RELATOS DO EVANGELHO - GE Fabiano de Cristo
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7 - PROVAÇÕES<br />
A noite estava serena.<br />
Através dos olhos da alma, Sócrates como que <strong>de</strong>vassava no Infinito um amplo<br />
caminho <strong>de</strong> estrelas, na imensidão da abóbada celeste.<br />
Seus pensamentos se voltavam ao Verbo <strong>de</strong> Deus.<br />
Repousou a cabeça, <strong>de</strong>ixando-se embalar pelo sonho <strong>de</strong> fazer da Grécia toda o<br />
princípio da re<strong>de</strong>nção humana, retirando-a do lodaçal <strong>de</strong> paixões e libertando-a<br />
da ganga dos instintos primários.<br />
Sentia-se, contudo, próximo <strong>de</strong> um julgamento no Tribunal <strong>de</strong> Atenas e, por<br />
<strong>de</strong>corrência, indagava-se sobre o veredito, sobre a sentença que lhe po<strong>de</strong>ria ser<br />
imposta.<br />
Adormeceu serenamente.<br />
Minutos após cerrar as pálpebras, sob a ação do sono, eis que se sentiu leve,<br />
<strong>de</strong>sperto, com uma energia incomum, observando que não se encontrava na<br />
Terra.<br />
Uma estranha força o atraía na direção da Espiritualida<strong>de</strong> e, aturdido, viu-se no<br />
centro <strong>de</strong> uma imensidão <strong>de</strong> luzes.<br />
On<strong>de</strong> estaria? — indagava-se atónito.<br />
Dois Espíritos se <strong>de</strong>stacaram, na paisagem luminosa, vindo a seu encontro e,<br />
surpreso, Sócrates exclamou:<br />
— Eurípe<strong>de</strong>s! Esquilo! São vocês que revejo em meu sonho?!<br />
— Somos nós mesmos, Sócrates — assegurou Eurípe<strong>de</strong>s.<br />
O filósofo, humil<strong>de</strong>, ajoelhou-se aos pés daqueles dois Emissários do Senhor,<br />
ren<strong>de</strong>ndo-se diante <strong>de</strong>les, num transpasse <strong>de</strong> incontida emoção.<br />
— Não, Sócrates! — diz-lhe Esquilo, tomando-o pela mão. — Viemos tão<br />
somente recebê-lo. Mas quem reclama a sua presença, meu amigo, é o Verbo do<br />
Criador, a quem servimos!<br />
— O... Verbo do... Criador?!<br />
— Jesus, o Governador da Terra, Sócrates, a quem todos nós servimos, é que o<br />
requisita. E Ele quem o chama, neste momento crucial da Grécia.<br />
E Sócrates, entre os braços <strong>de</strong>sses dois amigos inesquecíveis, sentiu-se<br />
conduzido ao Mais Alto, distanciando-se do solo, até que se <strong>de</strong>pararam num<br />
amplo gabinete, envoltos por uma clarida<strong>de</strong> azulínea.<br />
— Senhor! — clamou Sócrates, comovido até às lágrimas. — Senhor!<br />
E postou-se <strong>de</strong> joelhos, comovido.<br />
— Vem, querido amigo meu! — abraçou-o Jesus!<br />
* * *