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24<br />
Empreendorismo<br />
Parar para Pensar<br />
está naturalmente o <strong>Instituto</strong> Superior<br />
<strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>.<br />
A sua realida<strong>de</strong> mudou e a procura<br />
<strong>de</strong> emprego passou a ser o seu<br />
objectivo diário. Nunca ficou parado,<br />
e não recorreu apenas ao ISEL mas<br />
também a empresas <strong>de</strong> Executive<br />
Search ou <strong>de</strong> recrutamento.<br />
Conhecedor do mercado, o gestor<br />
sabia ser uma má altura para<br />
arranjar rapidamente uma mudança<br />
<strong>de</strong>ntro da sua área profissional. A<br />
parte <strong>de</strong> infra-estruturas é dominada<br />
por multi-nacionais que assumem<br />
as mesmas estratégias: “redução<br />
<strong>de</strong> quadros e muita consolidação<br />
<strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> gestão”, diz. Mas,<br />
não baixou os braços. Foi quando<br />
surgiu a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> trabalhar por conta<br />
própria. Recorreu ao professor Luís<br />
Osório, do ISEL, que lhe disse haver<br />
uma oportunida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada à sua<br />
experiência na área <strong>de</strong> Gestão. A<br />
i<strong>de</strong>ia era a <strong>de</strong> começar a colaborar<br />
nos projectos em que escola <strong>de</strong> engenharia<br />
do IPL estivesse envolvida.<br />
Para po<strong>de</strong>r seguir este caminho teria<br />
que se candidatar para fazer parte<br />
do núcleo <strong>de</strong> empresas do Empreendorismo,<br />
no ISEL. O antigo aluno<br />
não pensou duas vezes e <strong>de</strong>itou<br />
mãos à obra. Saiu da Fujitsu em Novembro<br />
<strong>de</strong> 2009, altura em que começou<br />
os contactos e o período <strong>de</strong><br />
reflexão. No mês seguinte elaborou<br />
o projecto e entregou-o no <strong>Instituto</strong><br />
<strong>de</strong> Emprego e Formação Profissional<br />
a fim <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r receber o subsídio<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego na totalida<strong>de</strong>.<br />
A aprovação do projecto iria permitir-lhe<br />
receber a totalida<strong>de</strong> do subsídio<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego <strong>de</strong> uma só vez.<br />
Elaborou o projecto após contactos<br />
feitos com a Open – Incubadora e o<br />
ISEL. Presentes estiveram as componentes<br />
<strong>de</strong> marketing, financeira e <strong>de</strong><br />
negócio. Esta não foi uma tarefa difícil<br />
até porque a sua experiência profissional<br />
lhe <strong>de</strong>u fortes bases para este<br />
tipo <strong>de</strong> trabalho.<br />
Para além <strong>de</strong> todas as dificulda<strong>de</strong>s<br />
inerentes à situação <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego,<br />
João Paulo acabou por ser envolvido<br />
numa outra relacionada com alterações<br />
<strong>de</strong> funcionamento dos Centros<br />
<strong>de</strong> Emprego. O crescente aumento<br />
do <strong>de</strong>semprego conduziu à criação<br />
<strong>de</strong> Centros Regionais do <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong><br />
Um país <strong>de</strong> burocracias<br />
O NOSSO país vive uma situação<br />
dramática com o constante aumento<br />
do número <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempregados. São<br />
mais <strong>de</strong> 600 mil os portugueses sem<br />
emprego e a viver o dia-a-dia nas<br />
burocracias. Os papéis controlam<br />
o tempo e os centros <strong>de</strong> emprego<br />
também. Des<strong>de</strong> os jovens licenciados<br />
aos profissionais experientes<br />
todos representam números para os<br />
índices tornados públicos nos meios<br />
<strong>de</strong> comunicação.<br />
Também João Paulo Sá viu chegar<br />
o <strong>de</strong>semprego aos 49 anos, altura<br />
em que assumia uma posição<br />
<strong>de</strong> topo <strong>de</strong> uma empresa. Habituado<br />
a gerir situações <strong>de</strong> risco, viu<br />
esta etapa mais uma a ultrapassar,<br />
e nem parou muito para pensar no<br />
dramatismo da situação.<br />
A sua experiência como gestor<br />
permite-lhe ter uma perspectiva do<br />
mercado <strong>de</strong> trabalho bem clara e, após<br />
alguma reflexão a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> trabalhar<br />
por conta própria foi a melhor saída,<br />
mas jamais pensou o embrenhado <strong>de</strong><br />
burocracias com que se iria <strong>de</strong>parar.<br />
Entre o pedido realizado ao <strong>Instituto</strong><br />
<strong>de</strong> Emprego e Formação Profissional<br />
para po<strong>de</strong>r levar a bom porto<br />
o seu projecto, e a resposta final,<br />
João Paulo teve que cumprir todas<br />
as etapas <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sempregado,<br />
nomeadamente a sua apresentação<br />
periódica e prova <strong>de</strong> que continuava<br />
a procurar emprego. Naturalmente<br />
nunca esteve parado, foi contactando<br />
várias empresas para além do<br />
<strong>Instituto</strong> Superior <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong><br />
<strong>Lisboa</strong>.<br />
Mais <strong>de</strong> seis meses até obter<br />
uma resposta, que se mostrou incorrecta,<br />
foi para o antigo aluno do<br />
ISEL muito prejudicial. Diz mesmo<br />
que se soubesse da <strong>de</strong>mora <strong>de</strong> todo<br />
o processo teria <strong>de</strong>sistido do apoio.<br />
Criar uma empresa <strong>de</strong> consultadoria<br />
não envolve, na sua opinião, um<br />
gran<strong>de</strong> investimento po<strong>de</strong>ria fazêlo<br />
pela via normal. No seu caso o<br />
investimento incidiu na aquisição<br />
<strong>de</strong> uma viatura, um curso <strong>de</strong> pósgradução<br />
que está a tirar na Universida<strong>de</strong><br />
Católica, e uma parte <strong>de</strong><br />
mobiliário e informática, que nem irá<br />
necessitar, dado ser fornecido pelo<br />
ISEL. “O tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>mora do <strong>Instituto</strong><br />
<strong>de</strong> Emprego não foi ajustado à<br />
realida<strong>de</strong> actual”, diz “mais <strong>de</strong> três<br />
meses é incomportável.”<br />
O consultor foi apanhado num<br />
processo <strong>de</strong> mudanças e foi este<br />
factor o que mais o prejudicou. Foram<br />
seis meses sem qualquer passo<br />
dado, o que diz ter sido muito negativo.<br />
Mais ainda, quando a resposta<br />
chegou, no Verão, época em que é<br />
mais difícil estabelecer contactos.<br />
Politecnia n.º 25 Fevereiro / 2011