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Que chato!
O João recebeu de presente
“aquele” telemóvel. Há muito que o
desejava! Entusiasmado, lançou-se ao
trabalho. Num instante, os números dos
amigos “voaram” para dentro da memória.
No dia seguinte, recebeu a mensagem “ligame”.
Não conhecia o número, não ligou. A
mensagem repetiu-se, e repetiu-se, e repetiuse…
As mensagens que recebia persistiam e, cada
vez mais, incentivavam-no a cometer „‟o erro‟‟.
Um número desconhecido pedia para lhe ligar
incessantemente. Com a curiosidade a consumir
o seu corpo, como uma chama consome um
papel, arriscou, marcou o número e esperou para
ouvir a voz que estaria do outro lado. O „„bip‟‟ que
o som da chamada emitia tornara-se insuportável
e bastante sonoro, fazendo crescer toda a ansiedade
imersa dentro de si. A sua imaginação pintava
a pessoa que estaria do outro lado e desejava
ardentemente ouvir a sua voz. Uma voz calorosa
atendeu. A voz tinha um timbre agudo, com uma
leve réstia de excitação. Era uma rapariga, tinha a
certeza disso. O motivo da minha apatia que surgiu
de seguida, foi o facto dessa linda voz ter pedido
para me encontrar com ela, dali a uma semana.
Quando tentei responder, um profundo arrependimento
percorreu-me a alma e senti a adrenalina a
pulsar dentro de mim. Quando finalmente me con-