais de elevado padrão. Sua carteira de<br />
clientes tem nomes de peso, como os bancos Santander-Banespa e Real ABN Amro, a Renault e a<br />
Volkswagen do <strong>Brasil</strong>. A tarefa de sistematizar a atuação da construtora no terreno da responsabilidade<br />
empresarial foi entregue ao filho do casal, Bruno Carvalho.<br />
A importância que a empresa dá ao tema pode ser comprovada com uma breve visita ao seu site na<br />
Internet (www.aiza.com.br). Já na página inicial, há um link para o SRE, que se sustenta internamente<br />
em torno de dois eixos: o social, com ênfase em inclusão digital, qualificação e erradicação do analfabetismo<br />
entre os seus operários, e o ambiental, ancorado no conceito de construção sustentável.<br />
Na opinião de Fernanda Carvalho, a inclusão de temas sociais e ambientais à agenda de negócios<br />
tende a se consolidar como diferencial das empresas. “Hoje, isso ainda é visto como vanguarda,<br />
mas a tendência é que se transforme em fator de competitividade”, prevê a empresária. Ela<br />
conta que recentemente um de seus clientes do segmento bancário começou a introduzir<br />
práticas de sustentabilidade em reformas e construções de agências, adotando ecoprodutos<br />
e procedimentos ambientalmente corretos.<br />
A Aiza também está atenta a pequenas práticas de sustentabilidade adotadas<br />
no cotidiano – como o uso intensivo do papel reciclado – e planeja associar<br />
ações de economia com benefícios para os empregados. Uma delas<br />
pretende reverter os ganhos com redução de consumo de<br />
material de escritório para compra de material escolar<br />
para filhos de empregados.<br />
boletim do sre | O3
tear<br />
DUAS FACES DA MESMA MOEDA<br />
Nos próximos anos, parte expressiva do ambiente empresarial brasileiro<br />
estará preparada para conciliar negócio e sustentabilidade. Ou melhor: fazer<br />
dessas dimensões duas faces da mesma moeda. É esse o cenário vislumbrado<br />
pelo Instituto Ethos com a implantação do programa Tear – Tecendo<br />
Redes Sustentáveis.<br />
Lançado no ano passado, o programa envolve sete cadeias produtivas,<br />
nove empresas-âncora e 120 pequenas e médias empresas. A Belgo-Arcelor<br />
<strong>Brasil</strong> lidera a cadeia da siderurgia, na qual estão 19 de seus parceiros comerciais,<br />
entre clientes e fornecedores. Cinco encontros já foram realizados, o último<br />
no dia 22 de fevereiro.<br />
Em abril, o Instituto Ethos realizará a primeira edição do Seminário Regional<br />
do Tear, com objetivo de promover o compartilhamento de experiências<br />
entre as cadeias de valor do programa. Esse encontro, marcado para Belo<br />
Horizonte, é o primeiro de uma série de quatro previstos. Está sendo organizado<br />
com apoio das empresas-âncoras e dos parceiros locais: Belgo-Arcelor<br />
<strong>Brasil</strong>, Companhia Vale do Rio Doce, âncora do setor de mineração, Fiemg,<br />
Instituto <strong>Brasil</strong>eiro de Mineração (Ibram) e Sebrae. Cerca de 200 executivos<br />
deverão participar do evento.<br />
O Tear adota metodologia de trabalho que se assemelha, em alguns pontos,<br />
à do SRE da Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong>, como a sistemática de aplicação de indicadores<br />
de responsabilidade social, de promoção de encontros periódicos<br />
para troca de experiências e de trabalhar com planos de ação.<br />
Diagnóstico<br />
Na primeira fase do programa, já encerrada, as empresas procuraram fazer<br />
uma análise do seu negócio à luz da sustentabilidade. “Elas refletiram sobre<br />
sua missão, valores e visão e analisaram fraquezas, pontos fortes, ameaças e<br />
oportunidades”, informa Patrícia de Caires Sogayar, coordenadora do programa<br />
pelo Instituto Ethos. Segundo ela, as empresas também mapearam as<br />
chamadas partes interessadas – grupos com os quais se relacionam – e se<br />
esforçaram para produzir um retrato de sua gestão, “com o objetivo de avaliar<br />
o seu grau de sustentabilidade”.<br />
O próximo passo consiste na elaboração de diagnóstico de responsabilidade<br />
social, tarefa que será cumprida pelas empresas a partir do alinhamento<br />
de suas práticas gerenciais com o conceito de sustentabilidade. Um ano depois<br />
do lançamento do programa, já existem sinais de que o tema está entrando<br />
na agenda das empresas. “A ficha está caindo”, observa Patrícia<br />
Sogayar.<br />
Até 2008, quando o programa será encerrado, o Instituto Ethos espera mudanças<br />
expressivas no cotidiano das empresas envolvidas, principalmente nas<br />
pequenas e médias. “A idéia é construir um ambiente favorável à ampliação<br />
das oportunidades de negócio, à melhoria das relações comerciais e da<br />
própria gestão das empresas, com a incorporação de um diferencial competitivo,<br />
que é a sustentabilidade”, projeta Patrícia Sogayar. Já existe até uma<br />
meta quantificada: aumentar em 5% a produtividade das pequenas e médias<br />
empresas.<br />
O programa é financiado com recursos de 2,6 milhões de dólares. Metade<br />
desse valor é bancada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)<br />
e a outra metade viabilizada pelo Instituto Ethos e empresas parceiras.<br />
O4 | boletim do sre<br />
Programa do Instituto Ethos<br />
quer disseminar conceito de<br />
sustentabilidade no ambiente<br />
empresarial brasileiro<br />
as redes do Tear >>><br />
SEGMENTO<br />
Açúcar e álcool<br />
Construção Civil<br />
(grandes obras)<br />
Construção civil<br />
(incorporação)<br />
Energia elétrica<br />
Mineração<br />
Petróleo e gás<br />
Siderurgia<br />
Varejo<br />
ÂNCORA<br />
Usina Vale do Rosário<br />
Construtora Camargo Corrêa<br />
FOTO: ARQUIVO BELGO-ARCELOR BRASIL<br />
Gafisa<br />
Y. Takaoka Empreendimentos<br />
Companhia Paulista de Força e Luz<br />
(CPFL)<br />
Companhia Vale do Rio Doce (CVRD)<br />
Petrobras<br />
Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong><br />
Extra Hipermercados (Grupo Pão de<br />
Açúcar)<br />
>>> Programa<br />
Tear<br />
Alinhado ao<br />
objetivo 8: Estabelecer uma<br />
parceria mundial para o<br />
desenvolvimento