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Documento Sobre as Questos de VCM e Ligacao ... - UN Women

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Porém, neste momento a dimensão verda<strong>de</strong>ira d<strong>as</strong> consequênci<strong>as</strong> <strong>de</strong> violência contra <strong>as</strong> mulheres e<br />

<strong>as</strong> raparig<strong>as</strong> em Moçambique é difícil <strong>de</strong> medir, pois os registos médicos ainda não têm <strong>de</strong>talhes<br />

vitais relativamente a quais quer c<strong>as</strong>os violentos contra a saú<strong>de</strong>. Enquanto a violência for<br />

fundamentalmente uma violação <strong>de</strong> direitos humanos d<strong>as</strong> mulheres, os enormes custos sociais da<br />

violência, também justificam o investimento público em medid<strong>as</strong> chave para melhorar a resposta à<br />

violência.<br />

As funções complementares dos trabalhadores da saú<strong>de</strong> e dos Gabinetes <strong>de</strong> Atendimento<br />

Os profissionais da saú<strong>de</strong> nos <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong> emergência do hospital, têm um papel crucial para<br />

ajudar <strong>as</strong> mulheres e <strong>as</strong> crianç<strong>as</strong> que vivem em situações <strong>de</strong> violência. Estes po<strong>de</strong>m ser os primeiros<br />

a examinar <strong>as</strong> mulheres prejudicad<strong>as</strong> pela violação sexual ou violência doméstica. Po<strong>de</strong>m também<br />

ser os primeiros a notar evidência <strong>de</strong> violência em mulheres ou abuso em crianç<strong>as</strong>. A violência po<strong>de</strong><br />

escalar em femicídio 23<br />

e frequentemente <strong>as</strong> crianç<strong>as</strong> ficam magoad<strong>as</strong> quando tentam <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r <strong>as</strong><br />

su<strong>as</strong> mães.<br />

A primeira preocupação é <strong>de</strong> provi<strong>de</strong>nciar cuidado e tratamento médicos correctos, incluindo a<br />

avaliação do risco <strong>de</strong> infecção <strong>de</strong> ITS e <strong>de</strong> HIV e administração da profilaxia pos exposição para<br />

prevenir a infecção por HIV. É importante <strong>as</strong>segurar que <strong>as</strong> instalações especiais estejam<br />

disponíveis para <strong>as</strong> vítim<strong>as</strong> <strong>de</strong> violência <strong>de</strong> modo que est<strong>as</strong> possam ser tratad<strong>as</strong> com a sensibilida<strong>de</strong><br />

e varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> cuidados que a sua situação exige. Est<strong>as</strong> instalações <strong>de</strong>vem estar no recinto da<br />

unida<strong>de</strong> sanitária <strong>de</strong> modo a evitar a marginalização.<br />

Os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> têm uma responsabilida<strong>de</strong> especial para <strong>as</strong>segurar que a vítima é<br />

encaminhada para os provedores <strong>de</strong> serviços a<strong>de</strong>quados (por exemplo, aconselhamento legal, social<br />

e psicológico). Isto é especialmente aplicável quando a violência resulta em ferimentos severos<br />

qualificada pela lei, como sendo um crime (por exemplo: lesão corporal grave, violação sexual,<br />

incesto, relações sexuais com menores, etc.). Em tais c<strong>as</strong>os, os trabalhadores da saú<strong>de</strong> têm uma<br />

obrigação especial <strong>de</strong> administrar todos os cuidados médicos necessários e <strong>de</strong> aconselhar a vítima a<br />

procurar a intervenção através do Gabinete <strong>de</strong> Atendimento. Enquanto os crimes são “ públicos”, o<br />

pessoal médico <strong>de</strong>ve estar ciente do facto <strong>de</strong> que a violência é principalmente consi<strong>de</strong>rada uma<br />

questão “privada” e po<strong>de</strong> conduzir a estigmatização e mais violência. Isto clama pela importância <strong>de</strong><br />

confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong> entre o profissional da saú<strong>de</strong> e a vítima, particularmente no c<strong>as</strong>o da testagem e<br />

aconselhamento para seropositivida<strong>de</strong>. Deve ficar claro que que <strong>as</strong> vítim<strong>as</strong> <strong>de</strong> violação sexual<br />

<strong>de</strong>vem ter acesso automático a profilaxia contra o HIV.<br />

Os oficiais da polícia no Gabinete <strong>de</strong> Atendimento po<strong>de</strong>m ajudar a vítima <strong>de</strong> vários modos,<br />

oferecendo uma solução que po<strong>de</strong>rá põr termo a violência (por exemplo, através da apresentação <strong>de</strong><br />

queix<strong>as</strong> contra o perpetrador) ou encaminhando a vítima a outros serviços <strong>de</strong> apoio e re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio<br />

disponíveis (por exemplo: aconselhamento psico-social, representação legal grátis, etc.) A colecta da<br />

prova po<strong>de</strong> ser muito importante para abrir um c<strong>as</strong>o; <strong>as</strong>sim o registo seguindo-se <strong>de</strong><br />

encaminhamento do c<strong>as</strong>o à saú<strong>de</strong> parece ser fundamental. Na prática, alguns Gabinetes <strong>de</strong><br />

Atendimento ampliaram a sua função <strong>de</strong> aconselhamento para uma função <strong>de</strong> mediação. Isto po<strong>de</strong><br />

presumivelmente ser entendido como uma tentativa pragmática para solucionar o conflito, através da<br />

mediação entre a vítima e o perpetrador enquanto os Gabinetes não têm a função <strong>de</strong> mediação e<br />

23 WLSA, Homicídio e Femicídio, Violência <strong>de</strong> Género: Resultados Fatais da Violência Contra a Mulher (Maputo).<br />

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