Mercadão - Ribeirão Preto
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muito e que provavelmente, um raio caiu sobre a estrutura do Mercado. Como ela<br />
era toda em madeira, o maior centro comercial da cidade virou cinzas. Apesar<br />
disso, há a hipótese de um problema na instalação elétrica do prédio ter sido a<br />
causadora do acidente. As chamas ficaram acesas na memória dos permissionários<br />
mesmo depois de meio século do incêndio. 13<br />
Alguns comerciantes insistiram em continuar por ali, vendendo seus produtos<br />
nas proximidades ao que sobrou do velho prédio, mas a maioria acabou transferida<br />
para barracas na Avenida Francisco Junqueira, confluência com a Avenida Jerônimo<br />
Gonçalves, bem perto do córrego <strong>Ribeirão</strong> <strong>Preto</strong>. Devido ao mau cheiro,<br />
aspecto desagradável e falta de higiene, as barracas acabaram sendo desativadas.<br />
O município alegava não ter recursos para construir um novo prédio, mesmo<br />
com um contrato assinado pelo Prefeito José de Magalhães, em 1949, autorizando<br />
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a obra. Além do desconforto, os comerciantes sofreram com a discriminação:<br />
eram tratados como “criaturas” pela parcela da população que se considerava<br />
“mais culta”. Os comerciantes eram considerados relegados ao desprezo desta<br />
15 “casta”.<br />
A urgência dessa classe mais alta para a reconstrução foi tanta que até o Serviço<br />
de Saúde da cidade interferiu, sujeitando os ambulantes a sanções, caso não<br />
retirassem as barracas do local. 16A<br />
imprensa também interferiu e cerca de um mês<br />
depois, noticiou a aprovação do projeto do novo <strong>Mercadão</strong>, numa primeira discus-<br />
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são.<br />
A reconstrução do prédio, no entanto, levou ainda quase uma década. Só aconteceu<br />
depois de muita burocracia, com sessões da Câmara canceladas e constante<br />
interferência da imprensa: ora incentivando, ora ignorando a necessidade do novo<br />
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