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1 Família Exponencial<br />

Muitas das distribuiçôes estudadas até agora são membros da chamada classe ou família<br />

exponencial. Assim, por exemplo, o são as distribuições normal, binomial, binomial nega-<br />

tiva, gama, Poisson e normal inversa. Esta classe de famílias de distribuições foi descoberta<br />

independentemente por Koopman, Pitman e Darmois através do estudo de propriedades<br />

de suficiência estatística. Posteriormente, muitos outros aspectos dessas famílias foram de-<br />

scobertos e tornaram-se importantes na teoria moderna de estatística.<br />

1.1 Caso de um parâmetro<br />

Seja a família F = {f(y; θ); θ ∈ Ω} de f.d.p.. Diz-se que ela é a família exponencial de<br />

distribuições com parâmetro θ se<br />

f(y; θ) = ρ(y)t(θ)e a(y)b(θ) IA(y) (1.1)<br />

onde a(.), b(.), s(.) e t(.) são funções conhecidas e IA é o indicador do conjunto A e não pode<br />

depender de θ. Outra forma com que se apresenta a família é:<br />

f(y; θ) = exp[a(y)b(θ) + ln(s(y)) + ln(t(θ))]<br />

e tomando-se, ln(s(y)) = d(y) e ln(t(θ)) = c(θ),tem-se<br />

f(y; θ) = exp[a(y)b(θ) + d(y) + c(θ)] (1.2)<br />

Além disso, transformações do tipo 1 − 1 de variáveis ou de parâmetros não afetam a<br />

forma geral de f(y; θ). Então, desde que a(.),b(.) são funções monotônicas, podemos fazer:<br />

Tem-se, então<br />

θ ′ = b(θ)<br />

φ<br />

e a(y) = z, φ > 0 conhecido e fixo.<br />

1


g(z; θ ′ ) = exp{zφθ ′ + d1(z) + c1(θ ′ , φ)} e como φ é fixo<br />

= expφ[zθ ′ + d2(z, φ) + c2(θ ′ , φ)]<br />

ou ainda, usando a notação de Cordeiro (1986), tem-se<br />

f(y; θ) = exp{φ[yθ − b(θ) + c(y, φ)]} (1.3)<br />

ou então, de acordo com a notação de McCullagh e Nelder, fazendo φ = 1<br />

a(φ ′ )<br />

<br />

[yθ − b(θ)]<br />

f(y; θ) = exp<br />

a(φ ′ ) + c(y, φ ′ <br />

)<br />

2<br />

(1.4)<br />

Tem-se nesses dois últimos casos a família exponencial na forma canônica com parâmetro<br />

canônico ou natural θ. Se há outros parâmetros além de θ, eles são olhados como parâmetros<br />

”nuisance”e são tratados como se fossem conhecidos.<br />

2 Média e variância da família exponencial<br />

na forma (2) têm-se:<br />

mas<br />

b<br />

a fx(x; θ)dx = 1<br />

b<br />

exp{a(x)bθ) + d(x) + c(θ)}dx = 1<br />

a<br />

derivando-se em relação a θ fica<br />

fx(x; θ) = exp{a(x)b(θ) + d(x) + c(θ)}IA(x)<br />

b<br />

a exp{a(x)bθ) + d(x) + c(θ)}[a(x)b′ (x) + c ′ (θ)]dx = 0


′ (θ) a(x)exp{a(x)b(θ) + d(x) + c(θ)} dx + c<br />

<br />

E(a(X))<br />

′ (θ) = 0<br />

<br />

∴ E a(X) = − c′ (θ)<br />

b(θ)<br />

2.1 Função geradora de momentos e função geradora de cumu-<br />

mas<br />

<br />

<br />

A<br />

A<br />

lantes<br />

A f.g.m. para a família exponencial com um parâmetro é dada por<br />

M(t; θ; φ) = E[e ty ] =<br />

f(y; θ; φ)dy = 1<br />

=<br />

exp{φ[θ y − b(θ) + c(y, φ)]}dy = 1<br />

<br />

t<br />

exp φ<br />

A φ<br />

<br />

1<br />

exp [φ b(θ)]<br />

<br />

1<br />

exp{φ[θ y + c(y, φ)]}dy = 1<br />

exp [φ b(θ)] A<br />

<br />

exp{φ[θ y + c(y, φ)]} = exp [φ b(θ)]<br />

A<br />

portanto<br />

M(t; θ; φ) =<br />

A<br />

<br />

+ θ<br />

exp<br />

<br />

y − b(θ) + c(y, φ)<br />

dy<br />

<br />

t<br />

φ + θ y + c(y, φ) dy<br />

φ<br />

1<br />

exp [φ b(θ)] exp<br />

<br />

t<br />

φ b + θ<br />

φ<br />

3


t<br />

M(t; θ; φ) = exp φ b + θ − b(θ)<br />

φ<br />

e a função geradora de cumulantes correspondentes é<br />

de onde se obtém<br />

ϕ ′ <br />

= φ b ′<br />

<br />

t 1<br />

+ θ φ<br />

ϕ ′′ = b ′′<br />

<br />

t<br />

φ<br />

<br />

1<br />

+ θ<br />

φ<br />

ϕ ′′′ = b ′′′<br />

<br />

t<br />

+ θ<br />

φ<br />

. . .<br />

ϕ (r) = b (r)<br />

<br />

t<br />

+ θ φ<br />

φ 1−r<br />

<br />

t<br />

ϕ = ln M(t; θ; φ) = φ b + θ − b(θ)<br />

φ<br />

<br />

t<br />

= b′<br />

φ φ<br />

<br />

t<br />

= b′′ + θ φ<br />

φ −1<br />

<br />

φ −2<br />

<br />

+ θ = b ′<br />

<br />

t<br />

φ<br />

<br />

+ θ φ 0<br />

e como já foi visto para t = 0, temos os cumulantes<br />

k1 = b ′ (θ)<br />

k2 = φ −1 b ′′ (θ)<br />

. . .<br />

kr = φ 1−r b (r) (θ)<br />

Verifica-se, portanto, que existe uma relação de recorrência entre os cumulantes da família<br />

exponencial. Isto é fundamental na obtenção dew propriedades assintóticas dos modelos lin-<br />

eares generalizados.<br />

Os momentos da família exponencial podem ser facilmente obtidos a partir dos cumu-<br />

lantes (Kendall e Stuart, 1977-vol.1, cap.3).<br />

4


2.1.1 Relação entre cumulantes e momentos em relação à origem<br />

k1 = µ ′ 1<br />

k2 = µ ′ 2 − (µ ′ 1) 2<br />

k3 = µ ′ 3 − 3µ ′ 2µ ′ 1 + 2(µ ′ ) 3<br />

k4 = µ ′ 4 − 4µ ′ 3µ ′ 1 − 3(µ ′ 2) 2 + 12µ ′ 2(µ ′ 1) 2 − 6(µ ′ 1) 4<br />

2.1.2 Relação entre cumulantes e momentos em relação à média<br />

k2 = µ2<br />

k3 = µ3<br />

k4 = µ4 − 3(µ2) 2<br />

Portanto, a média a variância da família exponencial são dadas por<br />

µ = E(y) = b ′ (θ)<br />

σ 2 = var(y) = 1<br />

φ b′′ (θ)<br />

IMP ORT ANT E!!!!!<br />

5


2.2 Suficiência na família exponencial<br />

Seja x1, x2, . . . , xn uma a.a. de uma distribuição que tem seu f.d.p. na família exponencial.<br />

A f.d.p. conjunta de x1, x2, . . . , xn é dada por:<br />

fX(x; θ) =<br />

n<br />

f(xi; θ) =<br />

i=1<br />

= t(θ) n<br />

n<br />

{s(xi)t(θ)exp[a(xi)b(θ)]}<br />

i=1<br />

n<br />

<br />

s(xi) exp b(θ)<br />

i=1<br />

= t(θ) n exp<br />

Fazendo U = n<br />

i=1 a(xi) , tem-se<br />

e, então<br />

e<br />

<br />

b(θ)<br />

n<br />

<br />

a(xi)<br />

i=1<br />

n<br />

<br />

n<br />

a(xi) s(xi)<br />

i=1<br />

fX(x; θ) = t(θ) n exp [b(θ)U]<br />

i=1<br />

n<br />

s(xi)<br />

g(u, θ) = [t(θ)] n exp[b(θ)u] que depende dos xi’s através de u<br />

h(x1, x2, . . . , xn) =<br />

i=1<br />

n<br />

s(xi) que independe deθ<br />

Portanto, U = a(Xi) é uma estatística suficiente para θ.<br />

i=1<br />

Isto mostra que, sob amostragem aleatória, se uma densidade pertence à família exponen-<br />

cial de um parâmetro, então, existe uma estatística suficiente. De fato, pode ser mostrado<br />

que a estatística suficiente assim obtida é minimal.<br />

6


3 Caso de k-parâmetros<br />

Numa família de distribuições F = {f(y; θ; θ ∈ r)} é dita para ser uma família exponencial<br />

de k-parâmetros se<br />

f(y; θ) = s(y) t(θ) e k<br />

j=1 aj(y) bj(θ) IA(y) (3.1)<br />

onde a(.), b(.), s(.) e t(.) são funções conhecidas e IA é o indicador do conjunto A e não<br />

pode depender de θ. Deforma similar pode-se ter a forma<br />

<br />

k<br />

<br />

f(y; θ) = exp aj(y) bj(θ) + ln s(y) + ln t(θ)<br />

j=1<br />

<br />

k<br />

<br />

= exp aj(y) bj(θ) + d(y) + c(θ)<br />

j=1<br />

e prova-se que A ′ = (A1, . . . , Ak) é uma estatística suficiente para θ ′ = (θ1, . . . , θk).<br />

7<br />

(3.2)<br />

Seja X1, X2, . . . , Xn uma a.a. da distribuição que tem f.d.p. que pertence à família<br />

exponencial com k parâmetros. A f.d.p. conjunta é dada por:<br />

f(y; θ) =<br />

e demonstra-se que A ′ <br />

n<br />

= A1i, . . . ,<br />

para θ ′ = (θ1, . . . , θk).<br />

i=1<br />

n<br />

f(xi; θ)<br />

i=1<br />

n<br />

<br />

Aki são estatísticas conjuntamente suficientes<br />

i=1


Exercícios<br />

Verifique se as distribuições que se seguem pertencem à família exponencial na forma<br />

canônica dada pela expressão (3). E obtenha ϕY (t), M(t), E(Y ) e V ar(Y ).<br />

1. Poisson: Y ∼ P (λ)<br />

2. Exponencial: Y ∼ Exp(λ).<br />

3. Binomial negativa.<br />

4. Gama<br />

8

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