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Mercadão - Ribeirão Preto

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O pai de Guilherme era comerciante no <strong>Mercadão</strong> em 1936 e tirava todo o<br />

sustento dos 26 filhos e da esposa com as vendas do armazém. Não havia luxo,<br />

mas isso também não fazia diferença. O que valia era o coração.<br />

A família sofreu perdas quando o prédio pegou fogo. Eles também viveram as<br />

dificuldades de se trabalhar no prédio no período da Segunda Guerra Mundial,<br />

quando foram impostas condições para o comércio no <strong>Mercadão</strong>: havia uma cota<br />

para ser vendida diariamente, e não se podia ultrapassar uma determinada quantidade<br />

de comida aos consumidores.<br />

Por ter um pouco mais de recursos, o pai de Guilherme certa vez vendeu mais<br />

do que o permitido, já que algumas famílias com muitos filhos precisavam de um<br />

volume maior de alimentos. A bondade de “Seu Mário” resultou em denúncia, e<br />

ele ficou preso três dias por quebrar a regra.<br />

Mais uma vez a união dos comerciantes mudou o rumo da história. Eles se<br />

mobilizaram, e unidos, foram à delegacia pedir a liberdade do amigo. Guilherme<br />

lembra que o pai saiu da prisão como um herói, e não como um malandro, porque<br />

ele tinha fornecido a mais, não por ganância, mas por ver a necessidade daquelas<br />

famílias.<br />

O tempo passou. Mário Marques fechou o armazém em 1950 e se tornou<br />

Representante Comercial, levando o menino e um dos seus irmãos, ambos já<br />

crescidos, para trabalharem com ele. Guilherme lembra bem desse período. 57<br />

Longe do <strong>Mercadão</strong> a família não teve nada. “Seu Mário” vendia banha vegetal,<br />

chapéu de palha, fósforo, e um monte de mercadorias de primeira necessidade,<br />

mas nunca à altura do que vendia quando tinha estabelecimento no prédio.<br />

Quando faleceu, em 07 de novembro de 1968, Guilherme assumiu os negócios<br />

da família. A vida dava seus primeiros sinais de outono, quando ele, cansado de<br />

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