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Está confirmado! Armindo é candidato - O Povo Famalicense

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De 7 a 13 de Julho de 2009<br />

Centenário da I República<br />

A maçonaria confundia-se com<br />

os republicanos.<br />

Uma conferência sobre<br />

os vários movimentos<br />

maçons no país deu a conhecer<br />

as várias lojas existentes<br />

por altura de 1910. O<br />

orador, o doutorado António<br />

Ventura, distinguiu entre a<br />

maçonaria, que não tinha a<br />

política na agenda mas a<br />

carbonária já tinha. Alguns<br />

especialistas de história<br />

compareceram e solicitaram<br />

o esclarecimento de<br />

dúvidas, no Museu Bernardino<br />

Machado, sextafeira.<br />

Colaborador da Câmara<br />

Municipal, o catedrático pertence<br />

ao departamento de<br />

História da Faculdade de<br />

Letras de Lisboa e <strong>é</strong> conhecido<br />

no meio. António Ventura<br />

publicou mais de 20<br />

livros e editou artigos vários,<br />

foi um dos fundadores da<br />

Seara Nova , dirige uma revista<br />

e tem uma actividade<br />

historiográfica considerada<br />

como “muito elevada”.<br />

A relação da maçonaria<br />

com a república mereceu a<br />

atenção dos presentes. Um<br />

dos primeiros grandes<br />

nomes activos na <strong>é</strong>poca foi<br />

Machado dos Santos, em<br />

19 de Março de 1910 já<br />

havia uma comissão<br />

maçónica. Outro membro<br />

de relevo foi António Maria<br />

Silva, eles eram os mais<br />

altos responsáveis pela carbonária<br />

portuguesa. O<br />

próprio Bernardino<br />

Machado era grão-mestre<br />

e, como meio de divulgação,<br />

publicavam um boletim.<br />

AS LOJAS<br />

Muitas lojas começaram<br />

em actividade, a do Grande<br />

Oriente Lusitano ou a Loja<br />

Obreiros do Trabalho, trabalhavam<br />

de forma independente.<br />

Quatro anos<br />

antes, perfilavam-se congressos<br />

maçónicos em<br />

Coimbra ou Figueira da Foz.<br />

As lojas eram constituídas<br />

unicamente por homens. O<br />

presidente Bernardino<br />

Machado, como não tinha<br />

as quotas em dia, foi irradiado.<br />

Em 1907 deu-se o<br />

grande ano da expansão da<br />

carbonária no país.<br />

Com o advento da mudança,<br />

muitos maçons<br />

tornaram-se republicanos e<br />

o contrário tamb<strong>é</strong>m. Há<br />

nomes que se cruzavam<br />

como Cândido dos Reis ou<br />

Miguel Bombarda. A maçonaria<br />

esteve presente na<br />

república. O conferencista<br />

António Ventura indicava<br />

que, em Março de 1917, estavam<br />

registadas 97 lojas<br />

com a presença de duas mil<br />

pessoas. Hoje os cidadãos<br />

contactam a maçonaria por<br />

uma questão de “oportunismo”.<br />

O facto deu-se tamb<strong>é</strong>m<br />

depois do 25 de Abril, apostava-se<br />

na maçonaria para<br />

uma promoção pessoal e<br />

depois descartavam-se,<br />

quando conseguiam o que<br />

queriam. Já no tempo de<br />

Sidónio Pais, havia actividade<br />

de Bernardino<br />

Machado e António Jos<strong>é</strong> de<br />

Almeida, tamb<strong>é</strong>m presidente.<br />

Havia várias obe-<br />

diências paralelas e tinham<br />

em comum demolir a<br />

monarquia.<br />

PERSEGUIÇÕES<br />

“A maçonaria não instrumentalizou<br />

a república”, na<br />

acepção de António Ventura,<br />

mas foram eleitos<br />

Manuel Aguiar, Bernardino<br />

Machado e Magalhães<br />

Lima, com a incumbência<br />

de unir os republicanos.<br />

Com muitas dissidências, o<br />

ano de 1914 foi um “ano<br />

tremendo”, desde que se<br />

começou a discutir a<br />

primeira Constituição republicana,<br />

aprovada. O<br />

sidonismo levou a perseguições,<br />

muitas lojas foram<br />

assaltadas. O marechal<br />

Carmona era tamb<strong>é</strong>m ma-<br />

çon.<br />

O 28 de Maio proporcionou<br />

a unificação da família<br />

maçónica. “Na luta contra a<br />

ditadura, nas revoltas de<br />

1827 há muita presença de<br />

maçons”, esclarece o professor,<br />

para mais tarde citar:<br />

muitos foram exilados ou<br />

deportados. Como exemplo<br />

de outros países, em termos<br />

de comparação, nos EUA<br />

29<br />

havia centenas de milhar de<br />

maçons em actividade.<br />

Sabe-se que os cidadãos<br />

procuravam a maçonaria<br />

por motivos cívicos ou por<br />

um ideário político exacerbado<br />

e manifestavam-se<br />

quando se serviam da estrutura<br />

para atingir o poder.<br />

.<br />

FILIPE OLIVEIRA

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