Mercadão - Ribeirão Preto
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O tempo correu depressa e já se vai quase um século desde que a família Massaro<br />
abriu um pequeno box de sementes, temperos e talhas de barro no Mercado<br />
Municipal de <strong>Ribeirão</strong> <strong>Preto</strong>, em 1926. De lá pra cá foram muitos anos de luta e<br />
sonhos, que hoje fazem da Casa Massaro uma das mais tradicionais do <strong>Mercadão</strong>.<br />
Foi nesse cenário de clientes, ora amistosos, ora exigentes, que cresceu Ismael<br />
Massaro, o neto de italianos que agora, aos 70 anos, reconta a história da família<br />
no prédio. Ismael é um dos comerciantes mais conhecidos e respeitados do local.<br />
Era ainda um menino quando deixou de lado as brincadeiras para ajudar o pai na<br />
Casa de Sementes. Suas lembranças vêm de 1948, e muitos episódios ilustram<br />
sua infância e juventude nos espaços do <strong>Mercadão</strong>.<br />
O pai de Ismael, Francisco, fundador da Casa Massaro, era um homem à<br />
frente do seu tempo. Formou-se Guarda-Livros, o equivalente hoje ao contador,<br />
na época era uma profissão equiparada a um doutor, conta Ismael.<br />
Massaro é uma família de italianos que chegou ao Brasil após a abolição da<br />
escravatura, junto com outras tantas, para cuidar das fazendas de café. Nessa<br />
época o país vivia um boom de imigração e só na primeira década do século XX,<br />
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<strong>Ribeirão</strong> <strong>Preto</strong> recebeu mais de 19 mil novos imigrantes.<br />
Os primeiros anos de trabalho do pai de Ismael foram na lavoura de café, e à<br />
medida que foi crescendo, procurava manter-se atualizado. Das muitas lembranças<br />
que guarda o proprietário da Casa Massaro, as do pai, são as de maior orgulho.<br />
“Seu Chico” como era conhecido, foi um dos primeiros moradores de <strong>Ribeirão</strong><br />
<strong>Preto</strong> a ter uma motocicleta e um rádio de galena. Nunca viajou ao exterior,<br />
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