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APRESENTAÇÃO Almanaque do Bicentenário de Pelotas (Vol. 1

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ou secundários”, bem como adiaria “a reprodução das variadas fotos e <strong>de</strong>senhos<br />

que ilustravam a Revista, com o objetivo, também no caso, <strong>de</strong> reduzir os custos,<br />

capazes <strong>de</strong> inviabilizar, não fosse assim, a confecção <strong>do</strong> livro” (Magalhães, M. O.<br />

Apontamentos referentes à história <strong>de</strong> <strong>Pelotas</strong> e <strong>de</strong> outros <strong>do</strong>is municípios da<br />

zona sul: São Lourenço <strong>do</strong> Sul e Canguçu. <strong>Pelotas</strong>: Armazém Literário, 1994, p.<br />

7). Embora fragmentada, a Revista <strong>do</strong> 1º Centenário <strong>de</strong> <strong>Pelotas</strong> ganhava, “uma<br />

primeira edição, pois nunca se corporificou, antes, em livro” (I<strong>de</strong>m).<br />

A originalida<strong>de</strong> das reflexões <strong>de</strong> Carlos Reverbel, jornalista e pesquisa<strong>do</strong>r pioneiro<br />

no estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Simões (Augusto Meyer já o elogia, em 1945, pelo “excelente<br />

trabalho biográfico” publica<strong>do</strong> na Revista Província <strong>de</strong> São Pedro), tornaria a<br />

encontrar eco, recentemente, no posicionamento <strong>de</strong> Mario Osorio Magalhães:<br />

A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> festejar o aniversário da cida<strong>de</strong> toman<strong>do</strong> por base a fundação<br />

da freguesia quem concebeu, projetou, promoveu, levou adiante<br />

até a plena aceitação, até a realização final, foi ninguém menos que<br />

João Simões Lopes Neto, o consagra<strong>do</strong> autor <strong>do</strong>s Contos gauchescos e<br />

das Lendas <strong>do</strong> Sul. (Magalhães, M. O. “Aniversário <strong>de</strong> <strong>Pelotas</strong>”, Diário<br />

Popular, 07/07/2011).<br />

Mario Osorio, assim, na esteira <strong>de</strong> Carlos Reverbel, volta a atribuir a Simões, a<br />

primazia no estabelecimento <strong>de</strong> uma data para comemorar o primeiro centenário<br />

da cida<strong>de</strong> (é importante notar que João Simões Lopes Neto também indicou,<br />

no primeiro volume da Revista, o ano <strong>de</strong> 1780 como o momento da “Fundação<br />

da hoje bela e adiantada cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Pelotas</strong>”, sen<strong>do</strong> que 1880 ele tinha apenas<br />

quinze anos). É o próprio historia<strong>do</strong>r quem reconhece, ainda no mesmo artigo,<br />

o débito <strong>de</strong> seu avô para com o autor da Revista: “ao ampliar, com riqueza <strong>de</strong><br />

informações, o seu primitivo texto <strong>de</strong> 1905 [uma monografia sobre a História<br />

<strong>de</strong> <strong>Pelotas</strong>, publicada nos Anais da Biblioteca Pública Pelotense], Simões Lopes<br />

facilitou o trabalho a que Fernan<strong>do</strong> Osório se <strong>de</strong>dicaria, <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong>pois”, ou<br />

seja, na tarefa <strong>de</strong> elaboração <strong>do</strong> livro “A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Pelotas</strong>” (I<strong>de</strong>m).<br />

***<br />

João Simões Lopes Neto elegeu, portanto, a data <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1812 (momento<br />

<strong>de</strong> criação da Freguesia), para comemorar o centenário da cida<strong>de</strong>. Foi,<br />

então, aos 47 anos que ele empreen<strong>de</strong>u, sozinho, a partir <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> semestre<br />

<strong>de</strong> 1911, o esforço monumental para realizar os oito números da Revista (<strong>de</strong>ntre<br />

os <strong>de</strong>z inicialmente previstos), sen<strong>do</strong> que os números 7 e 8 somente surgiram<br />

após a comemoração <strong>do</strong> centenário. O próprio autor justificava “o atraso das<br />

publicações por ter si<strong>do</strong> acometi<strong>do</strong> <strong>de</strong> ‘moléstia grave e <strong>de</strong> <strong>de</strong>morada convalescença’”<br />

(Sica Diniz, C. F. João Simões Lopes Neto: uma biografia. Porto Alegre:<br />

Editora AGE, p. 184). O <strong>Bicentenário</strong> da cida<strong>de</strong>, festeja<strong>do</strong> em 7 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong><br />

2012, é, portanto, indissociável <strong>do</strong> nome e <strong>do</strong> gesto <strong>de</strong> João Simões Lopes Neto.<br />

Transcorri<strong>do</strong>s cem anos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a publicação <strong>do</strong>s oito números da Revista, nenhuma<br />

homenagem po<strong>de</strong>ria ser mais justa, ao intelectual que procurou valorizar<br />

e pensar a singularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua cida<strong>de</strong>, <strong>do</strong> que editá-la integralmente (e, pela<br />

primeira vez, <strong>de</strong> forma impressa). Por essa razão, a edição em fac-símile da Revista

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