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Adobe Photoshop PDF - Sinduscon - DF

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no aumento da produção. Dados do SNIC mostram que uma<br />

nova fábrica de cimento exige um investimento de R$ 250<br />

milhões. No <strong>DF</strong>, a Votorantim já anunciou um investimento de<br />

R$ 450 milhões, até 2011, para expandir sua fábrica em Sobradinho,<br />

o que deverá dobrar a capacidade de produção.<br />

Assim, o concreto ainda é o maior problema enfrentado pelas<br />

construtoras. De acordo com o diretor de suprimentos da<br />

Via Engenharia, Francisco Eugênio Barrozo Costa, apesar de<br />

alguns materiais terem aumentado muito o prazo de entrega,<br />

é com as concreteiras o maior problema que a empresa enfrenta<br />

agora, seja no que se refere à compra de cimento, seja<br />

em relação à argamassa. Segundo Costa, algumas obras da<br />

construtora chegaram a ficar paradas por um dia ou dois, isso<br />

por falta do material. “Mas nada que atrase muito o cronograma<br />

de nenhum dos empreendimentos”, garante.<br />

Pla n e ja r Pa r a nã o fa lta r<br />

O planejamento da obra é a maior dificuldade enfrentada<br />

pelos fornecedores de materiais de construção. Fox, da<br />

Abramat, e Carvalho, do Snic, reclamam da falta de previsibilidade<br />

dos gastos. “Cimento quase não tem estocagem, nem<br />

na fábrica nem em depósitos. É um material muito perecível<br />

e que ocupa bastante espaço. Quando um grande consumidor<br />

aparece, ele quer uma quantidade ampla de material.<br />

Mesmo com a construção de novas instalações não é algo<br />

simples. Uma fábrica nova demora de três a cinco anos para<br />

funcionar plenamente”, adverte Carvalho.<br />

Transformar a perspectiva de crescimento do setor em planejamento,<br />

para não correr o risco de ficar sem material, é o desafio<br />

desse segmento, argumenta Fox. “A indústria tem o objetivo de<br />

atender a demanda necessária. Todo mundo quer vender”, reitera.<br />

Entretanto, a compra exige prazos cada vez maiores, defende<br />

o presidente da Comissão de Materiais e Tecnologias (Comat) do<br />

<strong>Sinduscon</strong>-<strong>DF</strong>, Dionyzio Antônio Klavdianos. São materiais que as<br />

fábricas exigiam 30 dias para entregar, mas que agora pedem até<br />

60. “E eles não garantem a entrega”, adverte.<br />

Pedidos com antecedência para evitar atraso das obras é a<br />

regra na Via Engenharia. Segundo o diretor de suprimentos<br />

da empresa, os pedidos são feitos com até seis meses de antecedência.<br />

Os suprimentos que mais aumentaram o espaço<br />

de tempo para a entrega são portas e cerâmicas. “Estamos<br />

pedindo com prazos maiores. Com esse intervalo ainda não<br />

tivemos problema de atraso, mas é fato que não se pode fazer<br />

pedidos de última hora. A demanda ainda é muito grande<br />

e as fábricas não estão conseguindo entregar”, argumenta<br />

Costa. Mais do que o prazo, o que realmente tem tirado o<br />

sono das construtoras é a elevação dos custos.<br />

os Pr e ç o s em um ‘a r r a n h a cé u’<br />

É a velha e boa lei da oferta e procura. Muita procura, eleva<br />

os preços. E com os materiais de construção não tem<br />

sido diferente. Com o crescimento da construção civil e o<br />

| 31 |<br />

aumento na demanda, tanto nacional, quanto internacional,<br />

por matéria-prima, os preços de alguns materiais foram às<br />

alturas. É o caso do aço, por exemplo, que, nos últimos 12<br />

meses, subiu 61,76 e do concreto, que sofreu um incremento<br />

de 53,91% no mesmo período.<br />

E a disparada dos preços é uma realidade que deve piorar<br />

com o aumento do dólar. Segundo o presidente do <strong>Sinduscon</strong>-<strong>DF</strong>,<br />

Elson Ribeiro e Póvoa, é preciso atitude contra o<br />

aumento abusivo. Como o mercado não pode simplesmente<br />

parar de comprar, Póvoa defende a ação do Conselho Administrativo<br />

de Defesa Econômica (CADE) para controlar os<br />

reajustes, que muitas vezes não são justificados. “O aço aumentou<br />

por causa da disputa de mercados externos, como o<br />

da China, e pode aumentar agora com a alta do dólar. Mas e<br />

o resto?”, questiona.<br />

Recentemente algumas obras do Programa de Aceleração<br />

do Crescimento (PAC) foram suspensas por causa da alta<br />

nos matérias. O argumento das construtoras para tal situação<br />

é que o preço fechado nas licitações estava bem abaixo<br />

do praticado no mercado. “Não há como garantir o preço<br />

por um tempo dilatado. Os contratos com incorporadoras<br />

têm que ter flexibilidade”, adianta o presidente da Abramat,<br />

argumentando que, no acumulado dos últimos quatro anos,<br />

o valor do material de construção ajudava a reduzir o valor<br />

do Custo Unitário Básico da Construção (CUB/m²) – composto<br />

pelo custo do material, mão-de-obra, despesas administrativas<br />

e equipamentos. Em setembro, o metro quadrado no<br />

<strong>DF</strong> custou R$ 751,42. Desse total, mais de 50% se referia<br />

ao material de construção.<br />

con s t r u t o r e s un i d o s<br />

Para driblar a alta dos preços e elaborar um planejamento<br />

mais tranqüilo para as compras de materiais, o Sindicato da<br />

Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (<strong>Sinduscon</strong>-<br />

<strong>DF</strong>) encampou o projeto da Cooperativa da Construção Civil<br />

do <strong>DF</strong> (Coopercon-<strong>DF</strong>). A cooperativa já nasceu com uma<br />

grande missão: garantir bens e serviços na terceira praça<br />

mais atraente do mercado imobiliário brasileiro. A Coopercon-<strong>DF</strong><br />

conta com 22 associados e comemora a sua primeira<br />

compra conjunta de 111 elevadores.<br />

É o início de uma nova etapa para as empresas de engenharia<br />

do <strong>DF</strong>. O grupo cooperado centraliza seu poder de fogo<br />

no planejamento das compras, o que é feito normalmente<br />

com base numa agenda anual. Aliás, prever as compras,<br />

principalmente as de grandes volumes, ajuda a reduzir os<br />

custos e minimiza os riscos de falta de insumos. Na compra<br />

dos elevadores as construtoras integrantes da Coopercon-<br />

<strong>DF</strong> tiveram economias que variam de 5% a 15%, comparando-se<br />

o preço que teriam pago nos orçamentos individuais,<br />

empresa a empresa. A compra no valor aproximado do R$<br />

12,5 milhões foi a segunda maior aquisição de cooperativas<br />

no Brasil durante o ano de 2008.<br />

Cenários | Cenário | nov/dez 2008

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