13.04.2013 Views

DE OLHO NAS CIDADES - Fundação ArcelorMittal Brasil

DE OLHO NAS CIDADES - Fundação ArcelorMittal Brasil

DE OLHO NAS CIDADES - Fundação ArcelorMittal Brasil

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

expansão<br />

PROGRAMAS<br />

AMPLIAM RAIO <strong>DE</strong><br />

ATUAÇÃO EM 2007<br />

>>> entrevista<br />

O JORNALISMO<br />

SEGUNDO GILBERTO<br />

DIMENSTEIN<br />

ano 7 | nº 28 | janeiro/fevereiro/março de 2OO7<br />

<strong>DE</strong> <strong>OLHO</strong><br />

<strong>NAS</strong> CIDA<strong>DE</strong>S<br />

O que fazer para preservar um espaço público? De quem é a responsabilidade<br />

por sua conservação? Questões como essas serão trabalhadas durante a<br />

edição 2OO7 do Prêmio Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> de Meio Ambiente nas<br />

escolas dos municípios de atuação da empresa. Página 7


2<br />

linha direta<br />

ÀS CIDA<strong>DE</strong>S,<br />

COM CARINHO<br />

Não poderia ser mais feliz a escolha do tema da<br />

edição 2007 do Prêmio Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> de Meio<br />

Ambiente. As cidades são o ambiente predominante<br />

na paisagem geográfica brasileira, abrigando mais de<br />

80% de nossa população.<br />

São nos centros urbanos – pequenos, médios e<br />

grandes – que a maioria das pessoas vive, estuda,<br />

trabalha e se relaciona. Eles também concentram os<br />

principais espaços de convivência da modernidade.<br />

E é sobre esses espaços – em especial as escolas –<br />

que o Prêmio pretende lançar um olhar especial.<br />

Um olhar de preocupação, é verdade, já que esses<br />

lugares, não raro, são vítimas do descaso de quem<br />

deveria zelar por eles. Mas, ao mesmo tempo,<br />

lançamos também um olhar de carinho, esperança e<br />

de certeza de que é possível transformá-los em centros<br />

de vitalidade social.<br />

Ao trabalhar o tema De olho nas cidades, esperamos<br />

muito mais que um olhar reflexivo – materializado<br />

em desenhos e redações –, mas sobretudo um<br />

olhar transformador, que certamente virá dos trabalhos<br />

inscritos na categoria Projeto Escola, que premia<br />

os esforços das comunidades escolares voltados para<br />

a questão ambiental. Não temos dúvida de que delas<br />

virão iniciativas de revitalização da escola e de outros<br />

espaços sociais, que são públicos, mas precisam ser<br />

tratados como se fossem a casa da gente.<br />

Um posto de saúde freqüentado por muitos idosos<br />

que não vão lá em busca de atendimento médico.<br />

Parece estranho, mas é isso que ocorre na Unidade de<br />

Saúde de Cariacica, a cerca de um quilômetro da Usina<br />

de Vitória, sempre nas manhãs de quinta-feira. Nesses<br />

dias, pelo menos 70% dos pacientes aparecem apenas<br />

para participar de atividades de terapia ocupacional, que<br />

envolvem trabalhos manuais e pinturas.<br />

Esse fenômeno é provocado pelo projeto Dignidade,<br />

coordenado pelo técnico de materiais Marcos Roberto<br />

Santos, da UGV. Ele explica que a iniciativa surgiu há um<br />

>>> pró-voluntário<br />

CHEFE DA FAMÍLIA<br />

DIGNIDA<strong>DE</strong><br />

>>> curtas<br />

VISUAL NOVO<br />

Esta edição do Nota 10 circula com duas novidades. A primeira está<br />

estampada no próprio visual da publicação, que ganhou novo projeto<br />

gráfico. A intenção é tornar o jornal mais atraente e contemporâneo, com<br />

um layout cheio de mobilidade e mais colorido.<br />

A outra é o encarte com uma pesquisa de recepção do jornal. Ao responder<br />

ao questionário, você contribuirá para manter a qualidade da<br />

publicação e ainda concorrerá ao sorteio de um exemplar do livro Velho<br />

Chico – Uma Viagem Pictórica, de Otoniel Fernandes Neto.<br />

VISITA ILUSTRE<br />

A diretora da <strong>Fundação</strong> Arcelor Mittal, Felicidad Cristobal, esteve no <strong>Brasil</strong>,<br />

no final de dezembro, para conhecer as ações comunitárias das fundações<br />

Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> e Acesita e da CST. Cristobal participou de encontros<br />

em Vitória e em Belo Horizonte com executivos da CST e Belgo-Arcelor<br />

<strong>Brasil</strong> e viu de perto alguns programas sociais desenvolvidos em Timóteo,<br />

no Vale do Aço, onde a Acesita opera sua planta siderúrgica.<br />

A criação da <strong>Fundação</strong> Arcelor Mittal foi oficializada em janeiro, e sua diretora<br />

está fazendo um reconhecimento do trabalho das empresas Arcelor<br />

Mittal na área social para estabelecer a melhor forma de atuação.<br />

ano e meio quando notou que os idosos ficavam muito<br />

tempo na fila, ociosos, aguardando atendimento.<br />

O sucesso foi tanto que muitos agora voltam regularmente,<br />

ainda que não apresentem problemas de saúde.<br />

“Eles não vêm mais para se consultarem. Hoje, fazem<br />

parte da família Dignidade”, diz Marcos Roberto. Entusiasta<br />

do trabalho voluntário, ele garante que seu<br />

empenho não se limita à hora marcada. “Fico em casa<br />

pensando nas oficinas, meus filhos ajudam a planejálas;<br />

é uma atividade que mobiliza a família inteira”,<br />

orgulha-se.<br />

Marcos Roberto,<br />

em frente à<br />

unidade de<br />

saúde: empenho<br />

sem hora marcada<br />

FOTO: ARQUIVO PESSOAL


programa nota 10<br />

CIDADANIA RECORDISTA<br />

Edição 2OO6 do Cidadãos<br />

do Amanhã aumenta<br />

arrecadação e contribuintes<br />

O programa Cidadãos do Amanhã voltou a bater<br />

recordes de arrecadação e participantes. Em 2006, a iniciativa<br />

alcançou R$ 1,7 milhão doados por 2.967 pessoas<br />

físicas e jurídicas, entre empregados, cônjuges,<br />

clientes, fornecedores, terceiros e empresas Belgo-<br />

Arcelor <strong>Brasil</strong>. Em relação a 2005, a arrecadação quase<br />

dobrou, enquanto o número de participantes aumentou<br />

62%.<br />

A contribuição das empresas Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> foi<br />

decisiva para o desempenho do programa. Em 2006,<br />

seis empresas do Grupo destinaram R$ 1,17 milhão,<br />

frente aos R$ 341 mil de 2005. Entre os empregados, a<br />

arrecadação chegou a R$ 499 mil. Foram 2.738<br />

doadores, cerca de 40% do quadro de pessoal das empresas.<br />

Essa mobilização é creditada, em grande parte, ao<br />

empenho dos coordenadores locais, que não mediram<br />

esforços para divulgar o programa e sensibilizar<br />

os colegas a aderir à causa. No corpo-a-corpo valeu até<br />

a disputa entre as unidades Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong>. “É<br />

uma competição saudável em que uma usina quer superar<br />

a outra”, lembra Alessandra Friedlaender, analista<br />

da Gerência de Programas Especiais da <strong>Fundação</strong><br />

Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong>, responsável pela condução corporativa<br />

do programa.<br />

Os recursos dos Cidadãos do Amanhã alcançam<br />

cerca de 20 fundos da criança e do adolescente ligados<br />

aos municípios de atuação da Belgo-Arcelor<br />

<strong>Brasil</strong>. Uma das entidades beneficiadas é a Associação<br />

Mineira de Reabilitação (AMR), que receberá recursos<br />

por intermédio do Conselho Nacional dos Direitos da<br />

Criança e do Adolescente, órgão que pela primeira vez<br />

será contemplado com recursos da iniciativa.<br />

>>> Cidadãos<br />

do Amanhã<br />

Alinhado ao<br />

objetivo 8:<br />

Estabelecer uma parceria<br />

mundial para o desenvolvimento.<br />

adesão<br />

máxima >>><br />

Longe de ser a maior unidade da Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> – à<br />

frente dela estão BBA, Monlevade, Juiz de Fora, Cariacica e Piracicaba<br />

–, a Trefilaria de São Paulo se destacou no quesito adesão: 100%<br />

dos empregados – 161 profissionais – contribuíram com o programa,<br />

muitos com quantias modestas. “Alguns nem pagam imposto de renda.<br />

Mesmo assim doaram o que foi possível”, conta a técnica em Comunicação da<br />

Trefilaria, Viviane Fernandes, coordenadora do programa.<br />

A mobilização, porém, não envolveu apenas os empregados. Em outubro, a<br />

Unidade de São Paulo realizou encontro com fornecedores apenas para apresentar-lhes<br />

o Cidadãos do Amanhã. Resultado: 13 parceiros contribuíram com quase<br />

R$ 8 mil. Ao todo, o programa arrecadou R$ 48,6 mil em São Paulo, incluindo o<br />

Escritório de Vendas e o CDB.<br />

Pequenos gestos ajudam explicar o sucesso do programa na capital paulista.<br />

Todos os doadores deixavam mensagens incentivando os outros colegas a<br />

também aderirem à causa. O corpo-a-corpo também envolveu os fornecedores.<br />

“Houve um deles que trouxe um cliente para participar”, lembra<br />

Viviane Fernandes.<br />

É a primeira vez que o município de São Paulo receberá recursos<br />

do Cidadãos – R$ 172 mil. O dinheiro beneficiará<br />

quatro entidades sociais cadastradas no Fundo<br />

Municipal da Criança e do Adolescente.<br />

>> participação<br />

Empresas Belgo<br />

Empregados<br />

Cônjuges<br />

Fornecedores<br />

Clientes<br />

Terceiros<br />

TOTAL<br />

4<br />

1.705<br />

10<br />

21<br />

53<br />

41<br />

1.830<br />

PARTICIPANTES<br />

EM 2005<br />

6<br />

2.738<br />

6<br />

41<br />

83<br />

99<br />

2.967<br />

PARTICIPANTES<br />

EM 2006<br />

50,0<br />

60,6<br />

-40,0<br />

95,2<br />

56,6<br />

141,5<br />

62,1<br />

VARIAÇÃO (%)<br />

3


4<br />

>>> atuação social<br />

Programas chegam<br />

a outros municípios<br />

de influência da<br />

Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong><br />

>>> Ver é<br />

viver e Ouvir<br />

bem para<br />

aprender melhor<br />

Alinhados ao objetivo 2:<br />

Atingir o ensino básico<br />

universal.<br />

Crianças fazem exames de<br />

acuidade visual e auditiva: Ver<br />

é viver e Ouvir bem para<br />

aprender melhor são aliados<br />

da aprendizagem<br />

A OR<strong>DE</strong>M É EXPANDIR<br />

Os programas da <strong>Fundação</strong> Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> continuarão ampliando seu raio<br />

de atuação em 2007. Três deles já estão com diretrizes definidas. O Ver é Viver<br />

e o Ouvir Bem para Aprender Melhor estão sendo levados a Martinho Campos<br />

e Quartel-Geral, no Centro-Oeste de Minas, enquanto o Empreendedorismo<br />

Juvenil alcançará uma segunda escola em Monlevade.<br />

Em Martinho Campos, os dois programas de acuidade visual e auditiva deverão<br />

beneficiar 2,3 mil alunos de oito escolas, inclusive uma que atende à comunidade<br />

indígena do município. Na vizinha Quartel-Geral, serão 550 alunos<br />

de cinco escolas. “Com os programas, também vamos alcançar filhos de empregados,<br />

já que a maioria estuda nas escolas públicas dos dois municípios”, informa<br />

Olinda Gardin, chefe do departamento administrativo da regional de<br />

Martinho Campos da CAF-Arcelor <strong>Brasil</strong>. Segundo Olinda, a implantação dos<br />

programas nos dois municípios cumpre diretriz da política de responsabilidade<br />

social da empresa, baseada no diálogo e na interação com as comunidades.<br />

Ela lembra que já ouviu muitos relatos de professoras sobre deficiências de<br />

atenção e dificuldades de aprendizado dos alunos das escolas de Martinho<br />

Campos. Em outros lugares onde os programas foram implantados, ficou constatado<br />

que esses problemas, em muitos casos, eram provocados por problemas<br />

de audição e visão.<br />

No mundo dos negócios<br />

Um dos mais novos programas da <strong>Fundação</strong> Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong>, o Empreendedorismo<br />

Juvenil, que introduz alunos de escolas públicas ao mundo dos<br />

negócios, está sendo ampliado. Implantado com sucesso no Centro Educacional<br />

de Monlevade, onde beneficia cerca de mil alunos de 5ª a 8ª séries, o programa<br />

está chegando à Escola Municipal Cônego José Higino de Freitas. A expectativa<br />

é de que os conteúdos do programa – organização empresarial, contratação de<br />

empregados, planejamento de produção, marketing e comercialização de produtos<br />

– alcancem cerca de 1.500 alunos também da 5ª a 8ª séries.<br />

O programa é resultado de parceria com a Usina de Monlevade, Secretaria<br />

Municipal de Educação e ONG Junior Achievement, responsável pela metodologia.<br />

As aulas são dadas por empregados do comitê Pró-Voluntário da Usina<br />

de Monlevade, com apoio dos professores das escolas.<br />

A coordenadora pedagógica Romilda Aparecida Linhares, da Secretaria de<br />

Educação de Monlevade, aposta no sucesso da iniciativa na Escola Cônego José<br />

Higino, onde as atividades começam no segundo semestre. Seu otimismo baseia-se<br />

nas histórias sobre o funcionamento do programa no Centro Educacional.<br />

“Lá, os alunos conseguem planejar sua vida financeira e até mesmo<br />

ajudar os pais a gerirem seus negócios e a rotina doméstica”.<br />

Para a coordenadora do programa pela Usina de Monlevade, Maria Eunice Dinalli<br />

Iglesias, o interesse dos jovens pelo empreendedorismo, o apoio da equipe<br />

escolar e o empenho dos voluntários da Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> foram os fatores<br />

que concorreram para o sucesso do programa no Centro Educacional, fato que<br />

permitiu expandi-lo para outra escola em Monlevade. “Preparando o estudante<br />

para o mundo dos negócios e facilitando seu desenvolvimento pessoal, proporcionamos<br />

a ele a possibilidade de inserção no mercado de trabalho”, ressalta<br />

Maria Eunice.<br />

FOTOS: ARQUIVO FUNDAÇÃO BELGO-ARCELOR BRASIL<br />

Ainda em 2OO7, outros programas da <strong>Fundação</strong> ampliarão o<br />

seu alcance geográfico. O Peas deverá ser implantado em<br />

Piracicaba, enquanto Feira de Santana (BA) receberá o Trilhas<br />

da Cultura e o Pró-Voluntário. Já o Circuito Ambiental chegará<br />

a Antônio Dias, onde funciona a Usina Hidrelétrica Guilman-<br />

Amorim, gerenciada pelo consórcio Belgo-Arcelor<br />

<strong>Brasil</strong>/Samarco, e em Hortolândia (SP), onde será viabilizado<br />

em parceria com a Dow Corning, empresa de liderança<br />

mundial na produção de silicones.


INCLUSÃO NA PONTA<br />

DOS <strong>DE</strong>DOS<br />

Aula da ECI no prédio<br />

do antigo Cassino, em<br />

Monlevade: cidadania<br />

passa pela inclusão digital<br />

Fazer da inclusão digital um passaporte<br />

para a inclusão social. Este é o<br />

princípio que orienta a metodologia da<br />

Escola de Informática e Cidadania (EIC),<br />

programa que acaba de ser implantado<br />

na Usina da Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> de Monlevade<br />

e em escola de informática mantida<br />

pela Prefeitura na periferia do<br />

município.<br />

O programa é uma parceria entre a<br />

Usina, a <strong>Fundação</strong> Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong>, a<br />

Secretaria Municipal de Educação e o<br />

Comitê para Democratização da Informática<br />

(CDI), Ong responsável pelo desenvolvimento<br />

do método que alia<br />

Criado há 12 anos no Rio de Janeiro,<br />

o Comitê para a Democratização da<br />

Informática (CDI) já estruturou, em<br />

parceria com empresas e organismos<br />

públicos, 88O escolas de informática<br />

e cidadania em 2O estados e no exterior.<br />

Cerca de 7O mil alunos se formam<br />

todos os anos nas unidades de<br />

informática que adotam a metodologia<br />

do CDI.<br />

>>> Escola de<br />

Informática e<br />

Cidadania<br />

Alinhado ao objetivo 2:<br />

Atingir o ensino básico<br />

universal.<br />

informática e cidadania.<br />

Na Usina de Monlevade, a EIC está instalada<br />

no Centro de Cultura e Memória,<br />

no prédio do antigo Cassino, onde foi<br />

montada infra-estrutura com 15 computadores.<br />

As aulas, que começaram no<br />

dia 5 de março, beneficiam 108 jovens<br />

da comunidade. “Em apenas dois dias<br />

preenchemos todas as vagas”, comenta o<br />

assessor de Comunicação da Unidade,<br />

João Carlos de Oliveira Guimarães. Segundo<br />

ele, a procura foi tão grande que a<br />

turma do segundo semestre – outras 108<br />

vagas – também está fechada. Ao todo,<br />

cerca de 220 pessoas já se inscreveram.<br />

cruzeiro celeste >>><br />

>>> qualificação<br />

FOTO: ARQUIVO BELGO-ARCELOR BRASIL<br />

Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> e<br />

Prefeitura implantam,<br />

em Monlevade,<br />

escolas que aliam o<br />

ensino de informática<br />

à cidadania<br />

A outra unidade em Monlevade está estruturada numa escola de informática mantida<br />

pela Prefeitura no bairro Cruzeiro Celeste. Lá, dois educadores e dois coordenadores foram<br />

treinados na metodologia do CDI, que agora passa a orientar o projeto pedagógico da escola, que<br />

forma 390 alunos por semestre. “Antes, a base de ensino era a informática pura e simples. Hoje, já incluímos<br />

noções de cidadania nas nossas aulas”, informa a coordenadora pedagógica da Secretaria de<br />

Educação de Monlevade, Renata dos Santos Mendes.<br />

Essa dimensão aparecerá em todos os trabalhos que serão desenvolvidos pelos alunos das duas unidades.<br />

Uma pesquisa sobre a violência preparada com auxílio da Internet, por exemplo, terá como ponto de partida<br />

a situação do jovem de Monlevade e não uma realidade que lhe seja distante.<br />

O curso, com duração prevista de cinco meses, tem conteúdo abrangente. “Não formaremos<br />

experts, mas certamente as pessoas sairão habilitadas para usar a informática em seu cotidiano”,<br />

garante João Carlos de Oliveira. O programa da Escola de Informática e Cidadania<br />

inclui noções sobre o sistema operacional e uso dos principais programas<br />

da plataforma Windows, como Word, Excel, Powerpoint e<br />

Internet Explorer.<br />

5


6<br />

>>> prêmio<br />

O programa Rede Colaborativa de Sabará<br />

conquistou um dos mais importantes prêmios<br />

no campo da responsabilidade social. Trata-se<br />

do Valor Social, concedido pelo jornal Valor<br />

Econômico, especializado em economia e<br />

negócios. A premiação foi realizada em 18 de<br />

dezembro, em São Paulo.<br />

A Rede Colaborativa, inscrita pela Belgo-<br />

Arcelor <strong>Brasil</strong>, conseguiu uma proeza: venceu<br />

tanto no júri especializado, formado por estudiosos<br />

da responsabilidade social, quanto no júri<br />

popular, composto pelos internautas que acessaram<br />

a página eletrônica do jornal.<br />

A iniciativa concorreu na categoria Relações<br />

com a Comunidade, superando, na final, as<br />

multinacionais Cargill e TIM. A primeira se inscreveu<br />

com um projeto de disseminação de<br />

conceitos de agricultura familiar e segurança<br />

alimentar entre educadores e crianças de<br />

famílias pobres. Já a operadora de telefonia<br />

celular financia programa de educação musical<br />

em escolas públicas.<br />

Além de Relações com a Comunidade, na<br />

qual a Rede Colaborativa foi inscrita, o Valor Social<br />

distinguiu programas sociais nas categorias<br />

Gestão Sustentável, Qualidade no Ambiente de<br />

Trabalho, Respeito ao Meio Ambiente, Respeito<br />

ao Consumidor e Micro e Pequenas Empresas,<br />

além do Grande Prêmio. Este foi dividido pelas<br />

empresas 24X7 Cultural e Máquinas de Livros<br />

(júri de especialistas) e Bradesco (júri popular).<br />

O Valor Social recebeu 180 inscritos, dos<br />

quais 35 se classificaram para a final. Estes<br />

foram objeto de reportagens publicadas no<br />

caderno especial Empresas & Comunidade, que<br />

circulou em novembro.<br />

SUCESSO <strong>DE</strong> PÚBLICO<br />

E <strong>DE</strong> CRÍTICA<br />

Rede Colaborativa de Sabará vence<br />

prêmio do jornal Valor Econômico<br />

sob o olhar<br />

atento da<br />

academia >>><br />

A experiência da Rede Colaborativa de Sabará, baseada na<br />

junção de esforços do poder público, organizações não-governamentais<br />

e iniciativa privada, já desperta o interesse da academia. A iniciativa<br />

foi tema de estudo de dois cursos de especialização em gestão e negócios:<br />

o Master Social Administration (MSA) in Company, oferecido pelo Business<br />

Institute (BI) e pela <strong>Fundação</strong> Getúlio Vargas (FGV), em parceria com a Federação<br />

Mineira de Fundações de Direito Privado (Fundamig); e o ciclo de formação<br />

continuada Saberes e Práticas para a Sustentabilidade, organizado pela Fundamig<br />

para dirigentes e profissionais de suas filiadas e outros públicos.<br />

“A Rede Colaborativa foi um exemplo excelente, que ilustrou muito bem o<br />

sucesso e as dificuldades vivenciadas por redes interssetoriais”, afirma o consultor<br />

e administrador Og Dória, que ministrou curso do BI/FGV em Belo Horizonte,<br />

freqüentado por 22 alunos, entre profissionais de empresas, gestores de<br />

ONGs e servidores do Tribunal de Contas de Minas Gerais.<br />

Dória define como “irreversível” a tendência de trabalhar em redes.<br />

“Ainda que os governos sejam os principais responsáveis pela formulação<br />

e gestão de políticas públicas, a atuação em rede<br />

permite que a sociedade civil fiscalize melhor o gasto<br />

público, que deve se basear no princípio do<br />

‘fazer mais com menos’”, conclui.<br />

FOTO: BELGO-ARCELOR BRASIL<br />

>>> Rede Colaborativa de Sabará<br />

Alinhada aos oito objetivos do milênio: Erradicar a<br />

extrema pobreza e a fome (1); Atingir o ensino<br />

básico universal (2); Promover a igualdade de<br />

gênero e a autonomia das mulheres (3); Reduzir a<br />

mortalidade infantil (4); Melhorar a saúde materna<br />

(5); Combater o HIV/Aids, a malária e outras<br />

doenças (6); Garantir a sustentabilidade<br />

ambiental (7); Estabelecer uma parceria<br />

mundial para o desenvolvimento (8).<br />

Equipe da <strong>Fundação</strong> e da<br />

Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> recebeu<br />

o prêmio em São Paulo


consciência<br />

IMAGENS: 2 PONTOS COMUNICAÇÃO<br />

>>> Prêmio Belgo-Arcelor<br />

<strong>Brasil</strong> de Meio Ambiente<br />

Alinhados aos objetivos 2 e<br />

7: Atingir o ensino básico<br />

universal e Garantir a sustentabilidade<br />

ambiental.<br />

A VEZ DAS CIDA<strong>DE</strong>S<br />

Preservação dos espaços públicos<br />

urbanos orienta edição 2OO7 do Prêmio<br />

Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> de Meio Ambiente<br />

Uma das grandes preocupações das<br />

escolas – a preservação de seu próprio<br />

patrimônio e dos espaços públicos – foi<br />

a fonte de inspiração para a escolha do<br />

tema da edição 2007 do Prêmio Belgo-<br />

Arcelor <strong>Brasil</strong> de Meio Ambiente. Alunos<br />

e professores de 39 municípios sob a<br />

influência da empresa já começam a se<br />

debruçar sobre a temática De olho na<br />

cidade.<br />

A definição do tema surgiu a partir de<br />

análises feitas dos relatórios preenchidos<br />

pelas próprias escolas e que demandavam<br />

a necessidade de trabalhar<br />

com a questão dos espaços públicos. “A<br />

depredação do patrimônio das escolas<br />

é algo que preocupa muito. Em cima<br />

disso, vamos promover uma discussão<br />

mais ampla sobre o espaço público e as<br />

responsabilidades de quem deve zelar<br />

por ele”, afirma a consultora de projetos<br />

ambientais Raquel Aguiar Rotundo, que<br />

trabalhou na elaboração conceitual do<br />

tema deste ano.<br />

quase o ano<br />

todo >>><br />

Responsável pela coordenação do<br />

Prêmio em Piracicaba, ela revela que as<br />

discussões vão girar em torno de dois<br />

eixos. O primeiro é a percepção ambiental.<br />

“Queremos incentivar os alunos<br />

a lançarem um olhar diferente para o<br />

lugar em que habitam”, explica Raquel.<br />

O outro eixo de trabalho é a legislação<br />

ambiental. “A idéia é mostrar que ela é<br />

uma aliada da preservação dos espaços<br />

públicos”, acrescenta.<br />

O material didático – cartilhas para<br />

alunos de 1ª a 4ª séries e de 5ª a 8ª<br />

séries e as apostilas para os professores<br />

– já está sendo distribuído nas escolas.<br />

A <strong>Fundação</strong> Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> também<br />

está produzindo vídeo sobre o assunto.<br />

A escolha do tema de 2007 segue<br />

linha adotada pela organização do<br />

Prêmio, iniciada em 2003, de discutir a<br />

questão ambiental a partir de valores e<br />

atitudes. No ano passado, o concurso<br />

versou sobre Ética e meio ambiente.<br />

As atividades desenvolvidas em torno do concurso ocupam boa<br />

parte do ano escolar. Até o ano passado, mais de 600 escolas instituíram<br />

o Dia do Prêmio Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> de Meio Ambiente e outras 176 incorporaram-no<br />

em sua grade curricular.<br />

Depois que recebem o material – normalmente em março –, as escolas se debruçam<br />

sobre ele até agosto, quando selecionam os melhores desenhos e redações. Em<br />

setembro, ocorre a etapa empresa do Prêmio: as unidades escolhem os melhores trabalhos<br />

entre os enviados pelas escolas dos municípios de atuação e pelos filhos de empregados.<br />

Eles vão para a etapa corporativa, que se constitui na grande final do concurso. O<br />

resultado geral é divulgado em outubro.<br />

O Prêmio é disputado por crianças e adolescentes – filhos de empregados e alunos<br />

de escolas dos municípios de atuação da empresa – matriculados nas oito séries<br />

do ensino fundamental. Os alunos de 1ª a 4ª séries concorrem com desenhos,<br />

enquanto os de 5ª a 8ª séries produzem redações. Na edição passada,<br />

a organização do Prêmio instituiu a categoria Projeto Escola,<br />

que distingue iniciativas de responsabilidade socioambiental<br />

desenvolvidas coletivamente no âmbito<br />

das escolas.<br />

7


8<br />

>>> entrevista<br />

O JORNALISMO COMO SALA <strong>DE</strong> AULA<br />

O colunista Gilberto Dimenstein, da<br />

Folha de S.Paulo, pertence a uma estirpe<br />

– cada vez mais rara – de profissionais<br />

de comunicação que vêem o<br />

jornalismo como missão. “Jornalismo é,<br />

para mim, um jeito de educar pela educação”,<br />

escreve ele no texto de apresentação<br />

do seu site jornalismo comunitário<br />

(www.folha.uol.com.br/folha/dimenstein).<br />

Ex-diretor de redação da Folha em Brasília e ex-correspondente do jornal em<br />

Nova York, Dimenstein revela, nesta entrevista ao Nota 1O, que foi por<br />

“prazer” que decidiu apostar no chamado jornalismo comunitário – voltado<br />

para a cobertura de fatos e personagens que contribuem ou prejudicam o desenvolvimento<br />

das comunidades. Aqui, também aborda o trabalho da ONG<br />

Cidade Escola Aprendiz, criada por ele em 1997.<br />

O senhor se inscreve numa corrente denominada jornalismo<br />

comunitário. Como a conceituaria? Essa<br />

definição não soa estranha, já que o jornalismo é, essencialmente,<br />

uma atividade comunitária?<br />

O que o jornalismo comunitário faz, em essência, é voltar<br />

seu olhar para o mundo micro, para as relações do indivíduo<br />

com a sua realidade e o seu entorno. Quando falamos de<br />

jornalismo político ou de jornalismo local, todos entendem.<br />

Jornalismo comunitário materializa um olhar diferenciado,<br />

que prioriza fatos e personagens prejudiciais ou colaborativos<br />

na construção de comunidades que valorizem os direitos<br />

dos cidadãos. O jornalismo comunitário prioriza a<br />

educação, os direitos humanos, a redução da violência e o<br />

capital social.<br />

Por que o senhor decidiu associar sua atividade de jornalista<br />

com a questão social?<br />

Acho que pelo prazer. Como jornalista já fui correspondente<br />

em Nova York, diretor da Folha de S. Paulo em Brasília, mas<br />

percebi que esse campo do jornalismo comunitário, voltado<br />

para os problemas próprios da comunidade, não estava<br />

bem coberto. Não havia profissionais voltados para questões<br />

ligadas à educação e aos direitos humanos e sociais.<br />

Como surgiu a ONG Cidade Escola Aprendiz? Quais são<br />

seus principais objetivos e desafios?<br />

Ela surgiu a partir da minha experiência como educador.<br />

Atualmente a ONG ministra cursos de capacitação em educação<br />

comunitária valendo-se de metodologia própria. A intenção<br />

é mapear tudo, ensinar as pessoas da comunidade<br />

>>> expediente<br />

que elas devem se voltar para o capital social, para<br />

as relações com a família, com a igreja ou o templo,<br />

criar malhas de confiança na sociedade do seu<br />

entorno. Estamos desenvolvendo trabalhos com<br />

várias escolas municipais de São Paulo e do interior<br />

paulista e de outros lugares, como Belo Horizonte. Em<br />

BH, trabalhamos em parceria com a Prefeitura no projeto<br />

Escola Integrada. Criamos a figura de educador comunitário,<br />

que vai auxiliar a viabilizar o trabalho.<br />

Existe uma tendência ao trabalho em rede, com a<br />

junção de esforços entre o Poder Público, o empresariado<br />

e as organizações não-governamentais. Em sua<br />

opinião, esse pode ser o caminho para o <strong>Brasil</strong> superar<br />

seu histórico de injustiças sociais?<br />

Não há um caminho único. O caminho ideal é envolver pais,<br />

comunidade e criar uma educação mais próxima do aluno,<br />

com um currículo que seja mais afeito à sua realidade. Escolas,<br />

pais, alunos, todos devem trabalhar com metas, focando<br />

sempre na cobrança de resultados. Isso tem que<br />

funcionar como um time de futebol, como Cruzeiro e<br />

Atlético. A torcida está sempre cobrando, festejando. É assim<br />

que deve ser o envolvimento dos pais: sempre cobrando<br />

dos alunos e estipulando metas.<br />

Programa desenvolvido pela Prefeitura de Belo Horizonte e<br />

que envolverá, este ano, cerca de 3O mil alunos de 5O escolas<br />

municipais em atividades que extrapolam a sala de aula.<br />

Com o auxílio da própria escola, as crianças usam espaços<br />

comunitários nas imediações para complementar sua formação.<br />

nota 10 é uma publicação trimestral da <strong>Fundação</strong> Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong> | Av. dos Andradas, 1.093 Santa Efigênia<br />

CEP 30.120-010 Belo Horizonte MG | Telefone (31) 3048-6262 | COOR<strong>DE</strong>NAÇÃO <strong>DE</strong> PROGRAMAS ESPECIAIS Leonardo Gloor<br />

| JORNALISTA RESPONSÁVEL Ana Amélia Gouvêa (MTb 4843/MG) | PRODUÇÃO EDITORIAL BH Press Comunicação |<br />

PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO Idéias Bizarras | IMPRESSÃO Pampulha Editora Gráfica | TIRAGEM 10.000 exemplares<br />

FOTO: ACERVO PESSOAL<br />

Dimenstein: olhar<br />

diferenciado sobre<br />

a questão social


encarte do jornal nota 1O nº 28 | jan/fev/mar 2OO7<br />

>>> fornecedores<br />

SRE-USINA PREPARA-SE PARA<br />

NOVO CICLO COM FORNECEDORES<br />

Etapa alcançará cerca de<br />

90 parceiros das usinas<br />

de Monlevade, Juiz de<br />

Fora, Piracicaba e Vitória<br />

O Programa de Sustentabilidade e Responsabilidade Empresarial (SRE)<br />

está iniciando mais um ciclo de encontros e atividades entre os fornecedores<br />

de usina. Ao todo, os grupos – formados em Monlevade, Piracicaba, Juiz de<br />

Fora e Vitória – reunirão cerca de 90 empresas que fornecem materiais e<br />

serviços para essas quatro usinas da Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong>.<br />

A agenda que inaugura a nova etapa do SRE ainda está sendo definida e<br />

deverá ser aberta com um encontro em Monlevade. O formato será idêntico<br />

ao do primeiro ciclo, que reuniu 84 parceiros, com uma diferença básica: o<br />

tempo de duração do ciclo. “Ele terá um ano e meio (o anterior foi de um<br />

ano) para permitir que o conceito e as ações de sustentabilidade sejam mais<br />

bem assimilados pelos parceiros do programa”, afirma o gerente-geral de<br />

Suprimentos e Serviços, Aloísio Caixeta.<br />

Evolução<br />

boletim do<br />

O chefe do departamento de Suprimentos da Usina de Monlevade, Ricardo<br />

Trindade, explica que os cerca de 20 fornecedores convidados para o segundo<br />

ciclo na Usina ainda trabalham numa perspectiva assistencialista. “Dentro<br />

do conceito de responsabilidade empresarial, elas têm muito a evoluir<br />

em áreas como meio ambiente e relacionamento com seus parceiros comerciais”,<br />

analisa Trindade. Mas a julgar pelos avanços experimentados pelo<br />

primeiro grupo, os novos parceiros também podem ficar otimistas. “Observamos,<br />

no primeiro ciclo, que muitas empresas ganharam em capacidade<br />

de gestão, habilitando-se, inclusive, a participar de concorrências”, conclui<br />

Trindade.<br />

FOTO: FUNDAÇÃO BELGO-ARCELOR BRASIL<br />

Encontro do SRE em Monlevade: unidade prepara-se<br />

agora para iniciar nova etapa do programa<br />

>>> Programa de Sustentabilidade e<br />

Responsabilidade Empresarial (SRE)<br />

Alinhado aos oito objetivos do milênio: Erradicar a<br />

extrema pobreza e a fome (1); Atingir o ensino<br />

básico universal (2); Promover a igualdade de<br />

gênero e a autonomia das mulheres (3); Reduzir a<br />

mortalidade infantil (4); Melhorar a saúde materna<br />

(5); Combater o HIV/Aids, a malária e outras<br />

doenças (6); Garantir a sustentabilidade<br />

ambiental (7); Estabelecer uma parceria<br />

mundial para o desenvolvimento (8).<br />

continua >>>


continuação<br />

Novos vôos >>><br />

Participante do primeiro grupo de fornecedores<br />

da Usina de Monlevade, a empresa<br />

Aqua RPS, especializada em monitoramento<br />

ambiental, é exemplo dos benefícios que a<br />

gestão socialmente sustentável pode trazer<br />

para os negócios de uma empresa.<br />

Há 16 anos, a Aqua é parceira comercial da<br />

Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong>, relacionamento que foi<br />

intensificado desde que a empresa ingressou<br />

no SRE há um ano. “Em grande parte, a nossa<br />

capacidade gerencial deve-se à parceria com<br />

a empresa. Muitos processos adotados hoje,<br />

inclusive na área de responsabilidade social,<br />

foram inspirados na conduta da Belgo e em<br />

práticas observadas durante os encontros do<br />

SRE”, avalia o gerente de mercado Sandro de<br />

Figueiredo Tôrres.<br />

Responsável, entre outras atividades, pela<br />

operação da rede de distribuição do Gás Liquefeito<br />

de Petróleo (GLP) nas instalações<br />

produtivas da Usina de Monlevade, a Aqua é<br />

o primeiro laboratório de monitoramento ambiental<br />

de Minas Gerais com sistema de<br />

gestão integrada – certificado pelas normas<br />

IS0 9000, IS0 14001 e OHSAS 18001. Em<br />

dezembro, a Aqua ganhou o prêmio Excelência<br />

em Segurança no Trabalho, disputado por<br />

26 fornecedores da Usina de Monlevade.<br />

O laboratório agora participa de processo<br />

para figurar no cadastro de fornecedores de<br />

serviços da Petrobras. “O grau de exigência é<br />

muito grande. Se não adotássemos práticas<br />

modernas, não nos atreveríamos a concorrer”,<br />

afirma Sandro de Figueiredo Tôrres. Se passar<br />

por esse funil, a empresa estará apta a participar<br />

de futuras concorrências abertas pela<br />

Petrobras.<br />

O2 | boletim do sre<br />

>>> regionalização<br />

SUSTENTABILIDA<strong>DE</strong><br />

SEM FRONTEIRAS<br />

Encontros do SRE na região Sul<br />

reuniram parceiros que não pertencem<br />

à cadeia produtiva da Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong><br />

FOTO: BELGO-ARCELOR BRASIL<br />

Encontro do SRE na região Sul: diversificação de parceiros


A formação de três grupos de clientes do Programa de Sustentabilidade<br />

e Responsabilidade Empresarial (SRE) no Sul do país<br />

– cerca de 50 parceiros em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e<br />

Paraná – ampliou a troca de experiências para além dos limites da<br />

cadeia produtiva da Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong>. Esse é um dos principais<br />

ganhos do processo de regionalização do programa, iniciado em<br />

2006 e que teve o seu primeiro ciclo encerrado no início deste ano,<br />

com encontros em Florianópolis e Curitiba. Outros grupos de parceiros<br />

serão formados para começar nova etapa de encontros.<br />

“A regionalização do programa abriu portas para a participação<br />

de segmentos não ligados diretamente à cadeia produtiva da Belgo-<br />

Arcelor <strong>Brasil</strong>”, constata o consultor Paulo Branco, da Ekobé Sustentabilidade<br />

e Responsabilidade Corporativa. Esse novo leque de<br />

participantes inclui desde sindicatos patronais e entidades empresariais,<br />

como Senai e Senac, até o Instituto Guga Kuerten, mantido<br />

pelo tenista Gustavo Kuerten, passando por organismos governamentais,<br />

como a <strong>Fundação</strong> do Meio Ambiente (Fatma) e a Secretaria<br />

de Estado do Desenvolvimento Sustentável, ambas ligadas ao<br />

governo de Santa Catarina. Todos enviaram representantes para a<br />

reunião de Florianópolis, realizada em 14 de fevereiro.<br />

A interação com outros segmentos empresariais será repetida nos<br />

próximos encontros. “Isso foi muito benéfico. Muitos de nossos parceiros<br />

tiveram a oportunidade de estreitar laços com entidades em-<br />

presariais”, aponta o assessor de marketing José Luiz Andrade,<br />

coordenador do programa.<br />

A proximidade geográfica dos clientes também descortinou uma<br />

tendência de colaboração entre os parceiros. “O fato de atuar<br />

numa mesma região favorece a formação de redes e o desenvolvimento<br />

de projetos em comum”, analisa o consultor Paulo<br />

Branco.<br />

Continuidade<br />

Anfitrião dos encontros de clientes realizados no Sul do país, o<br />

gerente regional de vendas Paraná-Santa Catarina, João Marques<br />

Návia, espera que o primeiro ciclo de encontros regionais resulte<br />

em muitos frutos. “Em Curitiba, os nossos parceiros pretendem continuar<br />

se encontrando para trocar experiências, independentemente<br />

da mediação da Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong>”, exemplifica.<br />

Para João Návia, o SRE também teve impacto direto no relacionamento<br />

Belgo-clientes. “Conseguimos trazê-los para mais perto da<br />

empresa”, argumenta. Segundo ele, a realização dos encontros e<br />

de outras atividades relacionadas ao programa – como uma visita<br />

a Juiz de Fora para conhecer o trabalho de empacotamento de pregos<br />

por jovens do Educandário Carlos Chagas – deu nova dimensão<br />

à atuação da Belgo, “que vai muito além de produzir e vender aço”.<br />

“Faltava<br />

sistematizar e<br />

compartilhar”>>><br />

A Aiza Engenharia, construtora de Curitiba, elaborou código de ética, estruturou<br />

normas de segurança e saúde ocupacional e definiu missão, valores e perfil<br />

empresarial. Tudo isso foi feito depois que a empresa começou a participar dos encontros<br />

do Programa de Sustentabilidade e Responsabilidade Empresarial (SRE), no ano<br />

passado.<br />

“Muita coisa estava na nossa cabeça. Faltava sistematizar e compartilhar com nossos empregados”,<br />

reconhece a engenharia Fernanda Maria Soares de Carvalho, que, ao lado do marido Paulo<br />

Carvalho, comanda os destinos da empresa, criada em 1993 e especializada na construção e reforma<br />

de instalações comerciais e industriais e unidades residenciais de elevado padrão. Sua carteira de<br />

clientes tem nomes de peso, como os bancos Santander-Banespa e Real ABN Amro, a Renault e a<br />

Volkswagen do <strong>Brasil</strong>. A tarefa de sistematizar a atuação da construtora no terreno da responsabilidade<br />

empresarial foi entregue ao filho do casal, Bruno Carvalho.<br />

A importância que a empresa dá ao tema pode ser comprovada com uma breve visita ao seu site na<br />

Internet (www.aiza.com.br). Já na página inicial, há um link para o SRE, que se sustenta internamente<br />

em torno de dois eixos: o social, com ênfase em inclusão digital, qualificação e erradicação do analfabetismo<br />

entre os seus operários, e o ambiental, ancorado no conceito de construção sustentável.<br />

Na opinião de Fernanda Carvalho, a inclusão de temas sociais e ambientais à agenda de negócios<br />

tende a se consolidar como diferencial das empresas. “Hoje, isso ainda é visto como vanguarda,<br />

mas a tendência é que se transforme em fator de competitividade”, prevê a empresária. Ela<br />

conta que recentemente um de seus clientes do segmento bancário começou a introduzir<br />

práticas de sustentabilidade em reformas e construções de agências, adotando ecoprodutos<br />

e procedimentos ambientalmente corretos.<br />

A Aiza também está atenta a pequenas práticas de sustentabilidade adotadas<br />

no cotidiano – como o uso intensivo do papel reciclado – e planeja associar<br />

ações de economia com benefícios para os empregados. Uma delas<br />

pretende reverter os ganhos com redução de consumo de<br />

material de escritório para compra de material escolar<br />

para filhos de empregados.<br />

boletim do sre | O3


tear<br />

DUAS FACES DA MESMA MOEDA<br />

Nos próximos anos, parte expressiva do ambiente empresarial brasileiro<br />

estará preparada para conciliar negócio e sustentabilidade. Ou melhor: fazer<br />

dessas dimensões duas faces da mesma moeda. É esse o cenário vislumbrado<br />

pelo Instituto Ethos com a implantação do programa Tear – Tecendo<br />

Redes Sustentáveis.<br />

Lançado no ano passado, o programa envolve sete cadeias produtivas,<br />

nove empresas-âncora e 120 pequenas e médias empresas. A Belgo-Arcelor<br />

<strong>Brasil</strong> lidera a cadeia da siderurgia, na qual estão 19 de seus parceiros comerciais,<br />

entre clientes e fornecedores. Cinco encontros já foram realizados, o último<br />

no dia 22 de fevereiro.<br />

Em abril, o Instituto Ethos realizará a primeira edição do Seminário Regional<br />

do Tear, com objetivo de promover o compartilhamento de experiências<br />

entre as cadeias de valor do programa. Esse encontro, marcado para Belo<br />

Horizonte, é o primeiro de uma série de quatro previstos. Está sendo organizado<br />

com apoio das empresas-âncoras e dos parceiros locais: Belgo-Arcelor<br />

<strong>Brasil</strong>, Companhia Vale do Rio Doce, âncora do setor de mineração, Fiemg,<br />

Instituto <strong>Brasil</strong>eiro de Mineração (Ibram) e Sebrae. Cerca de 200 executivos<br />

deverão participar do evento.<br />

O Tear adota metodologia de trabalho que se assemelha, em alguns pontos,<br />

à do SRE da Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong>, como a sistemática de aplicação de indicadores<br />

de responsabilidade social, de promoção de encontros periódicos<br />

para troca de experiências e de trabalhar com planos de ação.<br />

Diagnóstico<br />

Na primeira fase do programa, já encerrada, as empresas procuraram fazer<br />

uma análise do seu negócio à luz da sustentabilidade. “Elas refletiram sobre<br />

sua missão, valores e visão e analisaram fraquezas, pontos fortes, ameaças e<br />

oportunidades”, informa Patrícia de Caires Sogayar, coordenadora do programa<br />

pelo Instituto Ethos. Segundo ela, as empresas também mapearam as<br />

chamadas partes interessadas – grupos com os quais se relacionam – e se<br />

esforçaram para produzir um retrato de sua gestão, “com o objetivo de avaliar<br />

o seu grau de sustentabilidade”.<br />

O próximo passo consiste na elaboração de diagnóstico de responsabilidade<br />

social, tarefa que será cumprida pelas empresas a partir do alinhamento<br />

de suas práticas gerenciais com o conceito de sustentabilidade. Um ano depois<br />

do lançamento do programa, já existem sinais de que o tema está entrando<br />

na agenda das empresas. “A ficha está caindo”, observa Patrícia<br />

Sogayar.<br />

Até 2008, quando o programa será encerrado, o Instituto Ethos espera mudanças<br />

expressivas no cotidiano das empresas envolvidas, principalmente nas<br />

pequenas e médias. “A idéia é construir um ambiente favorável à ampliação<br />

das oportunidades de negócio, à melhoria das relações comerciais e da<br />

própria gestão das empresas, com a incorporação de um diferencial competitivo,<br />

que é a sustentabilidade”, projeta Patrícia Sogayar. Já existe até uma<br />

meta quantificada: aumentar em 5% a produtividade das pequenas e médias<br />

empresas.<br />

O programa é financiado com recursos de 2,6 milhões de dólares. Metade<br />

desse valor é bancada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)<br />

e a outra metade viabilizada pelo Instituto Ethos e empresas parceiras.<br />

O4 | boletim do sre<br />

Programa do Instituto Ethos<br />

quer disseminar conceito de<br />

sustentabilidade no ambiente<br />

empresarial brasileiro<br />

as redes do Tear >>><br />

SEGMENTO<br />

Açúcar e álcool<br />

Construção Civil<br />

(grandes obras)<br />

Construção civil<br />

(incorporação)<br />

Energia elétrica<br />

Mineração<br />

Petróleo e gás<br />

Siderurgia<br />

Varejo<br />

ÂNCORA<br />

Usina Vale do Rosário<br />

Construtora Camargo Corrêa<br />

FOTO: ARQUIVO BELGO-ARCELOR BRASIL<br />

Gafisa<br />

Y. Takaoka Empreendimentos<br />

Companhia Paulista de Força e Luz<br />

(CPFL)<br />

Companhia Vale do Rio Doce (CVRD)<br />

Petrobras<br />

Belgo-Arcelor <strong>Brasil</strong><br />

Extra Hipermercados (Grupo Pão de<br />

Açúcar)<br />

>>> Programa<br />

Tear<br />

Alinhado ao<br />

objetivo 8: Estabelecer uma<br />

parceria mundial para o<br />

desenvolvimento

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!