Adobe Photoshop PDF - Sinduscon - DF
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pioneiro. É assim que se auto define o presidente do<br />
grupo Via Engenharia, Fernando Queiroz, por ter chegado em<br />
Brasília em 1971, época em que governo decidia se sua sede<br />
voltaria a ser o Rio de Janeiro. “Foi então que a capital foi, de<br />
forma drástica, firmada em 1976, ano em que o governo resolveu<br />
fazer algumas obras de porte para confirmar a opção<br />
por Brasília. Foi aí que surgiram o anexo (pronto-socorro) do<br />
Hospital de Base, o Centro de Convenções e algumas outras<br />
obras de grande porte, que acabaram por consolidar a Via Engenharia<br />
como construtora da cidade”, diz nesta entrevista à<br />
revista Cenários.<br />
Da década de 70 para 2008, Queiroz acompanhou muitas<br />
mudanças no Distrito Federal, como o crescimento desordenado.<br />
O empresário critica os condomínios irregulares e<br />
outras formas de ocupação sem planejamento.<br />
Para Queiroz, o Plano de Ordenamento Territorial (PDOT),<br />
com previsão de novos locais que podem ser construídos,<br />
será uma saída para o setor, que sempre agiu na legalidade<br />
mas enfrenta a falta de terrenos.<br />
Nesta entrevista, Queiroz também fala sobre a vinda de<br />
grandes construtoras para o Distrito Federal e critica a<br />
abertura de capital (ocorre com a emissão de ações, com<br />
negociação de parte do controle da empresa na bolsa de<br />
valores) de empresas do setor, sem preparação adequada,<br />
o que, na opinião dele, gera problemas no mercado.<br />
Cenários – Uma reclamação antiga do setor é a parca<br />
oferta de terreno por parte da Companhia imobiliária<br />
de Brasília (Terracap). Como o senhor vê<br />
essa situação?<br />
Queiroz – Desde a sua fundação, Brasília conta com um<br />
único loteador, a Terracap. Porém, a situação tende a mudar<br />
com a consolidação dos terrenos privados do Distrito<br />
Federal e com a conseqüente adoção das diversas áreas<br />
que serão disponibilizadas pelo Plano de Ordenamento Territorial<br />
(PDOT). Nele, terrenos considerados rurais até aqui<br />
passarão a uma nova condição. Com isso, os empresários de<br />
qualquer lugar do Brasil terão a possibilidade de ser loteadores.<br />
Ou seja, dentro das posturas definidas pelo PDOT, os<br />
incorporadores poderão fazer seus projetos, criando novos<br />
espaços, adaptando-se às condições modernas, o que será<br />
muito bom para a região.<br />
Cenários – Especialistas avaliam que a escassez de<br />
terrenos foi um dos motivos que gerou os condomínios<br />
irregulares...<br />
Queiroz – Cometeu-se um erro em Brasília nas últimas<br />
décadas, que foi esse crescimento desordenado feito pelos<br />
chamados condomínios irregulares – e que hoje se encontram<br />
em processo de regularização. No meu modo ver, a<br />
iniciativa privada nem contribuiu nem foi conivente com esse<br />
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evento, porque isso surgiu de repente. As pessoas trabalhavam<br />
no Plano Piloto, executavam suas atividades e não<br />
tinham idéia do que havia por trás. Agora o governo local<br />
tem procurado corrigir isso, regularizando, mas é algo que<br />
não pode tornar a ocorrer.<br />
Cenários – Como o setor privado contribuiria para o<br />
desenvolvimento territorial do <strong>DF</strong> (lembrando que<br />
se trata de um segmento acusado de especulação e<br />
interesses financeiros)?<br />
Queiroz – Quando se fala do setor privado da região, é<br />
preciso defini-lo. Eu mesmo levo em consideração as empresas<br />
que atuam no mercado imobiliário do <strong>DF</strong> e que têm<br />
à frente pessoas comprometidas com o futuro da cidade.<br />
Ou seja, gente que veio para cá na década de 70 e 80 ou<br />
até antes disso, num tempo em que se estabeleceram laços,<br />
consolidou-se a família e a posição empresarial. Com<br />
uma história assim, a empresa é obrigada a contribuir com<br />
a região porque tem responsabilidade com planejamento<br />
urbano. Todos nós somos obrigados a fazer a nossa parte:<br />
temos que lutar para que Brasília seja preservada e se<br />
mantenha a qualidade de vida. Temos ainda que buscar os<br />
princípios éticos para o desenvolvimento urbano, isto é, os<br />
interesses da comunidade têm que prevalecer sobre os interesses<br />
empresariais.<br />
Cenários – E como o senhor se insere na história da<br />
cidade?<br />
Queiroz – Me sinto muito comprometido com Brasília. Cheguei<br />
em 1971, numa época muito complicada, num momento em que<br />
o governo decidia se a capital voltaria a ser o Rio de Janeiro<br />
ou se a consolidaria aqui. Foi então que a capital foi, de forma<br />
drástica, firmada em 1976, ano em que o governo resolveu<br />
fazer algumas obras de porte para confirmar a opção por Brasília.<br />
Foi aí que surgiram o anexo (pronto-socorro) do Hospital<br />
de Base, o Centro de Convenções e algumas outras obras de<br />
grande porte, que acabaram por consolidar a Via Engenharia<br />
como construtora da cidade. Desde então eu acompanho as<br />
transformações do <strong>DF</strong>: casas populares (eu tive a oportunidade<br />
de participar da construção de mais de 40 mil casas), inúmeros<br />
blocos de apartamentos no Plano Piloto e por aí vai. Por esses e<br />
outros motivos, considero-me mais um candango desse grande<br />
“O PDOT l evar á<br />
d e s e n vo lv i m e n to Pa r a<br />
as regiões n O va s e er mas, q u e cer Tam en Te s u r g i r ãO<br />
a P ó s O s e to r no r o e s t e”