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RELATOS DO EVANGELHO - GE Fabiano de Cristo

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Lísias, visivelmente contrariado, opôs-se:<br />

— Mas... o corpo não sou eu mesmo, Mestre?! Sócrates sorriu, advertindo:<br />

— O corpo físico, Lísias, é simplesmente o nosso instrumento <strong>de</strong> manifestação.<br />

Você não é o seu corpo. Antes diremos que você é, na essência, um alma<br />

encarnada, vinda a um novo estágio <strong>de</strong> aprendizado.<br />

Mênon, já presente, contrapôs:<br />

— A alma, então... Po<strong>de</strong> ser confundida pelas exigências <strong>de</strong> nosso corpo,<br />

Mestre?<br />

Sócrates, tranquilo, indagou:<br />

— Você não se apercebe que, bastas vezes, <strong>de</strong>ixamos que falem por nós os<br />

instintos, Mênon? Quantas vezes a alma se <strong>de</strong>ixa sufocar e conduzir por esses<br />

impulsos primários que nos revelam os animalzinhos?<br />

— Sei disso, Mestre! — confessou um outro dos jovens ali presentes.<br />

— Sei que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> me <strong>de</strong>ixar ser dirigido por impulsos e exigências <strong>de</strong> meu<br />

corpo, con<strong>de</strong>no-me a mim mesmo!<br />

Sócrates, após as observações que cada um fez sobre si próprio, esclareceu:<br />

— Somos a alma! E, se contemplarmos a nossa própria essência imortal,<br />

<strong>de</strong>scobriremos em nós mesmos o que é puro e eterno, que somos nós mesmos. E,<br />

somente então, nós nos assumiremos e comandaremos nosso corpo, rompendo<br />

com a escravidão <strong>de</strong> nossos instintos e <strong>de</strong> nossas preferências ou opiniões<br />

pessoais, <strong>de</strong>parando-nos, então, com a nossa própria imortalida<strong>de</strong>.<br />

Após ligeira pausa, Sócrates complementou:<br />

— A prudência, portanto, nos adverte que <strong>de</strong>vemos ver o mundo não com os<br />

olhos do corpo, mas pela janela da alma, a fim <strong>de</strong> não nos confundirmos com o<br />

que é circunstancial e transitório.<br />

A troca <strong>de</strong> opiniões generalizou-se.<br />

E, ao cair do sol, quando chegavam as sombras da noite, todos voltaram para as<br />

suas casas, já sonhando com o dia seguinte.

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