APRESENTAÇÃO Almanaque do Bicentenário de Pelotas (Vol. 1
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A nosso ver, as contribuições <strong>do</strong>cumentais mais significativas que surgiram nos<br />
últimos anos sobre esse tema (ou seja, aqueles que fizeram jus ao pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
Simões <strong>de</strong> realizar um “trabalho escoima<strong>do</strong>”) são duas: a investigação <strong>de</strong> Paulo<br />
Xavier, em artigo publica<strong>do</strong> no Jornal Correio <strong>do</strong> Povo (data<strong>do</strong> <strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<br />
<strong>de</strong> 1971), que mostrou que José Pinto Martins não era cearense, mas<br />
sim português; bem como as teses <strong>do</strong> livro Desfazen<strong>do</strong> mitos: notas à história<br />
<strong>do</strong> continente <strong>de</strong> São Pedro, <strong>de</strong> A. F. Monquelat e V. Marcolla, publica<strong>do</strong> no<br />
presente ano <strong>de</strong> 2012, on<strong>de</strong> são <strong>de</strong>fendidas as seguintes teses:<br />
a) João Car<strong>do</strong>so da Silva é o primeiro a instituir estabelecimento <strong>de</strong><br />
indústria sala<strong>de</strong>iril no Continente;<br />
b) O rio Piratini (e, portanto, Arroio Gran<strong>de</strong>, e não <strong>Pelotas</strong>) é o berço<br />
da indústria sala<strong>de</strong>iril;<br />
c) O “processo inicial <strong>de</strong> ocupação <strong>do</strong>s campos <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s ‘das <strong>Pelotas</strong>’<br />
não foi obra fortuita ou tão pouco <strong>de</strong> um único empreendimento:<br />
a charqueada <strong>de</strong> Pinto Martins’”. Pelo contrário: <strong>Pelotas</strong>, nos seus<br />
primórdios “é consequência <strong>do</strong> agro-pastoreio”;<br />
d) Devi<strong>do</strong> aos <strong>do</strong>cumentos até agora encontra<strong>do</strong>s, José Pinto Martins<br />
somente partiu <strong>do</strong> Ceará para estabelecer-se por aqui “nos anos 90 <strong>do</strong><br />
século XVIII”.<br />
Além <strong>do</strong>s pesquisa<strong>do</strong>res acima cita<strong>do</strong>s, é também o historia<strong>do</strong>r Mário Osório<br />
Magalhães quem afirma, em texto publica<strong>do</strong> recentemente numa prestigiosa<br />
revista <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, cuja edição presta “homenagem aos<br />
200 anos da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Pelotas</strong>”:<br />
SOBRE A PRESENTE EDIÇÃO<br />
(...) a verda<strong>de</strong> é que se <strong>de</strong>sconhece inteiramente o exato instante em<br />
que José Pinto Martins aportou por estas plagas; tampouco se sabe<br />
o momento preciso em que adquiriu o imóvel, o estabelecimento em<br />
que iria implantar sua indústria. (Magalhães, M. “Sobre o bicentenário<br />
<strong>de</strong> <strong>Pelotas</strong>”. In: Revista <strong>do</strong> Instituto Histórico e Geográfico <strong>do</strong> Rio<br />
Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, no 146, 2012, p. 120).<br />
Visto que a Revista <strong>do</strong> 1º Centenário <strong>de</strong> <strong>Pelotas</strong> é capaz <strong>de</strong> nos colocar na<br />
atmosfera econômica e cultural em que vivia a cida<strong>de</strong> há cem anos, fizemos<br />
questão <strong>de</strong> trazer para o leitor, no primeiro volume <strong>do</strong> <strong>Almanaque</strong> <strong>do</strong> <strong>Bicentenário</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Pelotas</strong>, um conjunto <strong>de</strong> fotografias e imagens da cida<strong>de</strong> anteriores ao<br />
término <strong>do</strong> ano <strong>de</strong> 1912. Por certo não é uma reconstituição exaustiva (e talvez<br />
até mesmo eivada <strong>de</strong> algum erro cronológico), mas uma tentativa <strong>de</strong> reunir e<br />
disponibilizar para um público mais amplo imagens que somente constam, até o<br />
presente momento, em publicações especializadas, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a fornecermos uma<br />
impressão <strong>do</strong> que a cida<strong>de</strong> foi e <strong>do</strong> ambiente sobre o qual João Simões Lopes<br />
Neto procurou se <strong>de</strong>bruçar.