16.04.2013 Views

Baixe o PDF. - Educasul

Baixe o PDF. - Educasul

Baixe o PDF. - Educasul

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

AS INTERFACES DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE<br />

SANTA MARIA<br />

1<br />

Marigeli Polidoro Dias 1<br />

Andreia Ines Dillenburg 2<br />

Denise Santos do Amaral 3<br />

Luana Zimmer Sarzi 4<br />

Fabiane Adela Tonetto Costas 5<br />

Resumo: O trabalho mostra qual é a visão dos professores da UFSM acerca da proposta de<br />

educação inclusiva a partir da Resolução 011/07, onde esta instituição de ensino superior<br />

estabeleceu a reserva de 5% das vagas dos cursos de graduação para estudantes com<br />

necessidades especiais. Assim, foram realizadas entrevistas com estes professores, com<br />

questões que indagaram sobre uma educação inclusiva de qualidade. Os dados revelaram<br />

que a maioria dos entrevistados não possui formação para trabalhar com estes alunos e que<br />

são poucos os docentes que realizam alguma modificação em suas disciplinas para a<br />

inclusão destes alunos.<br />

Palavras-chave: Educação Inclusiva; Ensino Superior; Prática Docente; Resolução<br />

011/2007.<br />

Eixo Temático: Currículo, diversidade e educação inclusiva.<br />

INTRODUÇÃO E REVISÃO DA LITERATURA<br />

No contexto das Instituições de Ensino Superior (IES), é visível o ingresso de<br />

estudantes que apresentam alguma deficiência e/ou necessidade educacional especial. No<br />

Brasil, diversos documentos legais foram aprovados para favorecer a inclusão destes<br />

educandos, dentre os quais se pode destacar a Constituição Federal (1988), onde no Art.<br />

205, garante que “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será<br />

promovida e incentivada com a colaboração da sociedade visando ao pleno<br />

desenvolvimento da pessoa” (BRASIL, 1988).<br />

Outro documento que tem a preocupação de garantir a educação em todos os níveis<br />

é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN – (9394/1996) a qual<br />

1 Acadêmica do curso de Educação Especial da UFSM, bolsista PROBIC/ FAPERGS – marigelidias@yahoo.com.br<br />

2 Acadêmica do curso de Educação Especial da UFSM, bolsista FIPE/ UFSM - andreia.ines.d@gmail.com<br />

3 Acadêmica do curso de Educação Especial da UFSM, bolsista PIBIC/CNPQ - denisisamaral@yahoo.com.br<br />

4 Acadêmica do curso de Educação Especial da UFSM, bolsista PROLICEN/ UFSM - luh.edesp@gmail.com<br />

5 Orientadora - Profª. Drª. Do Departamento de Fundamentos da Educação/UFSM - fabicostas@gmail.com


estabelece em seu artigo 59 que os sistemas de ensino deverão assegurar para alunos com<br />

necessidades especiais “currículos, métodos, recursos educativos e organização específica,<br />

bem como professores com especialização adequada para atendimento especializado”.<br />

Sabe-se que a universidade tem como uma das suas maiores responsabilidades a<br />

produção e difusão de conhecimentos. Logo, deve incentivar o processo de inclusão,<br />

contribuindo assim para que haja não somente a aceitação, mas também a promoção da<br />

diferença.<br />

Diante dos documentos legais e da discussão acerca dos processos que envolvem a<br />

inclusão, a Universidade Federal de Santa Maria estabeleceu o Programa das Ações<br />

Afirmativas de Inclusão Racial e Social, instituindo a Resolução 011/07.<br />

Conforme a Resolução, o processo seletivo da Instituição prevê Sistema Cidadão<br />

Presente A: 12% das vagas em cada curso de graduação - para candidatos afro-brasileiros<br />

negros; Sistema Cidadão Presente B: 5% das vagas em cada curso de graduação - para<br />

candidatos com necessidades especiais; Sistema Cidadão Presente C: 20% das vagas em<br />

cada curso de graduação - para candidatos que realizaram TODO o Ensino Fundamental e<br />

Médio em escola(s) pública(s) brasileira(s); Sistema Cidadão Presente D: até 08 vagas,<br />

distribuídas nos cursos de graduação em que houver procura - para candidatos indígenas<br />

residentes em território nacional; Sistema Cidadão Presente E: para os candidatos que não<br />

se enquadrarem nas características anteriores ou não desejarem participar dos demais<br />

sistemas de cotas.<br />

Porém estes documentos legais não são suficientes para garantir a inclusão do aluno<br />

com algum tipo de deficiência e/ou necessidades especiais. Fortes e Martins (2007)<br />

salientam que a inclusão necessita promover a quebra de certos estereótipos, paradigmas,<br />

construindo uma convivência baseada no respeito à diversidade e à pluralidade de ideias,<br />

na cooperação e na socialização de todos pertencentes à comunidade acadêmica da IES.<br />

Diante destas perspectivas, buscamos pesquisar como está transcorrendo o<br />

desenvolvimento do processo de inclusão na UFSM, bem como o acesso e a permanência<br />

do aluno com deficiência e/ou necessidades especiais nesta Instituição.<br />

O estudo partiu de um levantamento de quantos alunos da instituição apresentavam<br />

deficiências e/ou Necessidades Especiais, e quais foram os professores destes educandos.<br />

Através deste levantamento, o trabalho mostra como está sendo desenvolvida a prática<br />

docente frente a este alunado.<br />

O que corporifica teoricamente essa pesquisa são os estudos de Lev Vygotsky, pois<br />

através destes podemos problematizar e refletir acerca dos espaços formadores que se<br />

propõem a trabalhar em uma perspectiva de uma educação inclusiva.<br />

O estudo partiu de investigações referentes à proposta de educação inclusiva do<br />

projeto de pesquisa “Educação Inclusiva: o fazer pedagógico diante das novas perspectivas<br />

2


conjurais”, vinculado ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Inclusiva (GEPEIN)<br />

da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O projeto e o grupo de estudos<br />

oportunizam a interação e a discussão da temática, educação inclusiva, nas mais diversas<br />

modalidades de ensino, bem como analisa o processo de inclusão dos alunos que entraram<br />

por cotas a partir da Resolução 011/07.<br />

OBJETIVOS<br />

O objetivo geral da pesquisa é analisar as diversas facetas da proposta de educação<br />

inclusiva de pessoas com necessidades especiais que ingressaram na UFSM por meio das<br />

cotas. Este objetivo geral subdivide-se nos consequentes objetivos específicos:<br />

- Descrever as condições de inclusão na IES, segundo o ponto de vista do (a) professor(a)<br />

que recebeu alunos com necessidades especiais;<br />

- Analisar se o além do acesso, está ocorrendo o acompanhamento dos alunos com<br />

necessidades especiais para a sua permanência nesta instituição de ensino superior;<br />

- Pesquisar e problematizar acerca dos espaços formadores que trabalham no processo de<br />

inclusão que está em curso na UFSM;<br />

- Incentivar o entrelaçamento entre instituição/ professores/ alunos, quando se considera a<br />

situação de pessoas com necessidades especiais.<br />

METODOLOGIA<br />

A pesquisa aqui relatada está inserida dentro de uma abordagem qualitativa, pois<br />

possibilita uma compreensão profunda do fenômeno em estudo. Segundo Minayo (1994), a<br />

pesquisa qualitativa,<br />

trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças,<br />

valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das<br />

relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à<br />

operacionalização de variáveis. (...) Aprofunda-se no mundo dos<br />

significados das ações e relações humanas, um lado não perceptível e não<br />

captável em equações, médias e estatísticas (p. 22).<br />

Como instrumento para a coleta de dados fez-se uso de uma entrevista<br />

semiestruturada com questões que indagaram sobre aspectos que envolvem o processo de<br />

inclusão na UFSM. O mesmo foi respondido por 32 professores dos cursos de graduação,<br />

que tiveram alunos com deficiência e/ou necessidades especiais que ingressaram na UFSM<br />

a partir da resolução 011/07 mais especificamente no ano de 2009, ano em que todos os<br />

Sistemas Cidadão foram implantados na UFSM. Para Manzini (2004)<br />

3


a entrevista semiestruturada está focalizada em um assunto sobre o qual<br />

confeccionamos um roteiro com perguntas principais, complementadas por<br />

outras questões inerentes às circunstâncias momentâneas à entrevista.<br />

Para o autor, esse tipo de entrevista pode fazer emergir informações de<br />

forma mais livre e as respostas não estão condicionadas a uma<br />

padronização de alternativas (MANZINI, 2004, p. 2).<br />

A entrevista foi respondida pelos professores dos cursos de graduação, que tiveram<br />

alunos com necessidades especiais que ingressaram na UFSM a partir da resolução 011/07<br />

no ano de 2009.<br />

Para a análise das falas, empregamos a análise de conteúdo de Bardin<br />

(2000), que possibilitou a elaboração das seguintes categorias: desconhecimento sobre a<br />

Resolução 011/2007, mudanças para favorecer a inclusão dos alunos, diálogo com a<br />

coordenação dos cursos; obstáculos e facilidades na inclusão da UFSM.<br />

RESULTADOS<br />

Foram realizadas entrevistas com 32 professores que ministraram aulas para os<br />

alunos que ingressaram pelo sistema de cotas B. Estes professores ministram aluas nos<br />

cursos de: Agronomia, Ciências Biológicas, Ciências Contábeis, Desenho Industrial<br />

(Programação Visual e Desenho de Produto), Direito, Educação Física, Engenharia Civil,<br />

Engenharia Elétrica, Engenharia Florestal, Filosofia, Física (Licenciatura Plena), Fisioterapia,<br />

Medicina Veterinária, Música, Odontologia, Psicologia e Química (Licenciatura Plena e<br />

Bacharelado).<br />

As falas dos professores balizaram as análises, pois obtivemos os consentimentos<br />

livres e esclarecidos dos mesmos, bem como a concordância de parte dos Diretores de<br />

Centro onde estes docentes estão lotados. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética<br />

em Pesquisa da Universidade Federal de santa Maria, com número do processo:<br />

23081.001545/2011-47 e CAAE (Certificado de Apresentação para Apreciação Ética):<br />

0004.0.243.000-11. Abaixo se encontram os dados obtidos a partir das entrevistas<br />

realizadas com os professores.<br />

Desconhecimento sobre a Resolução 011/2007:<br />

Os resultados indicam que a maioria dos professores entrevistados (56,3%)<br />

desconhecem o teor da Resolução 011/2007 da UFSM, conforme as falas abaixo:<br />

“Não conheço, sei que existe um a resolução, mas o teor eu desconheço”<br />

“Não conheço, se você me disser pelo número menos ainda.”<br />

Os professores que indicaram conhecer em parte a Resolução não souberam citá-la<br />

quando solicitada, indicando o percentual de 28%:<br />

“Não, eu conheço de leitura. Eu a tenho aqui, mas não posso falar nenhuma parte.”<br />

4


“Já vi a Resolução, mas não tenho muitas lembranças, tive contato quando o aluno entrou<br />

no Curso.”<br />

“Conheço em parte, razoavelmente eu já tinha lido...”<br />

Diante a estas respostas fica evidente que a Resolução é pouco conhecida diante dos<br />

docentes da instituição, indicando o percentual de 15,7%, por mais que esteja disponível no<br />

site da universidade. A cada entrevista entregávamos uma cópia do documento ou a<br />

enviávamos por e-mail quando solicitado.<br />

Mudanças para favorecer a inclusão dos alunos<br />

Quanto a este aspecto tivemos bastante divergência entre as respostas, onde<br />

encontramos professores que não realizam mudanças, pois não entendem como<br />

necessárias, até professores que disponibilizam o seu tempo extra escolar para dar a<br />

atenção necessária a estes alunos.<br />

Dentre os que não realizam modificações (65,6%):<br />

Não fiz nenhum movimento, nenhuma mudança, inclusive digo para ele que<br />

a mesma cobrança que faço com os outros vou fazer com ele, por uma<br />

questão de justiça ele deverá ser cobrado. Eu não posso, por mais que<br />

existam leis para as pessoas com deficiência, colocar ele em uma posição<br />

privilegiada. Já é um privilégio ele ter a cota, fora daí eu não posso<br />

privilegiar muito mais a ele, porque se não me torno injusto para com os<br />

outros. O que faço é dar uma atenção a mais para ele, pois ele chega ali<br />

com a cadeira, tem sempre colegas dispostos a ajudá-lo, mas não podemos<br />

ir mais do isso. O aluno tem uma vida acadêmica a cumprir, e não importa<br />

se ele é cadeirante ou não, o que importa é que ele estando aí, ele tem que<br />

cumprir essas atividades. Não posso realizar uma cobrança mais “light” para<br />

o aluno, até porque um tempo atrás ele me pediu os gabaritos das provas, e<br />

eu não lhe entreguei. Imagina eu dar o gabarito da prova para um aluno, se<br />

eu desse para ele teria que entregar aos outros também. Não é pelo fato de<br />

o aluno ser deficiente e entrar na faculdade que vou lhe entregar um<br />

diploma, ele tem que lutar como os outros.<br />

Porém, há professores dispostos a colaborar com a inclusão dos alunos (34,7%),<br />

como aparece neste trecho:<br />

No meio do semestre do ano passado (depois que ela já tinha passado por<br />

metade do semestre) que eu vou ficar sabendo, eu comecei a dar aula<br />

particular para ela depois da aula, para ver se ela conseguia recuperar. Mas<br />

dou uma disciplina de 120h, já tinha passado metade, é como se já tivesse<br />

tido uma disciplina completa de 60h, ficou difícil de recuperar. O que eu<br />

mudei foi o jeito de eu dar aula, eu conversava de mais, riscava no quadro e<br />

ia falando de costas para os alunos, hoje dou aula virado para ela... É isso<br />

que estou tentando fazer, e também tentando escrever mais, quando acho<br />

que uma coisa é muito importante, eu frizo e mostro para ela. No ano<br />

passado, eu é que entrei em contato com a família para dar estas aulas<br />

particulares.<br />

5


As falas mostram os contrates existentes em uma mesma instituição, cada professor<br />

tem uma visão de inclusão e de qual é o seu papel frente à inclusão dos alunos com<br />

deficiências e/ou necessidades especiais.<br />

Tanto os professores que realizaram as adaptações ou mudanças, quanto os que<br />

não realizaram, nenhum dos entrevistados realizou algum tipo de formação ou capacitação<br />

para trabalhar com os alunos com necessidades especiais. Cerca de 100% dos<br />

entrevistados revelaram que nenhuma instancia proporcionou esta formação:<br />

“ Não, nenhuma atividade, nenhum modo de formação.”<br />

“Nunca fui preparado para trabalhar com esse tipo de aluno.”<br />

Diálogo com a coordenação dos cursos<br />

A maioria dos entrevistados (72%) revelou que não tiveram espaços nas<br />

coordenações dos cursos para discutirem a questão da inclusão dos alunos na instituição,<br />

em especial no que se refere ao apoio pedagógico ou adaptações do currículo.<br />

“Não, em nenhum momento tivemos esse tipo de discussão. Agora não se teve nada sobre<br />

isso. Eu não sei se a própria coordenação está preparada, ou se ela deveria solicitar uma<br />

acessoria para auxiliar nestas reuniões.”<br />

No caso do curso de Filosofia, obtivemos respostas positivas em relação à<br />

coordenação.<br />

Eu diria que sim, inclusive na ocasião em que eu fui professor desse aluno,<br />

nós conversamos em mais de uma reunião sobre o caso. Por parte da<br />

coordenação, dos colegas da época não houve nenhum empecilho, nenhum<br />

bloqueio, todo mundo consciente da situação, e sabem que tem coisas que<br />

tem que ser feitas.<br />

Obstáculos e Facilidades na inclusão da UFSM.<br />

Diante dos obstáculos verificados pelos professores está em sua maioria a falta de<br />

diálogo entre todos os envolvidos no processo de inclusão (48,6%), 21,9% consideram que<br />

o Currículo dos Cursos não está de acordo para receber esses alunos, tornado-se um<br />

obstáculo, 15,6% citam a Infraestrutura da UFSM como obstáculo e 9,4% acreditam existir<br />

uma defasagem entre a teoria e prática nesse processo.<br />

Olha, eu acho que as dificuldades são aquelas mesmas encontradas na<br />

vida de um modo geral... que é uma certa defasagem entre a teoria e a<br />

prática. Eu acho que teoricamente nós temos um bom andamento, acho que<br />

as coisas estão vindo à tona, as discussões estão sendo feitas. Mas o que<br />

eu acho que falta mesmo é uma sensibilização das pessoas envolvidas, e<br />

isso não é tão fácil, porque uma coisa é você ter teoricamente o problema<br />

colocado, outra coisa é você tocar na sensibilidade das pessoas, isso hoje é<br />

muito difícil.<br />

6


Quanto às facilidades, vem se apontando as discussões acerca do tema inclusão<br />

(46,9%), a infraestrutura atitudinal (21,2%), e o sistema de cotas (21,9%).<br />

Dado esse esforço feito na instituição, eu acredito que a gente tenha uma<br />

certa vantagem do que acontece lá. Pelo menos isso está sendo posto, está<br />

sendo discutido, e algum resultado a gente já deve estar tendo com isso. Eu<br />

acho que a gente tem muito o que fazer, mas um passo já estamos dando.<br />

Também entrevistamos professores que preferem não se manifestar quanto a as<br />

facilidades ou obstáculos, porém acaba por não ajudar a colaborar para uma educação<br />

inclusiva de qualidade.<br />

“Eu não conheço as políticas da UFSM para o acesso de portadores de necessidades<br />

especiais, então não posso afirmar nada.”<br />

CONCLUSÃO<br />

Diante da pesquisa realizada, conseguimos verificar a discussão da temática, que a<br />

entrevista foi para muitos professores, a oportunidade de revisar suas concepções sobre a<br />

deficiência e começar a refletir sobre o processo de educação inclusiva dentro de sua<br />

prática.<br />

Pode-se dizer que a inclusão propriamente dita ainda encontra-se em processo de<br />

construção na instituição de ensino superior pesquisada, pois está oferecendo o ingresso, o<br />

acesso, mas a permanência e a qualidade de ensino para o aluno com necessidades<br />

especiais ainda deve ser (re) pensada.<br />

Assim, existe a necessidade de mais atenção ao desenvolvimento de um ambiente<br />

inclusivo e proporcionar a formação continuada para os professores universitários, não<br />

somente para os que receberam alunos com deficiência, mas a todos, pois o contexto exige<br />

um conhecimento do tema por todos os envolvidos no processo educacional.<br />

O estudo nos mostra que devem existir políticas institucionais para que todos<br />

conheçam a Resolução 011/2007. Percebeu-se também que devem existir esforços dos<br />

alunos com necessidades especiais pra lutarem por seus direitos, buscando o suporte<br />

necessário, não só ao ingresso, mas também a permanência deles na instituição.<br />

REFERÊNCIAS<br />

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Trad. Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro.<br />

Lisboa: Edições 70, 2000.<br />

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.<br />

Brasília, DF, 1988.<br />

7


______. LEI Nº. 9394/96. LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL.<br />

Brasília: Ministério da Educação, 1996.<br />

FORTES, V. G. G. F.; MARTINS, L. A. R. O curso de filosofia da UFRN diante da inclusão<br />

da pessoa com deficiência visual: um estudo de caso. IN: MARTINS, L. A. R. et al.<br />

Educação e inclusão social de pessoas com necessidades especiais: desafios e<br />

perspectivas. João Pessoa: Editora Universitária, 2007.<br />

MANZINI, E. J. Entrevista semi-estruturada: análise de objetivos e de roteiros. In: Seminário<br />

Internacional sobre Pesquisa e Estudos Qualitativos, 2004, Bauru. Anais. Bauru: USC,<br />

2004. v. 1. p. 01-10. 1 CD.<br />

MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.) Pesquisa Social: teoria, método e criatividade.<br />

Petrópolis, R: Vozes, 1994.<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (RS). RESOLUÇÃO nº. 011/2007: Institui,<br />

na Universidade Federal de Santa Maria, o Programa de Ações Afirmativas de Inclusão<br />

Racial e Social e revoga a Resolução n. 009/07. Santa Maria, 2007. Disponível em:<br />

. Acesso em: 21 maio. 2011.<br />

8

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!