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População e políticas públicas - BDMG

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4.4 O Envelhecimento Populacional<br />

78<br />

Se no período entre as décadas de 1960 e 1980 o desafio era atender as necessidades de<br />

uma população que se urbanizava rapidamente com uma estrutura etária consideravelmente<br />

jovem, atualmente, surgem novas demandas, num ritmo igualmente rápido, porém para uma<br />

população adulta e em um contexto cuja estrutura etária tende a envelhecer de forma rápida<br />

(como mostrado na Figura 1). uma forma de observar o crescimento do contingente de idosos<br />

é pelo índice de envelhecimento, estimado pela razão entre a população de 60 anos e mais e o<br />

grupo de 0 a 14 anos. Em 1991, para cada 100 mineiros na faixa etária até 14 anos havia 22,3<br />

idosos, em 2010, esse número mais que duplicou, chegando a 52,6. Neste contexto, os aspectos<br />

relacionados à seguridade social, como por exemplo, saúde e previdência, além de <strong>políticas</strong><br />

voltadas para o mercado de trabalho assumem maior centralidade.<br />

O envelhecimento, ou o aumento da participação relativa dos grupos mais velhos na estrutura<br />

da população brasileira e mineira, constitui um fenômeno relacionado à queda de fecundidade<br />

(conhecido como envelhecimento pela base). Mas o envelhecimento populacional pode<br />

ser função, também, do aumento da proporção da população idosa acompanhado por quedas<br />

dos níveis de mortalidade desta população, ou seja, ocorre quando se dão níveis de fecundidade<br />

e mortalidade baixos (conhecido como envelhecimento pelo topo).<br />

Minas Gerais tem observado este processo de envelhecimento em parâmetros similares<br />

àqueles observados no Brasil (SANtANA, 2002). No entanto, dada a heterogeneidade espacial<br />

mineira, existem diferenciações deste processo, já que diferentes regiões do estado encontramse<br />

em estágios distintos do processo de transição demográfica.<br />

Assim, as regiões do triângulo, Alto Paranaíba e Central são aquelas em que os níveis de<br />

fecundidade foram os mais baixos na década de 1980. Os mais altos níveis de fecundidade ocorreram<br />

nas regiões do Jequitinhonha/Mucuri, Norte de Minas e Noroeste, também na década de 1980<br />

(SANtANA, 2002). No entanto, as regiões cujos níveis de fecundidade foram os mais baixos não<br />

são aquelas com as mais altas proporções de idosos, como era de se esperar. Isto provavelmente se<br />

dá em função dos padrões de fluxo migratório. Daí que dinâmicas populacionais concernentes ao<br />

fluxo migratório também geram impactos sobre o processo de envelhecimento das regiões do estado<br />

de Minas Gerais. tal processo de envelhecimento é função da diminuição da fração da população<br />

jovem, sem que ocorra variação da população idosa de maneira proporcional. As maiores<br />

taxas liquidas de migração nas décadas de 1970-1980 se encontram nas regiões do Jequitinhonha/<br />

Mucuri, Rio Doce, Alto Paranaíba e Norte de Minas (SANtANA, 2002). A partir da década de<br />

1980, o saldo migratório mineiro diminuiu em todas as regiões de planejamento, mas aquelas que<br />

apresentaram as maiores perdas populacionais em função de migrações permaneceram sendo justamente<br />

as mais pobres do território mineiro (SANtANA, 2002). E exatamente por serem as regiões<br />

mais pobres aquelas envelhecidas em fução de fluxos migragratórios, é de grande importância o<br />

incremento de <strong>políticas</strong> <strong>públicas</strong> voltadas para idosos, especificamente nestas regiões.<br />

Cadernos <strong>BDMG</strong>, Belo Horizonte, n. 21, p. 55-85, out. 2012

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