15.04.2013 Views

Consulte a versão PDF ( 3.26 MB ) - Instituto Politécnico de Lisboa

Consulte a versão PDF ( 3.26 MB ) - Instituto Politécnico de Lisboa

Consulte a versão PDF ( 3.26 MB ) - Instituto Politécnico de Lisboa

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

duação. Ao contrário do que a maioria<br />

pensa a formação profissional não é<br />

exclusiva <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s mais mo<strong>de</strong>stas<br />

como as dos pedreiros e dos<br />

carpinteiros. A evolução <strong>de</strong> certas<br />

profissões é muito rápida e para se<br />

assimilar essa evolução tem que se<br />

ter um quadro permanente <strong>de</strong> acompanhamento<br />

da sua interpretação e<br />

da sua aplicação.<br />

POL. – E quem <strong>de</strong>ve ser responsável<br />

por essa formação?<br />

D.A. – A OTOC tem sido pioneira no<br />

lançamento <strong>de</strong> algumas acções <strong>de</strong><br />

formação para actualizar os técnicos<br />

oficiais <strong>de</strong> contas. Mas gostaria <strong>de</strong> salientar<br />

a criação, no âmbito do ensino<br />

politécnico, da figura do especialista<br />

que vem reforçar a ponte entre o saber<br />

fazer e a sua aplicação prática.<br />

POL. – Ou seja conjugar a teoria<br />

com a prática, que é uma característica<br />

do ensino superior politécnico?<br />

D.A. – Exactamente, e essa simbiose<br />

é difícil <strong>de</strong> realizar no nosso ensino<br />

superior, porque ele está voltado<br />

para a discussão e aprendizagem <strong>de</strong><br />

saberes orientados para uma carreira<br />

académica que conduz à investigação.<br />

Sem <strong>de</strong>sprimor para quem<br />

enten<strong>de</strong>r seguir a carreira académica,<br />

penso que as nossas instituições<br />

<strong>de</strong> ensino superior, <strong>de</strong>vem ter uma<br />

preocupação <strong>de</strong> reorientar as suas<br />

formações base, para os alunos<br />

adquirirem uma formação que lhes<br />

permitisse enfrentar os <strong>de</strong>safios do<br />

mundo do trabalho.<br />

POL. – E a OTOC po<strong>de</strong>ria ter um papel<br />

interventivo na esquematização<br />

<strong>de</strong>ssa formação?<br />

D.A. – A Or<strong>de</strong>m é <strong>de</strong>fensora <strong>de</strong> uma<br />

colaboração profícua entre as instituições<br />

<strong>de</strong> regulação profissional e<br />

as instituições <strong>de</strong> ensino superior.<br />

Numa lógica <strong>de</strong> respeito mútuo, on-<br />

Politecnia n.º 25 Fevereiro / 2011<br />

<strong>de</strong> as primeiras po<strong>de</strong>m transmitir as<br />

experiências das activida<strong>de</strong>s dos<br />

seus profissionais o que permitirá às<br />

segundas re<strong>de</strong>finirem as suas formações.<br />

POL. – Mas ao contrário <strong>de</strong> outras<br />

or<strong>de</strong>ns profissionais a OTOC não<br />

aprova cursos. Porquê?<br />

D.A. – Nós não cometemos essa imprudência.<br />

A OTOC <strong>de</strong>finiu uma matriz<br />

<strong>de</strong> conhecimentos que um profissional<br />

<strong>de</strong>sta área <strong>de</strong>ve possuir, a qual foi difundida<br />

às instituições <strong>de</strong> ensino superior,<br />

cabendo a elas aplicar essa matriz<br />

nos currículos dos seus cursos. Este<br />

sistema recebeu uma gran<strong>de</strong> aceitação<br />

por parte <strong>de</strong> todas as Universida<strong>de</strong>s<br />

e <strong>Instituto</strong>s <strong>Politécnico</strong>s, o que me<br />

A Administração Fiscal <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ver os TOC como<br />

estando na sua alçada e reconhecer o verda<strong>de</strong>iro papel<br />

que esses profissionais <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>sempenhar na socieda<strong>de</strong><br />

portuguesa. Os TOC não po<strong>de</strong>m ser os substitutos, do<br />

aparelho fiscal, na cobrança <strong>de</strong> impostos<br />

parece que não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser revelador<br />

<strong>de</strong> duas coisas. Primeiro do mérito da<br />

matriz e segundo da necessida<strong>de</strong>, que<br />

o meio académico necessitava, <strong>de</strong> alguma<br />

orientação específica e objectiva<br />

sobre esta matéria. A OTOC não se<br />

intrometeu nas organizações curriculares,<br />

apenas <strong>de</strong>finimos as condições<br />

em que os profissionais se po<strong>de</strong>m inscrever<br />

na Or<strong>de</strong>m.<br />

POL. – E o resultado foi positivo?<br />

D.A. – Todas as escolas que leccionam<br />

cursos na área da contabilida<strong>de</strong><br />

realizaram alterações curriculares<br />

baseadas nas nossas orientações. E<br />

penso esse diálogo que a Or<strong>de</strong>m tem<br />

mantido com o meio académico é benéfico<br />

para ambas as partes.<br />

POL. – Qual é a sua opinião sobre o<br />

projecto <strong>de</strong> ensino do ISCAL?<br />

D.A. – Os <strong>Instituto</strong>s Superiores <strong>de</strong><br />

Contabilida<strong>de</strong> e Administração do<br />

país têm uma superior vocação<br />

tradicional para o estudo da contabilida<strong>de</strong><br />

relativamente a outras escolas.<br />

Em 2009 realizámos alguns<br />

eventos nas comemorações dos 250<br />

anos do ISCAL. Mas a Or<strong>de</strong>m tem<br />

<strong>de</strong> ser imparcial e não po<strong>de</strong> bene-<br />

Or<strong>de</strong>ns Parar para Profissionais Pensar<br />

ficiar umas instituições e prejudicar<br />

outras, daí eu ter <strong>de</strong>cidido não<br />

dispensar ninguém dos exames <strong>de</strong><br />

avaliação profissional. Havia quem<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>sse que os alunos com uma<br />

nota superior a quinze valores <strong>de</strong>veriam<br />

ser dispensados das provas, o<br />

que iria prejudicar os ISCA’s.<br />

POL. – Porquê?<br />

D.A. – Porque essas instituições têm<br />

uma maior preocupação qualitativa, e<br />

têm características diferentes dos privados.<br />

Nem a Or<strong>de</strong>m, nem ninguém<br />

tem capacida<strong>de</strong> para avaliar os critérios<br />

<strong>de</strong> mensuração <strong>de</strong> conhecimento,<br />

foi por essa razão que entendi que<br />

todos os alunos <strong>de</strong>veriam abordar a<br />

OTOC em pé <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong>. Agora,<br />

é verda<strong>de</strong> que a estrutura curricular<br />

dos cursos dos ISCA’s pós-Bolonha<br />

reflecte o que nós exigimos para a<br />

inscrição na Or<strong>de</strong>m, e isso acontece<br />

porque essas instituições são as<br />

mais próximas <strong>de</strong> nós.<br />

POL. – Po<strong>de</strong>mos então concluir<br />

que o ensino ministrado nos ISCA’s<br />

é o mais indicado para formar profissionais<br />

competentes na área da<br />

contabilida<strong>de</strong>?<br />

D.A. – Essa é a segunda parte da<br />

questão. O contabilista para enfrentar<br />

a nossa realida<strong>de</strong> empresarial<br />

actual tem que ser um profissional<br />

polivalente. Para além dos conhecimentos<br />

aprofundados em contabilida<strong>de</strong><br />

e fiscalida<strong>de</strong>, que são as matérias<br />

com que ele lida no dia-a-dia,<br />

tem que possuir outros tipos <strong>de</strong> saberes.<br />

É aqui que entra a formação<br />

profissional orientada para o nosso<br />

tecido empresarial. O contabilista<br />

tem <strong>de</strong> possuir uma panóplia <strong>de</strong> conhecimentos<br />

que englobem noções<br />

<strong>de</strong> gestão, cálculo financeiro, <strong>de</strong> investimento<br />

e <strong>de</strong> marketing. Só assim<br />

ele po<strong>de</strong>rá constituir uma mais-valia<br />

para as empresas on<strong>de</strong> trabalha.<br />

43

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!