Está confirmado! Armindo é candidato - O Povo Famalicense
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De 7 a 13 de Julho de 2009<br />
Eu por exemplo defendo que as associações poderiam ganhar<br />
mais colaborando entre si, mas reconheço que <strong>é</strong> muito difícil<br />
conseguir que elas se conjuguem. Penso que o maior<br />
sucesso do associativismo podia passar por aí.<br />
Oliveira santa Maria, por exemplo, tem um complexo desportivo,<br />
mas não tem piscinas, não tem escolas. Deveria ter?<br />
Eu acho que não. Estes equipamentos existem aqui nas<br />
freguesias vizinhas, as freguesias servem-se entre si e assim<br />
<strong>é</strong> que deve ser.<br />
Estamos num país de poucos recursos e <strong>é</strong> muito mais acertado<br />
que se aposte na concretização de projectos de qualidade,<br />
com condições de poder responder a um conjunto de<br />
freguesias e não apenas a uma. A mim não me choca nada que<br />
Oliveira S. Mateus tenha piscina e Oliveira Santa Maria não<br />
tenha. A mim não me choca nada que Oliveira Santa Maria<br />
tenha que se servir das escolas de Pedome. E que Pedome e<br />
Oliveira S. Mateus usufruam, por sua vez, do nosso complexo<br />
desportivo.<br />
PF – Não <strong>é</strong> portanto daquele autarcas que reivindica<br />
tudo aquilo que os outros têm?<br />
AO – Não, de maneira nenhuma. Defendo que o nosso parque<br />
desportivo pode ser melhor, falta esse campo de treinos,<br />
mas sou objectivo, não defendo que tenhamos que ter tudo o<br />
que os outros têm.<br />
PF – Defende um pouco essa lógica a nível associativo…<br />
AO – Acho que as associações deviam ser mais associadas<br />
entre si. Podiam muito bem ter um espaço comum, respeitando-se<br />
entre si e a essência de cada uma. Há pouco falava do<br />
Rancho Folclórico, que está a construir a sua sede, mas depois<br />
tamb<strong>é</strong>m temos o Etnográfico que legitimamente tamb<strong>é</strong>m quer<br />
o espaço dele, depois temos a Associação dos Amigos da<br />
Freguesia que tamb<strong>é</strong>m quer e tamb<strong>é</strong>m tem direito… Se entre<br />
si colaborassem, at<strong>é</strong> podia ser possível fazer um empreendimento<br />
de maior dimensão. Não digo que tiv<strong>é</strong>ssemos que associar<br />
o Rancho com a Oliveirense, porque são colectividades<br />
destinadas a um fim totalmente distinto, mas se calhar fazia<br />
sentido associar o Etnográfico, o Rancho Folclórico e o Ramo<br />
de Oliveira.<br />
PF – No início da entrevista falava de uma lacuna que o<br />
preocupa, a nível social. Têm sido dados passos no sentido<br />
de suprimir essa lacuna?<br />
AO – Seria fácil neste campo responsabilizar os outros pelo<br />
que não foi feito. Assumo as minhas responsabilidades, que se<br />
calhar tamb<strong>é</strong>m as tenho. Logo no primeiro mandato foi conseguido<br />
um espaço que <strong>é</strong> magnífico, aqui no centro da freguesia,<br />
para se desenvolver precisamente essa parte social.<br />
Nessa altura lançamos o repto à igreja, que na altura era a<br />
única IPSS (Instituição Particular de Solidariedade Social). O<br />
presidente dessa IPSS, neste caso o pároco, não nos mostrou<br />
disponibilidade para desenvolver o projecto. No entanto, tamb<strong>é</strong>m<br />
não se mostrou contrário a que outra IPSS fosse formada<br />
para que se desenvolvesse o tal projecto de cariz social. A partir<br />
daí dei parecer favorável a uma outra associação para que<br />
passasse a ter estatuto de IPSS, mas que tamb<strong>é</strong>m nunca levou<br />
o projecto a bom porto. Penso que quem está à frente da associação<br />
tem demonstrado alguma indisponibilidade no sentido<br />
de cooperar. Tal como acontece com outras associações<br />
adoptaram uma postura de: nós queremos o nosso espaço,<br />
não queremos parcerias com ningu<strong>é</strong>m. E assim não vamos a<br />
lado nenhum. Não colabora, nomeadamente, com a Junta de<br />
Freguesia. A Junta de Freguesia não faria, nem quer, fazer<br />
parte da IPSS, mas poderia colaborar. Seria muito importante<br />
que houvesse este espírito de colaboração, envolvendo tamb<strong>é</strong>m<br />
a Câmara Municipal, e porque não a Segurança Social.<br />
Penso que às vezes as pessoas não sabem dar as mãos, e isso<br />
complica tudo. O espaço já estaria desenvolvido.<br />
Não seria s<strong>é</strong>rio da minha parte não referir que houve<br />
disponibilização por parte da Câmara Municipal. Porque existiu<br />
e existe. Se calhar o presidente da Junta <strong>é</strong> que não conseguiu…<br />
PJ – O processo está numa esp<strong>é</strong>cie de impasse?<br />
AO – Depois desta indisponibilidade ou desentendimento<br />
com essa IPSS que se formou, tentamos fa-zer uma associação,<br />
que já tem cerca de cinco anos, com o único objectivo de<br />
desenvolver esse espaço. A-contece que depois as coi-sas são<br />
difíceis, porque já temos duas IPPP’s forma-das. Uma considero-a<br />
inactiva. At<strong>é</strong> me podem dizer que não, mas eu entendo<br />
que não <strong>é</strong> uma caminhada ou passeio anual que torna uma<br />
IPPS activa. E isto quando temos grandes carências a nível social.<br />
Precisávamos de um lar,<br />
de um centro de dia, uma vez<br />
que temos as pessoas mais<br />
idosas e terem que sair da<br />
sua terra para irem para outras<br />
freguesias. Temos ainda<br />
outras IPSS’s doutras freguesias<br />
que nos ajudam ao<br />
nível do apoio domiciliário.<br />
Portanto as carências existem,<br />
de modo que espero<br />
que muito em breve consigamos<br />
ultrapassar os problemas<br />
e criar essas valências.<br />
PF – Ou seja, se bem entendi,<br />
o facto de haver<br />
duas IPSS’s na freguesia<br />
inviabiliza a criação de<br />
uma terceira?<br />
AO – Exactamente. Na<br />
prática <strong>é</strong> isso. Nós temos um<br />
pedido formulada, já com um<br />
ano, e at<strong>é</strong> hoje esse estatuto<br />
ainda não nos foi dado pela<br />
Segurança Social.<br />
PF – Mas há uma resposta?<br />
AO – Eu não gosto muito<br />
de me envolver nisto, e de<br />
falar nisto, porque há sempre<br />
questões políticas envolvidas,<br />
e elas existem efectivamente.<br />
Foi-me dito a mim<br />
pessoalmente, pela Segurança<br />
Social, que iria ser retirado<br />
o estatuto de IPSS a<br />
essa associação, porque estava<br />
inactiva, mas isso já aconteceu<br />
há quase três anos<br />
e não soubemos mais nada.<br />
O certo <strong>é</strong> que nas tutelas há<br />
19<br />
“Há um conjunto de factores que<br />
me levam a não me recandidatar.<br />
Desde logo porque acho<br />
que <strong>é</strong> positiva a alternância.”<br />
mudanças, há mudanças no Go-verno Civil, e depois há mudanças<br />
na Segurança Social, e o que hoje se pode fazer, amanhã<br />
já se coloca um ponto de interrogação…<br />
PF – Portanto, por muita vontade que haja em avançar<br />
com o projecto há passos que não dependem dela que não<br />
estão dados?<br />
AO – É isso… com muita pena minha. Eu devo confessar<br />
que não sou muito a favor dos lares de terceira idade, mas reconheço<br />
que são um mal necessário. Conheço bons exemplos<br />
de acolhimento familiar, e penso que a qualidade de vida das<br />
pessoas neste ambiente <strong>é</strong> superior. Não quero com isto dizer<br />
que não há qualidade nos nossos lares sociais, muito pelo contrário.<br />
Tenho a certeza que fazem um trabalho de qualidade, e<br />
que se dedicam aos idosos que colhem. As pessoas que não<br />
me interpretem mal. Mas não tenho dúvidas que uma família de<br />
acolhimento, a inserção num ambiente familiar permite uma<br />
maior proximidade afectiva, que <strong>é</strong> muito importante. Agora reconheço<br />
que os lares têm que existir.<br />
PF – No contexto global, faz um balanço positivo dos<br />
seus mandatos?<br />
AO – Sim, faço um balanço positivo. Tenho que ser s<strong>é</strong>rio. É<br />
óbvio que ambicionamos sempre mais, e tenho a certeza de<br />
que não sou exemplar único porque os autarcas ambicionam<br />
sempre mais para as suas freguesias, mas tenho que reconhecer<br />
que Oliveira Santa Maria foi reconhecida. E tenho que<br />
agradecer à Câmara Municipal. A minha freguesia não foi privilegiada,<br />
nem tinha nada que ser, mas penso que a freguesia<br />
teve um tratamento digno, em p<strong>é</strong> de igualdade com as outras<br />
freguesias.<br />
Nem sempre <strong>é</strong> fácil conseguirmos o que queremos, porque<br />
somos uma freguesia da periferia do concelho, mas tenho que<br />
ser s<strong>é</strong>rio e reconhecer que fomos tratados de forma digna. Ainda<br />
agora está a decorrer por exemplo uma obra em Castelões,<br />
a pavimentação da estrada municipal, que não sendo uma obra<br />
em Oliveira Santa Maria tamb<strong>é</strong>m <strong>é</strong> uma obra dos oliveirenses.<br />
Se temos que nos deslocar daqui para fora <strong>é</strong> uma obra muito<br />
importante para nós em termos de acessibilidades. Desculpando<br />
o termo, as pessoas muitas vezes olham só para o<br />
próprio umbigo, mas não <strong>é</strong> assim que deve ser. Esta requalificação<br />
da estrada <strong>é</strong> uma obra muito importante para Oliveira<br />
Santa Maria.<br />
PF – Já assumiu publicamente que não se recandidataria.<br />
Essa <strong>é</strong> uma decisão irreversível?<br />
AO – É uma decisão tomada e irreversível, sim. Há um conjunto<br />
de factores que me levam a não me recandidatar. Desde<br />
logo porque acho que <strong>é</strong> positiva a alternância. Temos muita e<br />
boa gente disponível para trabalhar em prol da terra.<br />
PF – Essa pessoa que lhe sucederá está encontrada?<br />
AO – Penso que sim, que está encontrada. E penso que <strong>é</strong> a<br />
pessoa ideal para prosseguir com o projecto que começamos<br />
há oito anos.<br />
SANDRA RIBEIRO GONÇALVES