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AS SÍNTESES DE EDISON MACHADO: - teses.musicodobra...

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c) A influência norte-americana: difusão da bateria no Brasil<br />

Impulsionada pelo contínuo processo de industrialização, no início do<br />

século XX foi se ampliando na cidade do Rio de Janeiro outra recente classe<br />

social urbana, uma classe média formada por funcionários públicos, profissionais<br />

liberais, comerciantes, prestadores de serviços e burocratas. Essa camada da<br />

população, ao mesmo tempo em que reunia condições financeiras para usufruir as<br />

novidades de consumo não duráveis, projetava uma condição de ascensão social,<br />

passando a rejeitar as manifestações culturais da classe baixa. Nesse momento,<br />

os investimentos norte-americanos no Brasil foram substituindo gradativamente<br />

nossas relações econômicas com a Europa, sendo que ao final da Primeira<br />

Guerra, os Estados Unidos tornam-se nosso maior “parceiro comercial”. O reflexo<br />

disso no ambiente cultural do Rio de Janeiro foi a difusão de padrões norte-<br />

americanos através da produção cinematográfica e da comercialização de discos<br />

de cake-walks, fox-trots, charlestons e similares, deflagrando no Brasil o prenúncio<br />

de uma indústria voltada ao consumo de bens culturais. Como aponta Paranhos<br />

(2003, p. 5),<br />

252):<br />

Ao se examinar a discografia brasileira em 78 rpm, verifica-se que há<br />

elementos suficientemente expressivos da penetração do fox-trot desde a<br />

segunda metade da década de 10. A influência de gêneros musicais<br />

norte-americanos, com o fox à frente, se acentuou nos anos 20. É a<br />

época da constituição de diversas jazz-bands, dentre as quais a do<br />

Batalhão Naval do Rio de Janeiro.<br />

Ao se referir à nova classe média urbana, Tinhorão escreveu (1990, p.<br />

Para essa gente que começava a freqüentar cinemas, confeitarias, a<br />

exibir-se nas pelouses dos hipódromos e nos palanques das regatas, a<br />

fazer footing nas avenidas, a ter aventuras amorosas em garçonières e a<br />

cultivar o “vício elegante” do ópio e da cocaína, bom era sinônimo de<br />

novo. E tais novidades – anunciadas quase sempre pelo cinema –<br />

vinham naturalmente dos Estados Unidos.<br />

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