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Crescimento intrauterino - Febrasgo

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ção assistida e gestações múltiplas (3% dos casos<br />

de CIUR). Neste grupo é importante usar tabelas<br />

adequadas de percentil para não superestimar o<br />

número de fetos com crescimento restrito.<br />

6 Rev Med Mat Fetal 2010;1(2)4-9.<br />

DIAGNÓSTICO<br />

Diante da suspeita clínica de CIUR, a investigação<br />

diagnóstica deve ser iniciada. Primeiramente,<br />

deve-se ter certeza da idade gestacional<br />

para que haja uma avaliação correta do diagnóstico<br />

e acompanhamento fetal.<br />

O diagnóstico ultrassonográfico é suspeitado<br />

quando se encontra feto com peso estimado abaixo<br />

do percentil 10 para aquela idade gestacional.<br />

O ideal seria que houvesse curvas de percentis<br />

padronizadas distintamente para cada população,<br />

mas infelizmente não dispomos ainda de uma<br />

tabela própria para a população brasileira. (1,2)<br />

Além do peso fetal estimado, outros parâmetros<br />

são importantes. A circunferência abdominal<br />

(CA) é muito sensível, principalmente nos casos<br />

de CIUR assimétrico, sendo o primeiro a se alterar<br />

com a falta de nutrientes. As relações de CC<br />

(circunferência craniana)/CA e CF (comprimento<br />

do fêmur)/CA também auxiliam na avaliação<br />

da classificação e diagnóstico. A diminuição do<br />

volume de líquido amniótico também sugere<br />

sofrimento fetal crônico e é útil para diferenciar<br />

fetos PIG constitucionais de fetos que apresentam<br />

CIUR. O oligoidrâmnio geralmente sucede<br />

as alterações nas medidas da biometria fetal.<br />

A Dopplervelocimetria das artérias uterinas,<br />

que, nos casos de CIUR, podem apresentar índices<br />

de resistência aumentados e persistência de<br />

incisuras diastólicas após 24 semanas e a avaliação<br />

da artéria umbilical auxiliam indiretamente<br />

no diagnóstico de insuficiência placentária. Assim,<br />

estas alterações auxiliam na diferenciação<br />

entre os fetos com CIUR e os fetos PIG. Pode,<br />

no entanto, haver disfunção placentária e hipoxemia<br />

fetal sem que haja as alterações descritas<br />

ao Doppler. (4,10)<br />

ACOMPANHAMENTO PRÉ-NATAL<br />

A placenta, ao perder a capacidade de nutrir o<br />

feto, também perde a capacidade de oxigená-lo.<br />

Estas funções são realizadas no mesmo local placentário,<br />

o vilo terciário. Portanto, todos os fetos<br />

que apresentam deficiência nutricional (CIUR)<br />

estão potencialmente em estado de hipóxia.<br />

O acompanhamento pré-natal dos fetos com<br />

CIUR deve ser cuidadoso. O objetivo principal<br />

é avaliar o melhor momento da interrupção da<br />

gestação¸ determinando-se o tênue limite entre os<br />

riscos da prematuridade e os riscos de se manter<br />

uma gestação em que o feto está em estado não<br />

tranquilizador.<br />

A avaliação do bem-estar fetal deve ser realizada<br />

por vários métodos propedêuticos em<br />

combinação de múltiplos testes em diferentes<br />

parâmetros. Somente assim é possível minimizar<br />

as falhas no acompanhamento por métodos<br />

únicos e parâmetros isolados.<br />

Na cardiotocografia (CTG), a avaliação<br />

da linha de base, variabilidade, acelerações e<br />

desacelerações são importantes para avaliar o<br />

controle central e autônomo da atividade cardíaca.<br />

A CTG normal é indicativa de que não há<br />

hipoxemia fetal; no entanto, a hiporreatividade<br />

é um sinal inespecífico. A CTG computadorizada<br />

permite avaliação precoce da hipóxia miocárdica<br />

através da micro-oscilação (< 2 micro-oscilações/<br />

segundo) e, mais recentemente, pela análise do<br />

ECG fetal obtido por transdutores externos. Nesta<br />

metodologia torna-se possível avaliar o segmento<br />

ST e principalmente a onda T elevada como<br />

indicativa de hipóxia miocárdica. (4,11)<br />

A determinação do índice de líquido amniótico<br />

pode ser útil, já que a disfunção placentária e<br />

hipoxemia fetal podem causar redistribuição do<br />

fluxo renal, levando à oligúria fetal e oligoidrâmnio.<br />

Não há, no entanto, uma correlação direta<br />

com o prognóstico fetal ou acidose metabólica.<br />

Outros parâmetros do perfil biofísico fetal,<br />

como a movimentação e o tônus fetal, também

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