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APRESENTAÇÃO Almanaque do Bicentenário de Pelotas (Vol. 1

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Cunha), outro advoga<strong>do</strong>, jornalista e político (Henrique Bernardino Marques<br />

Canarim), e, em seguida, um poeta: Francisco Lobo da Costa “um <strong>do</strong>s poetas<br />

mais populares <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o Rio Gran<strong>de</strong>” (no 2, p. 13) – único homem <strong>de</strong> letras a<br />

quem ele se refere na Revista <strong>do</strong> 1º Centenário <strong>de</strong> <strong>Pelotas</strong>.<br />

Do <strong>de</strong>staque intelectual, passan<strong>do</strong> pelo dirigente e responsável da vida local, Simões<br />

faz questão <strong>de</strong> colocar o foco não só nos engaja<strong>do</strong>s <strong>do</strong> movimento abolicionista,<br />

mas também nos partidários <strong>do</strong> regime político republicano. É por esta<br />

razão que, na “Galeria <strong>do</strong>s Funda<strong>do</strong>res”, o segun<strong>do</strong> nome que surge é o <strong>do</strong> português<br />

Antonio José Gonçalves Chaves, que “aportou no Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul em<br />

1805”, vin<strong>do</strong> <strong>do</strong>miciliar-se “no incipiente – povinho – <strong>de</strong> S. Francisco <strong>de</strong> Paula<br />

[<strong>Pelotas</strong>]”, on<strong>de</strong> se tornou charquea<strong>do</strong>r, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong>, entre 1810 e 1812, um <strong>do</strong>s<br />

que mais “se interessavam pela fundação da freguesia; e no seguimento um <strong>do</strong>s<br />

melhores propugna<strong>do</strong>res <strong>do</strong> seu engran<strong>de</strong>cimento” (no 1, p. 8). Simões, então,<br />

faz questão <strong>de</strong> enfatizar que Gonçalves Chaves era um homem culto, admira<strong>do</strong><br />

por Saint-Hilaire por falar “bem o francês” e ser possui<strong>do</strong>r “<strong>de</strong> uma excelente<br />

biblioteca”, ten<strong>do</strong> publica<strong>do</strong>, em 1822, as Memórias econômico-políticas sobre<br />

a administração pública <strong>do</strong> Brasil, “um trabalho notável para a época”, visto<br />

que ali “pregava ele sobre a abolição da escravatura” (I<strong>de</strong>m). Gonçalves Chaves,<br />

sabemos, tomou parti<strong>do</strong> pelo la<strong>do</strong> republicano durante a revolução farroupilha.<br />

Simões Lopes Neto, simpático aos conterrâneos que tomaram parti<strong>do</strong> pelo movimento<br />

republicano, dá, então, especial atenção a um <strong>do</strong>s <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong><br />

Gonçalves Chaves:<br />

Dr. Álvaro José Gonçalves Chaves. Nasceu em 13 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1861<br />

(...), funda<strong>do</strong>r <strong>do</strong> “Clube Republicano 20 <strong>de</strong> Setembro” e redator-chefe<br />

<strong>de</strong> “A República”, <strong>de</strong> São Paulo; organiza<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> Republicano<br />

Pelotense, e abolicionista (...). Ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong> Saldanha Marinho foi o verda<strong>de</strong>iro<br />

organiza<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> Republicano no Rio <strong>de</strong> Janeiro. Aí, em 20<br />

<strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1885, fun<strong>do</strong>u o Clube Republicano Sul Riogran<strong>de</strong>nse, que,<br />

ao <strong>de</strong>pois, foi um <strong>do</strong>s melhores esteios abolicionistas (...). Achan<strong>do</strong>-se<br />

<strong>do</strong>ente seguiu para a Europa, e em Paris, teve a notícia da proclamação<br />

da República no Brasil, e regressou, vin<strong>do</strong> pela Espanha (no 1, p. 10).<br />

Em síntese, João Simões Lopes Neto percebe que sua terra natal abrigou ou<br />

gerou homens bem à frente <strong>de</strong> seu tempo. Talvez pelo fato <strong>de</strong> que, em muitos<br />

aspectos, e, em particular, nos movimentos abolicionistas e republicanos, a cida<strong>de</strong><br />

e seus “filhos ilustres” tenham ti<strong>do</strong> <strong>de</strong>staque no cenário nacional, ele faça<br />

questão <strong>de</strong> pontuar no quinto número da Revista: “existe em <strong>Pelotas</strong>, (na Costa)<br />

o único monumento no Brasil publicamente ergui<strong>do</strong> ao i<strong>de</strong>al republicano, durante<br />

o regime monárquico” (no 5, p. 68).<br />

O repertório <strong>de</strong> anúncios: o potencial econômico e cultural <strong>de</strong> <strong>Pelotas</strong><br />

na visão <strong>do</strong> empresário e homem <strong>de</strong> letras<br />

Buscan<strong>do</strong> dar ao leitor uma idéia da intensida<strong>de</strong> das ativida<strong>de</strong>s econômicas que movimentavam<br />

a vida urbana da cida<strong>de</strong> que estava prestes a comemorar o seu centenário,

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