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Foge Nick, Foge - Comunidade Aliança

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quando já tinha oito anos, rebelei-me de uma vez contra<br />

meus pais. Foi em uma tarde quente de verão. Mamãe e<br />

vários outros “médiuns” estavam sentados à grande<br />

mesa da sala, tomando café. Eu me cansara de brincar<br />

com meu irmão e entrara na sala, brincando com uma<br />

pequena bola, batendo-a no assoalho. Um dos médiuns<br />

disse à mamãe: “O <strong>Nick</strong>y é um menino bonito. Parece<br />

com você. Deve orgulhar-se dele.”<br />

Mamãe olhou séria para mim e começou a balançar-se<br />

na cadeira, para a frente e para trás. Seus<br />

olhos reviraram, a ponto de aparecer somente o branco.<br />

Estendeu os braços para a frente, sobre a mesa. Seus<br />

dedos ficaram duros e tremiam e ela levantou<br />

vagarosamente os braços sobre a cabeça e começou a<br />

falar em tom de cantochão: “Este... não... meu... filho.<br />

Não, <strong>Nick</strong>y não. Ele nunca foi meu. Ele é filho do maior<br />

de todos os bruxos. Lúcifer. Não, meu não... não, meu<br />

não... Pilho de Satanás, filho do diabo.”<br />

Larguei a bola, que rolou pela sala afora. Encosteime<br />

à parede, e mamãe continuou em transe; sua voz se<br />

levantava e baixava, enquanto ela falava como em<br />

responso: “Não, meu não, não, meu, não... a mão de<br />

Lúcifer sobre a sua vida... o dedo de Satanás está na<br />

sua vida... o dedo de Satanás toca na sua alma... a<br />

marca da besta no seu coração... Não, meu não, meu<br />

não.”<br />

Observei que lágrimas corriam pelas suas faces.<br />

De repente, voltou-se para mim com os olhos arregalados<br />

e gritou com voz esganiçada: “Sai, DIABO!<br />

Para longe de mim. Deixa-me, DIABO! Longe! Longe!<br />

Longe!”<br />

Eu estava petrificado de terror. Corri para o meu<br />

quarto e joguei-me sobre a cama. Pensamentos<br />

passavam pela minha mente como rios canalizados em<br />

uma garganta estreita. “Não sou filho dela... filho de<br />

Satanás... ela não me ama... Ninguém me quer.

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