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Sra Neuza Pinto - Ministério Público - RS

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Penso que era o que ele realmente gostava. E cursou no tempo normal.<br />

No início, as aulas da PUC eram no Colégio Rosário, depois, quando já<br />

estava terminando a faculdade, é que as aulas passaram a ser no<br />

campus da Ipiranga. Nessa época, o Dirceu trabalhava como bancário e<br />

custeava os estudos; quando nos casamos estava no último ano da<br />

Faculdade de Direito. Mais ou menos seis meses depois, eu engravidei<br />

do Dirceu Filho. Nós tivemos um único filho que hoje é a minha menina<br />

dos olhos. Ele tem dois filhos, o Rodrigo, com sete anos e a Gabriela<br />

com dois anos. É médico e é uma pessoa muito parecida com o pai no<br />

brio, na forma de ser, na maneira de encarar a vida, os fatos e as<br />

coisas.<br />

Memorial: Por que a senhora acha que ele não escolheu o<br />

Direito?<br />

Entrevistada: A mim, parece, que ele nasceu médico. Quando<br />

tinha três anos e a bisavó perguntava o que ele seria quando crescesse,<br />

ele respondia que seria médico. Eu também nasci professora, fiz<br />

Magistério, e depois, mais tarde, fiz licenciatura plena em História.<br />

Comecei a faculdade em Passo Fundo, quando morávamos lá, e<br />

terminei na PUC.<br />

Memorial: Em que ano a senhora terminou a faculdade?<br />

Entrevistada: Eu me formei em 1980. O Dirceu Filho já estava<br />

maior, esperei ele crescer um pouco; naquela época, nos<br />

preocupávamos bastante com isso, era um pouco diferente.<br />

Memorial: E a senhora acompanhou o processo de ingresso do<br />

Dr. Dirceu no <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, vocês já estavam casados?<br />

Entrevistada: Sim, já estávamos casados, já tínhamos o Dirceu<br />

Filho com dois para três anos, quando ele foi nomeado. A primeira<br />

comarca foi Crissiumal, no Alto Uruguai, uma cidade pequena, não<br />

tinha água encanada, água de cisterna, amassamos muito barro,<br />

porque as ruas não eram calçadas, mas foi uma época muito boa. Ele<br />

começou ali, benquisto, exatamente pela cidade ser menor, o promotor<br />

era uma pessoa bastante conceituada, então nós fizemos sólidas<br />

amizades com quem até hoje, de quando em quando, tenho contato. De<br />

Crissiumal fomos morar em Itaqui onde ficamos um ano. Era uma<br />

cidade bastante hospitaleira, um povo muito gentil, muito educado,<br />

fomos também bem aceitos. E, finalmente, fomos para Passo Fundo<br />

onde ficamos pouco mais de três anos. De Passo Fundo voltamos para<br />

Porto Alegre. Depois que estávamos aqui há algum tempo, ele foi<br />

convidado a participar do processo dos uruguaios Liliam Celiberti e<br />

Universindo Dias que foram seqüestrados na rua Botafogo. Morávamos,<br />

na época, no Parque Santa Fé, foi a nossa primeira residência própria.<br />

Eu, no começo, não tinha muita noção nem muita apreensão sobre as<br />

coisas, depois, com o decorrer do tempo, sofremos muita pressão, em<br />

vários sentidos. Dirceu foi recebido pelo governador - na época o Dr.<br />

Synval Guazzelli - e disse o que faria se pudesse exercer o livre-arbítrio<br />

em todos os sentidos. O governador concordou, então ele aceitou o caso.<br />

Esse caso foi bastante tumultuado pela imprensa, porque envolveu<br />

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