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Educação Infantil 1 - Corrigido_OK.pmd - Ministério da Educação

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Chega assim, ao nosso meio, o movimento <strong>da</strong> inclusão com a divulgação <strong>da</strong> Declaração<br />

de Salamanca (BRASIL, 1994), sob o patrocínio <strong>da</strong> UNESCO, cujas linhas de ação visam ao<br />

seguinte universo conceitual:<br />

“O termo necessi<strong>da</strong>des educacionais especiais refere-se a to<strong>da</strong>s aquelas<br />

crianças ou jovens cujas necessi<strong>da</strong>des se originam em função de deficiências<br />

ou dificul<strong>da</strong>des de aprendizagem. As escolas têm de encontrar maneira de<br />

educar com êxito to<strong>da</strong>s as crianças, inclusive as que têm deficiências graves.”<br />

(BRASIL, 1994, pp. l7-l8)<br />

Observa-se, nesse conceito, uma mu<strong>da</strong>nça de foco, que deixa de ser a deficiência e<br />

passa a centrar-se no aluno e no êxito do processo ensino e aprendizagem, para o qual o<br />

meio ambiente deve ser a<strong>da</strong>ptado às necessi<strong>da</strong>des específicas do educando, tanto no contexto<br />

escolar e familiar, como no comunitário.<br />

Esses conceitos revelam que integração e inclusão não são sinônimos, mas metáforas<br />

distintas que contêm imagens e práticas diferentes. Assim, a metáfora do “sistema de cascata”,<br />

no conceito <strong>da</strong> integração, sugere o atendimento às diferenças individuais nas classes especiais,<br />

salas de recursos ou serviço itinerante mediante a preparação gra<strong>da</strong>tiva do aluno para o ensino<br />

comum. A ênfase recai, portanto, na a<strong>da</strong>ptação do aluno, e não na modificação do ambiente.<br />

Já o princípio filosófico <strong>da</strong> inclusão é definido pela metáfora do “caleidoscópio”, cuja<br />

imagem sugere uma composição mais rica pela combinação e diversi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s partes e pelo<br />

movimento, obtendo-se composições novas e mais complexas. Assim também as crianças se<br />

desenvolvem, aprendem e evoluem melhor em um ambiente rico e variado.<br />

A metáfora <strong>da</strong> inclusão sugere a imagem de uma escola em movimento, em constante<br />

transformação e construção, de enriquecimento pelas diferenças. Esse movimento implica:<br />

mu<strong>da</strong>nça de atitudes, constante reflexão sobre a prática pe<strong>da</strong>gógica, modificação e a<strong>da</strong>ptação<br />

do meio e, em nova organização <strong>da</strong> estrutura escolar.<br />

Há autores, no entanto, que propõem a inclusão de forma mais radical, discor<strong>da</strong>ndo <strong>da</strong><br />

vali<strong>da</strong>de de a<strong>da</strong>ptações e complementações curriculares, enfatizando a necessi<strong>da</strong>de de se<br />

rever a prática pe<strong>da</strong>gógica para que seja especializa<strong>da</strong> para todos os alunos. Essa dimensão<br />

humana e antropológica é ideal, desejável por muitos pais e professores, mas há ain<strong>da</strong>, um<br />

longo caminho a ser percorrido, principalmente com relação à formação de professores, em<br />

direção à educação para diversi<strong>da</strong>de. Essa é uma questão bastante contraditória, por isso<br />

merece um amplo debate entre os estudiosos e os envolvidos: alunos, professores, família e<br />

comuni<strong>da</strong>de.<br />

4. Princípios e fun<strong>da</strong>mentos para construção de uma escola inclusiva<br />

A inclusão é um processo complexo que configura diferentes dimensões: ideológica,<br />

sociocultural, política e econômica. Os determinantes relacionais comportam as interações,<br />

os sentimentos, significados, as necessi<strong>da</strong>des e ações práticas; já os determinantes materiais<br />

e econômicos viabilizam a reestruturação <strong>da</strong> escola.<br />

Nessa linha de pensamento, a educação inclusiva deve ter como ponto de parti<strong>da</strong> o<br />

14 INTRODUÇÃO

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