14.04.2013 Views

RELATOS DO EVANGELHO - GE Fabiano de Cristo

RELATOS DO EVANGELHO - GE Fabiano de Cristo

RELATOS DO EVANGELHO - GE Fabiano de Cristo

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

5 - AMEAÇAS<br />

A tar<strong>de</strong> era amena.<br />

O sol, presente com seus raios brandos, criava condições <strong>de</strong> tranquilida<strong>de</strong> e<br />

harmonia em toda Atenas e cada um cuidava <strong>de</strong> sua existência, no clima <strong>de</strong><br />

harmonia que predominava na região.<br />

Sócrates, na praça pública, estava ro<strong>de</strong>ado <strong>de</strong> jovens.<br />

Todos se postavam a ouvi-lo e ele, por sua vez, instigava os que o circundavam a<br />

refletir sobre a vida.<br />

Absolutamente livres para indagar, um <strong>de</strong>les levantou uma questão que já tinha<br />

sido objeto <strong>de</strong> discussão entre eles, antes <strong>de</strong> Sócrates ter chegado:<br />

— Mestre, você que tudo sabe, por que não nos leva a conhecer todo o Universo?<br />

O filósofo sorriu, paternal.<br />

— Filho, você conhecer-se a si mesmo, dominando a própria personalida<strong>de</strong>, é<br />

infinitamente mais importante e <strong>de</strong>cisivo, para o seu próprio futuro espiritual, do<br />

que especular sobre o Universo.<br />

— Você acha, Mestre?!<br />

— Sim! Além disso, um dia você <strong>de</strong>scobrirá que você é um universo. E, então,<br />

ficará sabendo que a verda<strong>de</strong> e a virtu<strong>de</strong> estão estreitamente ligadas entre si. E<br />

saberá, também, que os vícios e o próprio mal são meras consequências <strong>de</strong> quem<br />

não se conhece a si mesmo.<br />

— Você coloca os vícios e o mal como frutos da ignorância, Sócrates?<br />

— Sim! Eles são fruto da ignorância <strong>de</strong> si mesmo e, por isso, todo aquele que<br />

"sabe" não se <strong>de</strong>ixa escravizar por conduta que rebaixa o ser ao extremo da<br />

irracionalida<strong>de</strong>.<br />

Longa pausa e, após alguma agitação, um <strong>de</strong>les questionou:<br />

— Mas... Os homens ricos, <strong>de</strong> nossa terra, não pensam assim, Mestre! E, por<br />

isso, levam a sua vida como alguém que atingiu toda a glória possível,<br />

colocando-se acima do bem e do mal!<br />

Sócrates, singelo, esclareceu:<br />

— Todo homem que ama a riqueza, em verda<strong>de</strong> não ama a si mesmo e nem ama<br />

o que é verda<strong>de</strong>iramente seu, já que o seu amor se centraliza naquilo que não lhe<br />

pertence <strong>de</strong> fato.<br />

— E... O que pertence ao homem, Mestre?<br />

— Ao homem, cuja alma é imortal, só pertence aquilo que ele po<strong>de</strong> levar do<br />

túmulo, sabendo-se que as glórias mundanas e os bens da fortuna sempre<br />

permanecerão aquém do túmulo.<br />

Anito, um sofista, ouvindo as instruções <strong>de</strong> Sócrates, sentiu-se irado e,<br />

avançando ao meio dos discípulos do mestre, agitando freneticamente os braços,<br />

proferiu em voz alta:

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!