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lei orgânica antecipariam as manifestações de rua de 68, e impulsionaram o surgimento de
lideranças estudantis.
Na eleição da UEB, realizada em novembro de 67, ficou visível a disputa ideológica dos
diversos grupos políticos existentes na condução do movimento estudantil. Antônio Carlos
Monteiro Teixeira, estudante de geologia, é indicado como candidato a chapa da União Baiana
dos Estudantes (UEB), em novembro. A estratégia foi de Paulo Caires de Brito, estudante de
economia da UFBa. Líder estudantil na cidade de Vitória da Conquista, foi preso dias depois do
golpe de 64, acusado de fazer pichações na cidade e de participação em movimento estudantil. À
época, Paulo tinha simpatia ideológica pelo Grupo de Onze, organização de teor nacionalista
estimulada por Leonel Brizola, ex-governador do Rio Grande do Sul. Para ganhar a UEB, Caires
defendeu uma chapa de massa, bem ampla e sem vinculação partidária. A escolha por Antônio
Carlos, além de militante do PC do B, devia-se a sua atuação na Faculdade de Geologia. Também
contribuía a participação de Dinalva Oliveira, na residência universitária feminina. Mais
preponderante, no entanto, foi a personalidade de Antônio Carlos, temperamento tranqüilo,
sensato nas suas considerações e avesso a uma postura sectária. Qualidades estas necessárias,
porque a proposta era atrair o maior número de estudantes que estavam predispostos ao
engajamento político, mas não possuíam vinculação partidária. A chapa Renovação não ganhou a
eleição, ficou em terceiro lugar com votação muito próxima a AP e o PCB. Sérgio Dias
Passarinho, à época estudante de arquitetura e militante do PCB, ganhou a eleição. A experiência
dos militantes do PC do B só será capitalizada no ano seguinte, em 68, em meio às discussões do
movimento estudantil e a conquista do Centro Acadêmico Rui Barbosa, da Faculdade de Direito.
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