14.04.2013 Views

TRATADO DE SAÚDE COLETIVA - Websolution3d.com

TRATADO DE SAÚDE COLETIVA - Websolution3d.com

TRATADO DE SAÚDE COLETIVA - Websolution3d.com

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

500<br />

eliseu alves waldman<br />

O evento mais marcante que, de certa forma, levou ao desenvolvimento<br />

da farmacovigiláncia, foi a epidemia de um tipo de má-forma-<br />

ção congênita extremamente rara, conhecida <strong>com</strong>o fo<strong>com</strong>elia, associada<br />

ao uso da talidomida durante a gravidez (Lenz, 1962), ocorrida em<br />

1961, atingindo milhares de crianças em vários países. A revisão dos<br />

protocolos das pesquisas realizadas previamente à <strong>com</strong>ercialização deste<br />

fármaco, revelou que os resultados eram insuficientes para sua aprovação<br />

e. além disso, teriam sido erroneamente interpretados (Laporte &<br />

Tognoni, 1993). Esse evento determinou mudanças significativas na<br />

regulamentação dos procedimentos para o licenciamento e <strong>com</strong>ercialização<br />

de novos medicamentos e vacinas (W H O , 2002).<br />

Apesar desse maior rigor nos critérios de desenvolvimento das pesquisas,<br />

os ensaios clínicos prévios à <strong>com</strong>ercialização dos fármacos têm<br />

suas limitações, tomando indispensável a vigilância de eventos adversos<br />

pós-<strong>com</strong>ercialização, cuja denominação é farmacovigiláncia. Entre as limitações<br />

dos ensaios clínicos temos: i) o tempo limitado de tratamento<br />

e o pequeno número de pacientes estudados não permitem a identificação<br />

de reações adversas raras; ii) por questões éticas esses estudos<br />

não incluem gestantes, idosos, crianças e pacientes <strong>com</strong> outra patologia<br />

que não a de interesse; iii) não identifica eventos adversos que ocorrem<br />

nas condições de uso rotineiro após a <strong>com</strong>ercialização, quando não<br />

existirá o mesmo rigor das investigações clínicas nos critérios rígidos de<br />

seleção e de a<strong>com</strong>panhamento dos pacientes (W H O , 2002).<br />

A Organização Mundial da Saúde (O M S) definiu a farmacovigiláncia<br />

<strong>com</strong>o o instrumento de saúde pública aplicado à identificação, análise,<br />

<strong>com</strong>preensão de eventos adversos associados ao uso de medicamentos<br />

<strong>com</strong> a finalidade de estabelecer as bases técnicas para sua prevenção.<br />

Recentemente o uso da farmacovigiláncia foi am pliado para as demais<br />

tecnologias médicas, ou seja, vacinas, hemoderivados, produtos biológicos,<br />

plantas medicinais, medicina tradicional e <strong>com</strong>plementar, equipamentos<br />

médicos.<br />

Os objetivos específicos da farmacovigiláncia são (W H O , 2002):<br />

♦ Aprimorar o atendimento ao paciente e a sua segurança em relação<br />

ao uso de medicamentos e toda intervenção médica e paramédica;<br />

♦ Aprimorar o desempenho das atividades de saúde pública, <strong>com</strong><br />

o objetivo de garantir a segurança em relação ao uso de medicamentos;<br />

♦ Contribuir para a avaliação do benefício, dano, custo-efetividade<br />

e risco de medicamentos, encorajando o uso seguro e racional;<br />

♦ Promover o entendimento, educação e treinamento clínico em<br />

farmacovigiláncia e sua <strong>com</strong>unicação efetiva ao público.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!