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RELATOS DO EVANGELHO - GE Fabiano de Cristo

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E o Senhor, tomando pequena distância, prostrou-se e, orando, subordinava-se<br />

aos ditames celestiais:<br />

— Não seja, ó Pai, como eu quero. Sejam as coisas e os acontecimentos, no<br />

entanto, segundo o seu sublime <strong>de</strong>sígnio.<br />

João, a distância, sentia-se estranhamente exausto.<br />

Um torpor lhe assaltava o corpo, <strong>de</strong>ixando-o sonolento, lânguido, qual se<br />

estivesse com os seus pensamentos a se fragmentar.<br />

E, sem po<strong>de</strong>r controlar-se, João dormiu.<br />

Sem conseguir medir o tempo <strong>de</strong> seu sono, subitamente como que ouviu macios<br />

passos vindo em sua direção e sentiu, também, que alguém parou a seu lado.<br />

Sacudiu a cabeça, entorpecido, sonolento. Ouviu, então, a voz <strong>de</strong> seu Mestre,<br />

dirigindo-se a Simão Pedro e lhe falando:<br />

— Então, filhinhos, nem uma hora vocês pu<strong>de</strong>ram velar comigo?<br />

João ergueu-se, ainda algo entorpecido, dizendo:<br />

— Mestre! Não sei o que me envolveu... Rendi-me, talvez, às sugestões das<br />

Sombras espirituais, enquanto o Senhor fazia a sua prece!<br />

E, diante dos três embaraçados discípulos, o Senhor conclamou:<br />

— Acor<strong>de</strong>m! É hora <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar para a Vida Maior! Se vocês não se entregarem<br />

ao esforço do <strong>de</strong>spertar para a colaboração necessária, nos instantes críticos,<br />

<strong>de</strong>verei vir acordá-los para as suas tarefas sacrificiais.<br />

João, qual menino constrangido, sentiu-se ruborizado.<br />

— Adormeci... Sem querer! Jesus respon<strong>de</strong>u, esclarecendo:<br />

— João, se o discípulo adormece no mundo nos minutos cruciais, por certo que<br />

ele não po<strong>de</strong>rá esperar que eu lhe confie tarefas mais elevadas, que exigiriam<br />

toda a sua atenção <strong>de</strong>sperta.<br />

— Sei disso, Mestre.<br />

— Aqueles, João, que se <strong>de</strong>ixam ren<strong>de</strong>r ao seu próprio <strong>de</strong>sejo, sem manter-se<br />

<strong>de</strong>spertos diante do momento espiritual que lhes reclama a atenção, são sempre<br />

obreiros distraídos <strong>de</strong> suas próprias obrigações. E, assim sendo, no amanhã esse<br />

discípulo chorará, diante <strong>de</strong> sua própria consciência, sem ter paz em si próprio.<br />

João, reconhecendo-se em falta, indagou, humil<strong>de</strong>:<br />

— Que nos cabe fazer para evitar tal queda, Senhor?<br />

— Nas horas <strong>de</strong>cisivas, João, convém que cada obreiro <strong>de</strong> minha seara vigie e<br />

ore, para que não caia na tentação da ausência.<br />

— Que seria essa tentação, Senhor? — indagou Tiago, o irmão <strong>de</strong> João, também<br />

constrangido.<br />

O Mestre, querendo edificá-los e alertá-los, respon<strong>de</strong>u:<br />

— As tentações, Tiago, são a manifestação <strong>de</strong> seu próprio passado, são as forças<br />

<strong>de</strong>sequilibradas que cada um traz <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si.<br />

Ligeira pausa e o Mestre inteirou a instrução:

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