Mercadão - Ribeirão Preto
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José Cláudio era ainda bem pequeno quando o pai foi trabalhar no restaurante,<br />
mas se recorda bem da clientela fiel que não se importava de comer a mesma<br />
comida todo dia. “A turma não reclamava, até gostava, e o nosso era talvez um<br />
dos melhores picadinhos que tinha aqui, tinha o meu e do vizinho ali”, lembra o<br />
permissionário apontando para o Box perto.<br />
A freguesia era de toda a região, e até da capital paulista. Todos queriam saborear<br />
o prato. Alguns freqüentadores do lugar dizem ainda lembrar do cheiro do<br />
picadinho do “Sô Chico”, refogado com cebola. Afirmam que era de dar água na<br />
boca em muitos clientes do <strong>Mercadão</strong>, e dispensava o arroz branco para ser servido<br />
apenas com fatias de pão.<br />
Com o passar dos anos, Cláudio, o segundo na geração de comerciantes na<br />
família Santos, também acrescentou no cardápio o prato comercial e o “PF”,<br />
prato-feito. Depois que Cláudio morreu, a tradição passou para José Cláudio, e já<br />
se vão mais de 30 anos tomando conta dos negócios.<br />
Uma das mudanças feitas por José Cláudio foi na forma de servir do restaurante.<br />
Ele deixou definitivamente o prato-comercial e o PF, adotou o modelo americano<br />
self-service, que afirma ser “uma tendência de mercado”, e para a tristeza de<br />
alguns consumidores mais antigos, tirou o picadinho do cardápio.<br />
Hoje avaliando, Cláudio diz que a mudança foi radical e o picadinho deixou<br />
saudade na clientela. Alguns, ainda encostam no balcão do restaurante e perguntam<br />
“Ô Cláudio, cadê aquele picadinho do seu pai, do seu avô?”<br />
O comerciante pensa em voltar a servir o tradicional prato, já que o seu pai<br />
sempre pedira para que ele nunca faltasse às mesas. Cláudio Atílio, um freguês<br />
costumava pedir “faça qualquer outro prato, mas deixa o picadinho no cardápio”.<br />
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